8 de mar. de 2011

MULHERES QUE AMO: AS TRAPEZISTAS





Claras.
Luminosas.
Com suas asas translúcidas
Subvertem a ordem da gravidade.
Não se aprisionam ao já estabelecido.
Dão asas aos desejos,
Voam.



Cenas do filme Asas do Desejo
Marion (Solveig Dommartin), trapezista do circo alekan,
protagonista do filme Asas do desejo.



A trapezista Marion desperta uma avassaladora paixão no anjo Dameil
(Bruno Ganz). Este abdica de sua imortalidade para poder tocá-la.















Fagmento da análise de Mônica Defreitas sobre o filme Asas do Desejo

Quanto à narrativa, existe um convite à contemplação, sem ações rápidas demais ou seqüências vertiginosas. A narrativa é constituída de vários espaços e o espectador tem a oportunidade de perceber a história como interlocutor, sem que sinta a obra como algo hermético em que tudo já vem determinado. Wim Wenders se refere a esses espaços, essas brechas para reflexões, no documentário Janela da Alma (de Walter Carvalho e João Jardim, 2001), no qual fala sobre a maior parte das produções fílmicas atuais (que podem ser chamadas de comerciais) e sua falta de espaço para os sonhos, para a imaginação:

"A maioria das imagens que vemos são fora de contexto. A maioria das imagens que vemos não tentam dizer algo, mas vender algo. Na verdade, a maioria das coisas que vemos, revistas, televisão, tentam nos vender alguma coisa. Mas a necessidade fundamental do ser humano é que as coisas comuniquem um significado, como a criança ao se deitar; ela quer ouvir uma história. Não é tanto a história que se conta; mas o próprio ato de contar história cria segurança e conforto. Acho que mesmo quando crescemos nós amamos o conforto e a segurança das histórias, qualquer que seja o tema. A estrutura da história cria um sentido. E nossa vida, de maneira geral, carece de sentido (...) temos uma intensa sede de sentido" (p. 2).

Este filme inspirou a produção americana Cidade dos Anjos
de 1998, com Nicolas Cage e Meg Ryan
e o clip da canção Stay (Far Away So close)






Dedico essa postagem a minha filha, Clara Alves - passarinho de cachos revoltos, tão vivaz e generosa, tão absorta em sorver a vida a seu redor que não caminha pelo mundo, levita.

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