28 de mar. de 2021

Campistas do Camp Jened e "Freedom" - Richie Havens

“Liberdade

Liberdade

Liberdade

Liberdade

Liberdade

Liberdade

Liberdade

Liberdade

Liberdade

 

As vezes eu sinto, que estou quase no fim

As vezes eu sinto, que estou quase no fim

As vezes eu sinto, que estou quase no fim

Um longo, longo, longo, caminho, caminho para minha casa...

 

Eu tenho um telefone no meu peito

E eu posso chamá-lo de cima do meu coração

Eu tenho um telefone no meu peito

E eu posso chamá-lo de cima do meu coração”

 

Richie Havens


Fotos reais das pessoas no acampamento em 1971.
 

27 de mar. de 2021

"NEM PENSE EM ME MATAR" - LEVANTE FEMINISTA CONTRA O FEMINICÍDIO

 

NEM PENSE EM ME MATAR

Quem Mata Uma Mulher Mata a Humanidade

Nós, mulheres feministas brasileiras, negras, indígenas, pardas, brancas, quilombolas, periféricas, convivendo com deficiências, lésbicas, bissexuais, cis e trans, das cidades, do campo, das águas e das florestas, nós, mulheres mães, parteiras tradicionais, trabalhadoras precarizadas, hiperexploradas e desempregadas, nos levantamos, em um ato de revolta, contra o feminicídio no Brasil e exigimos seu fim.

Estamos em luta contra o assassinato de mulheres que aumenta desde o golpe de 2016. A cultura do ódio às mulheres, a prática do feminicídio criada pelo patriarcado nunca esteve tão ostensiva e extremista.

A matança de mulheres é um verdadeiro genocídio que se soma ao genocídio negro e indígena, e ao genocídio sanitário no contexto da pandemia que ceifa milhares de vidas sob o descaso do desgoverno.

No primeiro semestre de 2020 foram mortas 648 mulheres brasileiras, a maioria negras e vivendo em duríssima desigualdade social. Os matadores são homens que não admitem a autonomia, a igualdade e a liberdade das mulheres. São machistas, homens violentos que querem a redomesticação e o afastamento das mulheres da vida pública. São machistas que usam a violência física, psicológica, moral, sexual e patrimonial contra mulheres e seus filhos até o extremo, que é o ato do feminicídio.

A escalada de ameaças, humilhações e ataques que culminam no feminicídio íntimo, aquele que acontece dentro de casa, se repete no feminicídio político, que aniquila as mulheres, líderes de esquerda e defensoras de direitos humanos, bem como mulheres indígenas, negras e trans que são alvo preferencial da atual necropolítica de aniquilação.

A violência contra as mulheres é um problema estrutural da cultura machista, racista e homo-lesbo-transfóbica, que nega às mulheres o direito a uma vida livre e plena.

Ideias e atitudes misóginas transformaram-se em comportamento aceito e legitimado pela sociedade, contaminando o Executivo, o Legislativo e o Judiciário capaz de sentenças sexistas e de ressuscitar arcaicos argumentos da “legítima defesa da honra” e da “passionalidade” como uma espécie de “mérito” para absolver criminosos.

Isso confirma a negligência e inoperância do Estado Brasileiro no enfrentamento à violência contra as mulheres.

O clima favorável ao extermínio, que dá aos homens licença para matar, é efeito desse Estado que, em conluio com forças religiosas ultrarreacionárias, vem destruindo direitos duramente conquistados pelas mulheres.

O Estado feminicida vem impedindo a prevenção à violência contra mulheres e meninas, deixando-as abandonadas à própria sorte, entregues a abusadores e violentadores que acabam por se converter em seus assassinos.

Medo de punição e de morte, alimentados no contexto da cultura do estupro e do assédio, impedem mulheres de relatar agressões praticadas por atuais e ex-maridos, namorados e parentes.

Com a má intenção de armar milicianos e apoiadores, o governo fascista e machista tem facilitado a compra e o porte de armas de fogo e munições em apoio à indústria neoliberal de armas. Dentro das casas, sob o signo da violência patriarcal, as mulheres correm o risco de um banho de sangue ainda maior.

Em atos de destruição das políticas para as mulheres, o governo reduziu o orçamento para o desenvolvimento de ações de igualdade de gênero – executando menos de 50% do previsto para 2020.

O empobrecimento e a vulnerabilização das mulheres as expõe ainda mais à política machista da morte.

As que se insurgem permanecendo na resistência ao machismo e ao racismo, como Marielle Franco, estão na linha de tiro de assassinos impunes.

A ascensão de grupos neofascistas, de fundamentalistas religiosos, de latifundiários e extrativistas que propagam ideias e atitudes machistas e racistas, coloniais e de subordinação e dominação das mulheres, precisa parar por aqui.

Aos setores democráticos da sociedade, que se unem contra o fascismo, um alerta: é imprescindível que reconheçam que as violências contra as mulheres são uma desafiadora questão a enfrentar.

O que precisamos nesse momento é de programas consistentes de enfrentamento à cultura patriarcal e racista que leva ao feminicídio. Do contrário, não haverá paz no Brasil. É evidente que o machismo, os ataques brutais e a matança de brasileiras arruínam a democracia.

O Brasil que nós mulheres projetamos em nossa utopia social tem a esperança feminista, fruto da ético-política feminista que defende o direito à vida. As vitórias e conquistas de nossas vizinhas latino-americanas nos inspiram. O direito ao aborto e outras políticas de autonomia na Argentina e no Uruguai nos dão força para seguirmos organizando as lutas urbanas e campesinas, nas bordas dos rios, em cada feira, em cada rua, beco, em cada fábrica, em cada escola, nos caminhos onde nos levantamos por vida e liberdade.

É imprescindível a união coletiva para lutar por uma verdadeira reforma no Sistema Judiciário e nos órgãos de segurança pública, pela inclusão no âmbito escolar da temática dos direitos humanos, gênero e raça na expectativa de desconstruir de vez as ideologias patriarcais capitalistas e racistas que sustentam a violência contra nós, mulheres, em nome de uma noção arcaica de família.

Aqui, em Manifesto, defendemos a democracia popular, onde o Parlamento, o Sistema de Justiça e o Executivo, assim como outras instâncias de poder e decisão, possam ser mobilizadas e atravessadas pelo legado feminista, para conter o assassinato de mulheres.

Por esta razão é que, em público, em nosso nome e em nome daquelas que não estão mais entre nós para gritar, pois foram assassinadas, nós dizemos CHEGA DE FEMINICÍDIO!

Nossa luta tem como objetivo o fim da violência promovida pela cultura feminicida patriarcal, racista e capacitista.

Em memória de Marielles, Elisas, Elianes, Ângelas, Margaridas, Socorros, Marias e centenas de milhares de mulheres que tombaram sob a sanha assassina do patriarcado, firmes na resistência, acolhendo todas as pessoas indignadas com a tragédia da violência contra mulheres como nós, nos juntamos para dizer aos homens embrutecidos e truculentos, para dizer aos assassinos impunes:

#NemPenseEmMeMatar

#NemPenseEmNosMatar

#QuemMataUmaMulherMataaHumanidade

LEVANTE FEMINISTA CONTRA O FEMINICÍDIO

20 de mar. de 2021

"Isso foi resistência.” Sarah Lichtsztejn-Montard


“Tudo pode te ajudar a sobreviver. Recitar todos os poemas que sabe, trocar receitas culinárias, cantar músicas de Edth Piaf. Os italianos cantavam “Mamma” e choravam, choravam enquanto cantavam, mas eram agradáveis. Isso foi resistência.”

Sarah Lichtsztejn-Montard

Levada ainda criança ao campo de concentração de Bergen-Belsen, sobreviveu ao Holocausto Nazista.










 

14 de mar. de 2021

Guardiãs da Vida - homenagem às profissionais da saúde que estão na linha de frente enfrentando a pandemia da Covid 19


A fábula-mito do Cuidado
(Fábula de Higino)


Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma ideia inspirada. Tomou um pouco de barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu Júpiter.
Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado.
Quando, porém, Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome.
Enquanto Júpiter e o Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da terra.
Originou-se então uma discussão generalizada.
De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa:
“Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura.
Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criatura morrer.
Mas como você, Cuidado, foi quem, por primeiro, moldou a criatura, ficará sob seus
cuidados enquanto ela viver.
E uma vez que entre vocês há acalorada discussão acerca do nome, decido eu: esta criatura será chamada Homem, isto é, feita de húmus, que significa terra fértil”

(BOFF, 1999, p.46).










6 de mar. de 2021

Em "CARTA ABERTA À HUMANIDADE”, Chico Buarque, Leonardo Boff, Padre Lancelotti e Zélia Duncan denunciam ao mundo que o Brasil é refém de um genocida.

 


“Carta aberta à humanidade” 

“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” Hanna Arendt

O Brasil grita por socorro.

O Brasil grita por socorro.

Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.

Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.

O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco os países vizinhos e toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.

O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.

Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.

Vida acima de tudo”.

Chico Buarque

Júlio Lancellotti

Leonardo Boff

Zélia Duncan

Nevenka: quebra o silêncio - documentário de Netflix


 

“Por qué estoy aqui después de tantos años, es algo que me he preguntado, sobre todo, durante los últimos dos años, que es cuando yo empiezo a pensar que quizá hay algo que sí quiero decir. Personalmente me sentia pues avenguonzada, culpable. Todavia, estraña, ?no? De aceptar que era como uma cosa que no me huveira ocorrido a mí. No sé, para poder vivir la Nevenka de ahora tenia que olvidar que era la Nevenka de antes. Es casi viente años mayor que la outra y está, casi, ahora, la otra y esta yá son casi la misma. En el sentido de la aceptación. Estoy aceptando que hay un antes y un después de esa situación, pero ya no me siento avergonzada que soy Nevenka. Y que soy aquella Nevenka que vivió aquella história hace  casi 20 años.

Se no fuera porque creo que al final el control sobre la vida de uno mismo la tiene uno mismo, creo que yo salve, más que nadie, yo salve me vida, pero él también fue una de las personas que también me ayudó a que salvara mi vida. Una de las pocas personas que también me ayudó a que yo este aqui hoy, y que pueda habla esto como hablo y pueda... ser feliz. Una persona que siempre ha estado al lado, pero sin avasallar... sin entrometerse también. No me há dejado sentirme como me he sentido. Sé que no ha sido nada fácil para él, porque él ha tenido que sufrir también las consequencias de ser el novio de Nevenka y despúes el marido de Nevenka. No se puede cambiar el passado, es el que es. Pero se puede aprender de él y aprender a vivir mejor. Yo he aprendido a vivir como queria. Siento que es el momento de reconciliar a Nevenka.”

Nevenka Fernádez