A ONU Mulheres observa com preocupação o contexto político
brasileiro e apela publicamente à salvaguarda do Estado Democrático e de
Direito.
Aos poderes da República, a ONU Mulheres conclama a preservação
da legalidade, como condição máxima das garantias estabelecidas na Constituição
Federal de 1988 e nos tratados internacionais de direitos humanos dos quais o
Brasil é signatário.
À sociedade brasileira, a ONU Mulheres pede serenidade nas
manifestações e não-violência frente aos debates públicos necessários para a
condução democrática dos rumos políticos do país. O debate saudável entre
opiniões divergentes deve ser parte intrínseca da prática cidadã em uma
democracia.
Nos últimos 30 anos, a democracia e a estabilidade política no
Brasil tornaram reais direitos humanos, individuais e coletivos. São,
sobretudo, base para políticas públicas – entre elas as de eliminação das
desigualdades de gênero e raça – determinantes para a construção de uma
sociedade inclusiva e equitativa.
Como defensora dos direitos de mulheres e meninas no mundo, a
ONU Mulheres condena todas as formas de violência contra as mulheres, inclusive
a violência política de ordem sexista contra a Presidenta da República, Dilma
Rousseff. Nenhuma discordância política ou protesto pode abrir margem e/ou
justificar a banalização da violência de gênero – prática patriarcal e misógina
que invalida a dignidade humana.
Que o legado da democracia brasileira, considerado referência no mundo e especialmente na América Latina e Caribe, seja guia para as soluções da crise política.
Que o legado da democracia brasileira, considerado referência no mundo e especialmente na América Latina e Caribe, seja guia para as soluções da crise política.
Nadine Gasman
Representante da ONU Mulheres Brasil
Representante da ONU Mulheres Brasil
Fonte: ONU Mulheres Brasil, em 24 de março de 2016
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