28 de abr. de 2019

Das Lied in mir (El dia que no nací) - Florian Cossen



Arrorró Mi Niño

Arrorró mi niño
Arrorró mi sol
Arrorró pedazo
De mi corazón

Este niño lindo
Se quiere dormir
Y el pícaro sueño
No quiere venir

Este niño lindo
Que nació de noche
Quiere que lo lleven
A pasear en coche

Este niño lindo
Ya quiere dormir
Háganle la cuna
De rosa y jazmín

Arrorró mi niño
Arrorró mi sol
Arrorró pedazo
De mi corazón

Canción de Cuna


 






“En Buenos Aires, Maria, de 31 años, se encuentra con un secreto de familia guardado durante muchos años y los orígenes de este secreto se remontan a la dictadura militar en Argentina. En Buenos Aires, en una parada camino a Chile, Maria reconoce una canción de cuna. Ella no habla una sola palabra de español, pero sin comprender lo que está cantando, recuerda la letra. Perturbada y habiendo perdido el rumbo, interrumpe su viaje y camina por la ciudad desconocida. Cuando llama por teléfono a Alemania, le cuenta sobre su experiencia y su fascinación por esta ciudad desconocida a su padre, Anton. Dos días después, Anton llega repentinamente al hotel de Maria para confesarle algo: Maria vivió sus primeros tres años de vida en Buenos Aires durante la dictadura militar al final de los años 70 hasta que las personas que ella siempre había creído que eran sus padres la adoptaron y la llevaron a Alemania. Juntos, padre e hija, comienzan un viaje en busca de los padres biológicos de Maria. Anton hará todo lo que esté a su alcance para no perder a su hija” (Cinealeman).

27 de abr. de 2019

SBPC se manifesta em defesa das Ciências Humanas e Sociais


"Em nota pública divulgada nesta sexta-feira, 26 de abril, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) contesta proposição do presidente da República de cortar investimentos federais para faculdades de Filosofia e Sociologia e defende que essas disciplinas oferecem contribuições 'imprescindíveis' para o desenvolvimento de pesquisas e políticas públicas"



NOTA PÚBLICA DA SBPC EM DEFESA DAS CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) vem a público  manifestar sua discordância em relação à proposição feita nesta sexta-feira (26) pelo Exmo. Sr. Presidente da República de que não haveria mais investimentos federais para faculdades de Filosofia e Sociologia. Diante desta afirmação e de outras críticas recentes e pouco fundamentadas que as Ciências Humanas e Sociais vêm sofrendo, enfatizamos que é grande a importância dessas ciências para a sociedade brasileira, assim como a das outras áreas do conhecimento. Elas podem não proporcionar, como ocorre com muitos avanços científicos, um retorno econômico imediato para a sociedade, mas podem contribuir fortemente para o desenvolvimento científico e tecnológico do País e para a melhoria das condições de vida de sua população.

A SBPC, uma entidade que congrega todas as ciências e que luta pela melhoria da educação e por políticas públicas que conduzam a um desenvolvimento sustentável do País, escorado na ciência, tecnologia e inovação, se contrapõe a essas proposições, afirmando o caráter científico das Ciências Humanas e Sociais e demonstrando sua importância para as políticas públicas. É essencial para o País, e as entidades cientificas têm defendido isto por décadas, que formemos mais profissionais qualificados nas áreas de engenharia, de ciências naturais e de ciências aplicadas, e que estes encontrem condições adequadas para exercerem suas profissões; mas isto de nenhum modo deve estar associado a um desmonte das áreas de ciências sociais e humanas. Alertamos para o risco da utilização, sem o devido cuidado, de comparações internacionais muitas vezes falsas, imprecisas ou distorcidas para embasar a definição de políticas internas relativas à ciência e à tecnologia.

Cabe lembrar que as Ciências Humanas e Sociais não são ideologias, como tem sido afirmado frequentemente. Elas trabalham com metodologias científicas específicas, que incluem o levantamento cuidadoso de dados com o uso de questionários, entrevistas, análise de documentos e observações no campo de estudo, e suas conclusões estão baseadas em evidências. Elas se utilizam frequentemente de dados estatísticos para chegar a determinados resultados ou conclusões, o que atesta, ainda, a importância de instrumentos de conhecimento, como o Censo Demográfico, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o Censo Educacional e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que estão também sendo motivo de questionamento por gestores do atual governo.

Além de possibilitar o avanço do próprio conhecimento da área social, cabe tornar explícita a principal contribuição dessas ciências. Por meio das suas teorias, modelos e metodologias, elas procuram fornecer subsídios para a formulação, implementação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas elaboradas pelo governo e pela sociedade, visando à melhoria do bem estar social, que é aferido qualitativa e quantitativamente por meio de indicadores apropriados.

A sua contribuição é, portanto, imprescindível tanto na produção de pesquisas que dão suporte às políticas e aos serviços públicos, como na formação de recursos humanos necessários à operação desses serviços. Podem ser citados muitos exemplos de pesquisas, por exemplo aquelas realizadas por universidades, instituições de pesquisa ou por Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que contribuíram para a política cultural, educacional, ambiental, de segurança, saúde e habitação do país ou de regiões determinadas.

Por outro lado, as Ciências Humanas e Sociais podem exercer o papel de produzir, de forma permanente, uma reflexão crítica sobre a sociedade e seu funcionamento, que é um elemento fundamental no processo democrático e que é necessário para o controle social e político sobre os processos e as finalidades do desenvolvimento. Elas são essenciais, ainda, em sua contribuição ao processo de formação de cidadãos com a capacidade crítica que a sociedade moderna exige.

Ressalte-se, ainda, que muitas carreiras e desenvolvimentos bem sucedidos nas áreas tecnológicas não resultam simplesmente de conhecimento técnico. Eles requerem habilidades de liderança, inteligência emocional, compreensão da cultura, em outras palavras, um entendimento do contexto econômico e social que as Ciências Humanas e Sociais podem prover. A integração entre as diferentes áreas de conhecimento é mais fecunda e produtiva socialmente do que a separação entre elas ou a exclusão de algumas delas.

Finalmente, registramos que críticas orquestradas dirigidas às Ciências Humanas e Sociais constituem parte de uma estratégia mais geral que ameaça toda a pesquisa científica do País. Pretende-se restringir a formação universitária à mera aplicação de técnicas importadas e reduzir fortemente os investimentos em ciência, tecnologia e inovação, o que afetará profundamente as universidades e instituições públicas de pesquisa responsáveis por grande parte da produção científica e tecnológica do Brasil e colocará em risco a sobrevivência do sistema nacional de CT&I e a própria soberania nacional.  O domínio da cadeia de conhecimentos científicos e tecnológicos, como evidenciado pela história de todos os países desenvolvidos, é imprescindível para a superação da crise atual do País e para seu desenvolvimento econômico e social.

Fonte: Portal da SBPC, em 26 de abril de 2019.