A atenção internacional está voltada para a reunião extraordinária sobre a Líbia que será realizada neste sábado pela Liga Árabe, cujos membros debatem entre dar sinal verde à imposição de uma zona de exclusão aérea ou se opor a qualquer tipo de intervenção.
Este esperado encontro, que começa às 9h de Brasília, congregará na sede do organismo no Cairo os ministros de Relações Exteriores árabes, que mantêm posturas divergentes sobre as medidas a serem adotadas contra o regime de Muammar Gaddafi.
Enquanto os membros do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo) apoiam abertamente a imposição de uma exclusão aérea, Síria, Argélia e Sudão se opõem a esta ação, segundo fontes diplomáticas citadas neste sábado pelo jornal árabe "Sharq al Awsat".
Alguns já se pronunciaram a favor da medida, como o delegado permanente iraquiano perante a organização, Qeis al Izaui, que disse na sexta-feira que seu país apoia a proposta perante a necessidade de proteger os civis.
O outro assunto principal da agenda é o reconhecimento da legitimidade do principal órgão rebelde, o Conselho Nacional de Transição Interino (CNTI).
Assim, os chefes da diplomacia do CCG qualificaram há dois dias como "ilegítimo" o regime de Gaddafi e anunciaram a intenção de estabelecer contato com a direção rebelde de Benghazi.
No entanto, a Liga Árabe não deu detalhes da reunião e na sexta-feira o chefe do escritório do secretário-geral do organismo, Hisham Yusef, se limitou a informar que no encontro serão analisados os passos que devem ser tomados para deter o derramamento de sangue e preservar a unidade territorial da Líbia.
Por outro lado, Yusef negou que uma delegação líbia vá participar da reunião, convocada de emergência no dia 8 de março, a pedido de vários países árabes.
Também confirmou a informação o secretário-geral do organismo, Amr Moussa, que em declarações ao jornal "Sharq al Awsat", garantiu que o assento da Líbia permanecerá vazio durante a reunião.
A Liga Árabe, que tinha a Líbia como presidente rotativo, suspendeu a participação do Governo de Trípoli em todas as reuniões do organismo.
No dia 2 de março, a organização condenou duramente os crimes perpetrados contra a população, mas também rejeitou a possibilidade de uma intervenção militar externa.
A comunidade internacional aguarda a decisão que será tomada pela Liga Árabe, especialmente a União Europeia, que considera importante contar com o aval árabe para evitar que qualquer operação seja considerada um intervencionismo ocidental.
De fato, a Presidência húngara da União Europeia expressou esperança de que a organização apoie a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, porque "a melhor solução seria uma ação arrumada, planejada e implementada com os países da Liga Árabe".
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