O presidente Lula surpreendeu mais uma vez. Não apenas porque encaminhou ao Congresso o projeto de lei que pretende dar às crianças e adolescentes direitos iguais aos dos adultos no que diz respeito á sua integridade física e psicológica e à sua dignidade. Mas por reafirmar sua posição contrária ao uso dos castigos físicos na educação das crianças, prática que o projeto visa proibir.
Na cerimônia, comemorativa dos 20 anos do Estatuto da Criança e Adolescente, que reuniu os ministros signatários do projeto, parlamentares da Frente pela Criança e representantes de instituições, o presidente Lula falou como um cidadão comum, um pai brasileiro. Prova de que é possível desconstruir, para as próximas gerações, a cultura da educação violenta que herdamos de nossos colonizadores, aperfeiçoamos em séculos de domínio europeu e consolidamos com o regime escravagista.
O desafio está lançado. Vozes irônicas ou iradas irão se levantar. Bom para a democracia, disse o presidente em seu improviso. E disse também que surra não corrige e que beliscão dói, como se dissesse que o rei está nu, rompendo um silêncio de cinco séculos.
Muitos e complicados são os motivos que levam pais a defenderem, alguns com extrema veemência, o direito de bater, como, quando e quanto acharem suficiente, em seus filhos. Tudo porque, em pleno século XXI, ainda é permitido bater nas crianças. E só nelas.
Em 26 países já vigoram leis que proíbem os castigos físicos em todos os ambientes, inclusive na família. As crianças beneficiadas representam apenas um por cento da população mundial. Esperamos que o Brasil se torne 27º a cumprir o que determina a Convenção pelos Direitos da Criança e finalmente passe a integrar o seleto grupo ao qual já pertencem, por exemplo, os finalistas da última Copa: Espanha, Holanda, Alemanha e Uruguai, assim como Portugal, Venezuela, Áustria, Costa Rica. O projeto de lei poderá garantir uma infância mais feliz a milhares de meninos e meninas brasileiros e permitirá avançarmos em direção ao mundo civilizado.
O desafio está lançado. Vozes irônicas ou iradas irão se levantar. Bom para a democracia, disse o presidente em seu improviso. E disse também que surra não corrige e que beliscão dói, como se dissesse que o rei está nu, rompendo um silêncio de cinco séculos.
Muitos e complicados são os motivos que levam pais a defenderem, alguns com extrema veemência, o direito de bater, como, quando e quanto acharem suficiente, em seus filhos. Tudo porque, em pleno século XXI, ainda é permitido bater nas crianças. E só nelas.
Em 26 países já vigoram leis que proíbem os castigos físicos em todos os ambientes, inclusive na família. As crianças beneficiadas representam apenas um por cento da população mundial. Esperamos que o Brasil se torne 27º a cumprir o que determina a Convenção pelos Direitos da Criança e finalmente passe a integrar o seleto grupo ao qual já pertencem, por exemplo, os finalistas da última Copa: Espanha, Holanda, Alemanha e Uruguai, assim como Portugal, Venezuela, Áustria, Costa Rica. O projeto de lei poderá garantir uma infância mais feliz a milhares de meninos e meninas brasileiros e permitirá avançarmos em direção ao mundo civilizado.
Eleonora Ramos
Jornalista e Coordenadora do Projeto Proteger
Este artigo opinativo foi publicado no JORNAL A TARDE/16 de julho de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe! Adoraria ver publicado seu comentário, sua opinião, sua crítica. No entanto, para que o comentário seja postado é necessário a correta identificação do autor, com nome completo e endereço eletrônico confiável. O debate sempre será livre quando houver responsabilização pela autoria do texto (Cida Alves)