Enquanto o
negro, não importa o espaço que está, sempre seremos suspeitos em potencial
para eles. Por Marcelo Rocha
No Rio de Janeiro, as forças militares nacional, municipal e estadual se uniram para combater a dita “Guerra às drogas”. Lá o sitiamento e as mortes também tem lugar e cor, a dona de casa e a criança vão ser revistadas no beco, mas a viatura não ousaria parar o carro de meio milhão na Barra, exceto se o condutor tiver cara de favelado, isso muda tudo. Como ocorrido com o ator Samuel L Jackson e o astro do basquete Magic Johnson que sofreram ataques por uma modelo italiana que postou em seu Instagram uma foto dos dois sentados na praça e dizendo que o governo dava dinheiro pros imigrantes usarem roupa de marca, pois até então os dois não haviam sido reconhecidos.
Esse mesmo racismo acontece nas ruas. O cineasta negro e youtuber Valter Rege, em sua obra “Preto no Branco” vai de encontro a esse estereótipo, quando retrata a história de Roberto Carlos, jovem que trabalha em um shopping e após um dia cheio enquanto corria para tomar um ônibus, esbarra em uma mulher que chama a polícia e o acusa de roubar sua bolsa. Caso que também já aconteceu comigo enquanto voltava do trabalho e com tantos outros como Rafaeis Braga que até hoje estão presos, pois se não houver flagrante, na hora de forjar o judiciário não vai confiar na palavra de um favelado.
Enquanto o negro, não importa o espaço que está, sempre seremos suspeitos em potencial para eles. O que dói mais é que entrevistas assim se quer chocam quem vive essa realidade todos dias. De Charllotesville ao Jacarezinho, dos Jardins à periferia de São Paulo, o racismo mata preto todo dia.
Por Marcelo Rocha, 19 anos, fotojornalista, estudante de Ciências Sociais, ativista da educação que participou das ocupações no estado de São Paulo, e militante do movimento negro.
Fonte: Midia Ninja
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