1 de nov. de 2018

"A mentalidade fascista é a mentalidade do "Zé Ninguém'" (Wilhelm Reich)



“O fascismo, na sua forma mais pura, é o somatório de todas as reações irracionais do caráter do homem médio. O sociólogo tacanho, a quem falta coragem para reconhecer o papel fundamental do irracional na história da humanidade, considera a teoria fascista da raça como mero interesse imperialista ou, apenas, como simples “preconceito”. O mesmo acontece com o político irresponsável e palavroso: a extensão da violência e a ampla propagação desses “preconceitos raciais” são prova da sua origem na parte irracional do caráter humano. A teoria racial não é uma criação do fascismo.


Pelo contrário, o fascismo é um produto do ódio racial e a sua expressão politicamente organizada. Por conseguinte, existe um fascismo alemão, italiano, espanhol, anglo-saxônico, judeu e árabe. A ideologia da raça é uma grande expressão biopática pura da estrutura do caráter do homem orgasticamente impotente.


O caráter sádico-perverso da ideologia da raça revela-se também na atitude perante a religião. O fascismo seria um retorno ao paganismo e um arqui-inimigo da religião [?]. Muito pelo contrário, o fascismo é a expressão máxima do misticismo religioso.


Como tal, reveste-se de uma forma social particular. O fascismo apoia a religiosidade que provém da perversão sexual e transforma o caráter masoquista da velha religião patriarcal do sofrimento numa religião sádica. Em resumo, transpõe a religião, do “campo extraterreno” da filosofia do sofrimento, para o “domínio terreno” de assassínio sádico.


A mentalidade fascista é a mentalidade do “Zé Ninguém”, que é subjugado, sedento de autoridade e, ao mesmo tempo, revoltado. Não é por acaso que todos os ditadores fascistas são oriundos do ambiente reacionário do “Zé Ninguém”. O magnata industrial e o militarista feudal não fazem mais do que aproveitar-se deste fato social para os seus próprios fins, depois de ele se ter desenvolvido no domínio da repressão generalizada dos impulsos vitais”.

(REICH, Wilhelm, Psicologia de massas do fascismo”, Martins Fontes, SP, 1988, págs. 12/13)






 Ao assistir o vídeo da retratação pública do jovem "bolsonarista" é impossível não se lembrar do vídeo da música "Another Brick In The Wall" - Pink Floyd.





Foto e vídeo compartilhado pelo próprio “bolsonarista” em sua rede social
Texto: colaboração do blog Controvérsia

Um comentário:

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