“Me basta mesmo
essa coragem suicida
de erguer a cabeça
e ser um negro
vinte e quatro horas por dia”.
essa coragem suicida
de erguer a cabeça
e ser um negro
vinte e quatro horas por dia”.
(Diariamente - José Carlos Limeira)
________
“OS
QUE BATERAM PALMAS E RIRAM…
Diante
da veiculação de vídeos de uma palestra no Clube Hebraica Rio, nesta segunda
(3), na qual em seu discurso, o deputado Bolsonaro falava das terras
quilombolas quando afirmou que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete
arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais”.
Atacando ainda mulheres, gays e refugiados, e garantiu que não vai ter “um
centímetro demarcado” para reservas indígenas ou quilombolas se eleito for
presidente 2018. Numa total cumplicidade dos presentes este discurso de ódio
foi muito aplaudido e ovacionado com gritos de apoio, sendo chamado de “mito”
por parte da plateia.
O
que denota total comprometimento deste Clube Hebraica, por convidar um racista,
proporcionando o desagravo pela mobilização da comunidade judaica que levou ao
cancelamento do mesmo evento com Bolsonaro na Hebraica de São Paulo.
O
MOVIMENTO NEGRO UNIFICADO, tendo o dever de se posicionar contra discurso
racista, recheado de intolerância e ódio e o apoio efusivo dado pela plateia,
se vê obrigado de trazer a memória destes QUE BATERAM PALMAS E RIRAM. que :
Em
1935 foi promulgada uma lei pelo regime nazista que prescrevia que era “digno
de punição qualquer crime definido como tal pelo ‘saudável sentimento’ popular”.
Uma ética estava predominando na sociedade alemã que acolhia e fomentava a
prática do genocídio de judeus, eslavos e outros povos “inferiores”, e que
durante esse regime nefasto foram apagados os valores da democracia e da
tolerância e o respeito absoluto a todas as minorias.
Seguindo
as Leis de Nuremberg, os judeus perderam seus direitos de cidadania, de ocupar
cargos públicos, de praticar determinadas profissões, de casar-se com alemães
ou de fazer uso da educação pública. Suas propriedades e negócios foram
confiscados.
Achamos
que não é preciso relembrá-los do Shoá (holocausto judeu) e suas consequências,
mas caso tenham apagado da memória, quando as tropas aliadas entraram no
complexo Auschwitz encontraram cerca de 7.500 sobreviventes, 350 mil roupas de
homens, 837 mil vestidos de mulher e 7,7 toneladas de cabelo humano, mais de
1,1 milhão de judeus mortos, isso em apenas 4 anos de funcionamento (tempo do
mandato de um presidente)
OS
QUE BATERAM PALMAS E RIRAM, apoiaram ideias iguais a estas que trouxemos à
lembrança, apoiaram o discurso de ódio, que alimenta o genocídio da juventude
negra, no Brasil todo ano, 23.100 jovens negros, de 15 a 29 anos, são mortos,
um jovem a cada 23 minutos. As ruas funcionam como as câmaras de gás,
promovendo o genocídio da população negra.
OS
QUE BATERAM PALMAS E RIRAM, apoiaram a emergência do nazismo tupiniquim, do
igualitarismo totalitário que vocifera: “Se você não é igual a mim, não tem
direito a existir”. Que paradoxalmente prega a superioridade de um modo de ser
sobre outros e termina nas tentativas de apagar pela força as diferenças de
posição social e de estilos de vida.
OS
QUE BATERAM PALMAS E RIRAM, apoiaram os atos de horror do coronel do Exército
Carlos Alberto Brilhante Ustra, idolatrado pelo deputado racista, que levaram à
morte do judeu Wladimir Herzog e de Iara Iavelberg.
OS
QUE BATERAM PALMAS E RIRAM são cúmplices do discurso de ódio e racismo.
EXIGIMOS
A RETRATAÇÃO PÚBLICA.
Sugerimos
um debate sobre as condições que os judeus negros e judias negras estão vivendo
no Estado de Israel. E como o racismo institucional tem afetado a vida destes
irmãos e irmãs, em especial a juventude israelita de origem etíope.
Quanto
ao autor do discurso de ódio e racismo, já estão sendo propostas ações
judiciais que o MNU apoia integralmente, exigimos que a Câmara dos Deputados
abra um processo disciplinar que onde deverá ser processado para a perda o
mandato.
O
MNU reafirma seu compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária, racistas não passarão.”
Movimento Negro Unificado
__________
Assinem
a petição “Hebraica do Rio de Janeiro: Se desculpe perante a comunidade
brasileira pela palestra de Bolsonaro” AQUI
Fonte: Pragmatismo Político, em 07 de abril de 2017.
Foto:
Isabela Kassow/ Diadorim Ideias.
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