28 de jul. de 2019

Injusticias en nombre de la ley por James A. Baldwin, Ken Burns, David Mac Mahon, Sarah Burns, Ava DuVernay y Pérez Esquivel

 

É verdade, em qualquer caso, que a ignorância aliada com o poder, é o inimigo mais feroz que a justiça pode ter.”

“Es cierto, en cualquier caso, que la ignorancia aliada con el poder, es el enemigo más fiero que la justicia puede tener.”

James A. Baldwin.

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“El filme, realizado por David Mac Mahon, Sarah Burns y Ken Burns, cuenta cómo en 1989 cinco menores fueron condenados a penas que oscilaban entre seis y 13 años de prisión por supuestamente haber violado a una corredora blanca.

A pesar de que ningún testigo confirmó la tesis de la policía y las pruebas de ADN los exculparon, ellos sólo lograron salir de la prisión convertidos en adultos, cuando Matías Reyes, violador reincidente, confesó el crimen. 

En opinión de Sarah Burns, una de las realizadoras, detrás de esta injusta condena, que destrozó cinco vidas, se esconde una ciudad presa del racismo.
El documental sobre el caso, bautizado por la prensa como The Central Park Five, incluye entrevistas a los acusados y sus familias, antiguos alcaldes de Nueva York y a periodistas” (EcuRed).
 







When They See Us (traducida al español como "Así nos ven") de Netflix es la impactante minissérie que relata el caso de los 5 jóvenes injustamente condenados en EE.UU. por una brutal violación” (BBC Mundo News).





“Yo creo en la justicia, pero no creo en poder judicial. Un poder judicial sumetido al poder politico, un poder judicial que corrompe más que construye” (Pérez Esquivel en Clacso).


 

25 de jul. de 2019

##NãoACulturaDoEstupro - Mulheres da Amazônia emitem nota de repúdio ao comentário da ministra Damares


A roupa da vítima, inclusive o uso ou não de calcinha, não provoca estupro e ponto final. Foto: “O que você estava vestindo?”  exposição promovida pelo Centro Comunitário Marítimo, em Bruxelas, na Bélgica.




As violências sexuais, como toda forma de violência, são manifestações humanas complexas e multicausais. Afirmar que as crianças da Ilha de Marajó sofrem violências sexuais por que não usam calcinhas, seguramente, é uma demonstração pública de total ignorância em relação aos conhecimentos acumulados pela ciência sobre as causas de violências contra crianças e adolescentes. Todavia,  a fala da ministra Damares não revela somente desconhecimento e despreparo, mas sim sua visão misoginia e machista. 


O comentário da ministra é um claro exemplo do discurso que fortalece e sustenta a cultura do estupro. Cultura que visa desresponsabilizar os autores de violências sexuais por meio de justificativas como: 

a) a incapacidade do homem de controlar seus impulsos sexuais;

b) o uso de roupas e\ou comportamentos “sedutores” são o que provocam o estupro;

c) a mulher não deve se expor, circulando livremente em espaços público, dentre outro absurdos similares. 


Nesse sentido, o blog Educar Sem Violência vem a público se solidarizar com as mulheres amazonenses e seu cotidiano enfrentamento a toda e qualquer forma de violência, incluindo a violência simbólica que o discurso machista, misógino e racista da ministra Damares representa.


Cida Alves
 




“Por que os pais exploram? É por causa da fome? Vamos levar empreendimentos para a ilha do Marajó, vamos atender as necessidades daquele povo. Uns especialistas chegaram a falar para nós aqui no gabinete que as meninas lá são exploradas porque não têm calcinha. Não usam calcinha, são muito pobres. E perguntaram ‘por que o ministério não faz uma campanha para levar calcinhas para lá?’. Nós conseguimos um monte. Mas por que levar calcinha? Essa calcinha vai acabar. Nós temos que levar uma fábrica de calcinhas para a ilha do Marajó, gerar emprego lá, e as calcinhas saírem baratinhas para as meninas”, disse a ministra Damares.



Nota de Repúdio


Nós, mulheres da Amazônia, ribeirinhas, pescadoras, camponesas,  estrativistas, parteiras tradicionais, quebradeiras de côco, erveiras, indígenas, negras, de matriz africana, do campo, da floresta, das águas e das cidades, repudiamos e desaprovamos publicamente a postura da Ministra Damares que devido a sua ignorância e total desconhecimento da realidade dos povos amazônicos, se reporta de forma indigna e desrespeitosa  a condição de vida das mulheres e crianças  amazônidas. O conteúdo expresso ao se reportar sobre a violência sexual  praticada contra às mulheres, jovens e crianças traduz de forma agressiva,  machista, misógina e discriminatória a prática do governo brasileiro ao tratar a questão da violência praticada contra mulheres jovens e crianças no Brasil. 


A manifestação da Ministra, ao se referir às mulheres e às meninas da Amazônia, que sofrem diariamente as consequências do descaso e ausência do estado brasileiro, em não promover a distribuição de renda justa para aplicar em políticas públicas que garantam a geração de trabalho, emprego e renda para as mulheres desta região, demonstra  o quanto o governo brasileiro está distante da realidade dos povos amazônicos. Não bastasse a posição delinquente e preconceituosa do governo brasileiro contra o povo nordestinos, agora presenciamos o discurso de um Ministério constituído para resguardar os direitos das mulheres, vindo a público se manifestar contra as mulheres do Norte, da Amazônia brasileira!


Diante dessa triste e perversa realidade, as entidades, organizações, movimentos sociais de mulheres, coletivos feministas dos nove Estados da Amazônia Brasileira, que integram o Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia, denunciam, junto às autoridades, órgãos nacionais e internacionais, a violação institucional dos direitos das cidadãs brasileiras que vivem nas florestas, no campo e nas cidades amazônicas! 


Exigimos respeito e políticas públicas!

POR MIM, POR NÓS, POR TODAS!
Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia/ MAMA