Divulgando o lançamento da Campanha Nacional de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes no período do Carnaval 2014, da Secretaria de Direitos Humanos Brasil da Presidência da República (SDH/PR) na cidade do Rio de Janeiro, no dia 27 de fevereiro, às 11h, na Quadra da G.R.E.S. Estácio de Sá, localizada na Av. Salvador de Sá, 206-208, no Estácio. (Próximo à Praça da Apoteose).
27 de fev. de 2014
24 de fev. de 2014
“Delicadeza” por Maria Rita Kehl
1. Por que escolhi a delicadeza como parte essencial da condição humana? Por não ser uma qualidade intrínseca do humano. Isso é justamente o que a faz necessária. A delicadeza não é causa de nossa humanidade, é efeito dela. Não é meio, é finalidade. O homem não é necessariamente delicado – daí a urgência de se preservar, na vida social, as condições para a vigência de alguma delicadeza.
Erramos ao chamar os atos que nos repugnam de desumanos. O homem, não o animal, usa de violência contra seu semelhante. O homem inventou o prazer da crueldade: o animal só mata para sobreviver. O homem destrói o que ama – pessoas, coisas, lugares, lembranças. Se perguntarem a um homem por que razão ele se permitiu abusar de seu semelhante indefeso ele dirá: eu fiz porque nada me impediu de fazer. O abuso da força é um gozo ao qual poucos renunciam. Além disso o homem é capaz de indiferença, essa forma silenciosa e obscena de brutalidade. O homem atropela o que é mais frágil que ele – por pressa, avidez, sofreguidão, rivalidade – sem perceber que com isso atropela também a si mesmo.
O cientista político Renato Lessa, autor nessa mesma coletânea, utilizou a imagem do naufrágio como metáfora do humano, em nossos tempos. Proponho acrescentar a esta, a metáfora do atropelamento, que expressa perfeitamente a relação do sujeito contemporâneo com o tempo. Não por acaso a palavra já está incorporada ao uso cotidiano da linguagem para expressar os efeitos da pressa sobre a subjetividade. Dizemos, com freqüência, que fomos atropelados pelos acontecimentos – mas quais acontecimentos têm poder de atropelar o sujeito? Aqueles em direção aos quais ele se precipita, com medo de ser deixado para trás. Deixamo-nos atropelar, em nossa sociedade competitiva, porque medimos o valor do tempo pelo dinheiro que ele pode nos render. Nesse ponto remeto o leitor, mais uma vez à palavra exata do professor Antonio Candido:
“O capitalismo é o senhor do tempo. Mas tempo não é dinheiro. Isso é uma brutalidade. O tempo é o tecido de nossas vidas”.
A velocidade normal da vida contemporânea não nos permite parar para ver o que atropelamos; torna as coisas passageiras, irrelevantes, supérfluas. Tenho grande ternura pela lembrança de meu pai, nas viagens de carro que fazíamos na minha infância: cada vez que uma mariposa se estatelava contra o para brisas, à noite, ele lamentava o fim abrupto daquela vidinha minúscula, cujo vôo errático era tão desproporcional à velocidade do automóvel. Tudo que vive é sagrado?
Corremos na intenção de não perder nada e perdemos o essencial: o desfrute do próprio caminho. A vida, no entanto, não é exatamente isso – travessia? É o que dizem os versos da bela canção de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira:
Automóvel lá nem se sabe se é homem ou se é mulher
Quem é rico anda em burrico, quem é pobre, anda a pé.
Mas o pobre, pelas estradas, vê o orvalho molhando a flor.
Vê de perto o galo campina, que quando canta muda de cor.
Vai molhando os pés no riacho: que água fresca, Nosso Senhor!
Vai olhando coisa a granel, que a gente, prá mó de vê,
O cristão tem que andar a pé.
Nossa condição pedestre talvez seja uma boa medida da necessidade da delicadeza. Em uma pequena crônica de 1915, escrita por Freud a convite da Sociedade Goethe de Berlim e intitulada “A transitoriedade ”, o criador da psicanálise inicia suas considerações a descrever um passeio que fizera a pé, pelas montanhas nos arredores de Viena, durante um belo verão austríaco. Durante o passeio, fictício ou verdadeiro, um poeta que acompanhava o psicanalista teria lamentado o fato de que a chegada do inverno deveria por fim à beleza das flores que enfeitavam o caminho. Freud inicia, então, uma série de considerações sobre a transitoriedade, não apenas das flores e das belezas naturais, mas das mais sublimes criações humanas: lembrem-se de que a Europa atravessava então a primeira guerra mundial. Ao final, conclui que a transitoriedade não diminui o valor das coisas – ao contrário, acrescenta-lhes valor. A delicadeza é possível justamente nas culturas em que a perda está incluída como parte da vida. Ao contrário, os que nada admitem perder, talvez desprezem tudo o que é efêmero, frágil, transitório.
“Depois de te perder, te encontro, com certeza Talvez num tempo da delicadeza...” (Chico Buarque)
A consciência da transitoriedade é a mesma consciência do valor e da delicadeza de tudo o que existe. A capacidade de amar o transitório, como no belo poema do pernambucano Carlos Pena, Filho, seria um poderoso antídoto contra as paixões agenciadas pelo capitalismo: paixões de acumulação, domínio, posse.
Quando mais nada lhe restar que valha/ a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais lhe interessar/ nem o torpor do sono, que se espalha.
Quando, pelo descuido da navalha/ a barba livremente caminhar
E até Deus em silêncio se afastar/ deixando-te sozinho na batalha
De arquitetar na sombra a despedida/ do mundo que te foi contraditório,
Lembra-te que afinal, te resta a vida/ com tudo o que é insolvente e provisório
E de que ainda tens uma saída: /entrar no acaso e amar o transitório.
Transitoriedade, finitude, tédio e estagnação
A finitude é o modo fundamental do ser, escreve Heidegger. “Se quisermos vir a ser o que somos, não podemos abandonar a finitude ou nos iludirmos quanto a ela. Muito ao contrário, precisamos protegê-la ”. O filósofo cita o poeta romântico Novalis, para quem a necessidade de filosofar decorre de uma saudade da pátria, um desejo muito humano de recuperar o sentimento de totalidade – como se fosse possível sentir-se, por toda parte, em casa. Mas justamente porque somos arremessados para fora da totalidade, justamente porque nossa condição é o desterro da totalidade, que somos impelidos a pensar, a perguntar, a buscar sempre uma centelha de infinito no meio do finito.
Além da finitude, outra condição do pensamento (i.é, da filosofia) para Heidegger é o tédio – em alemão, Langeweile, literalmente “tempo longo”- “no tédio, trata-se de um espaço de tempo, de uma demora, de uma permanência peculiar, de uma duração ”. Como Walter Benjamin, a quem devo me referir mais adiante, Heidegger valoriza o tempo dilatado do tédio, ou do ócio, como condição do pensamento. No entanto, o filósofo não se propõe a medir a extensão desse tempo longo. Ao contrário, ele questiona os critérios de medida a partir do qual avaliamos nosso uso do tempo.
Mas o tempo deve andar mais depressa: em que rapidez? Que velocidade deve ter afinal o tempo? O tempo possui, antes de mais nada, uma velocidade? O tempo anda evidentemente em seu curso constante e uniforme, se desenrola quase como a batida constante e uniforme do pulso de um monstro intangível: em cada minuto os seus 60 segundos e em cada hora seus 60 minutos.
Mas o tempo se constitui a partir de horas, minutos e segundos? Ou será que estas não passam de medidas nas quais nós o abarcamos porque nos movemos enquanto habitantes da terra neste planeta, em uma ligação determinada com o sol? Será que só precisamos destas medidas e da uniformidade constante aí envolvida para a mensuração do tempo ?
O tempo nos pertence – mas de maneira geral, não somos capazes de simplesmente estar nele. Assim “nós o matamos, o dissipamos, o desperdiçamos ”. Ao descartá-lo como um “tempo que passa”, ao nos fechar para o “fluxo da duração”, acabamos por nos instalar, não no tempo do tédio, mas no da estagnação. O tempo estagnado, “fechado para o fluxo da duração”, é o tempo do presente absoluto – tempo do esquecimento, portanto. “...com o passado essencial caindo em esquecimento, fecha-se o horizonte possível para toda anterioridade. O agora só pode permanecer agora.” Ora: o bloqueio do passado compromete também a fantasia do futuro.
“Nada pode vir porque o horizonte do futuro está desarticulado. Bloqueio do passado e desenlace do futuro não colocam de lado o agora, mas retiram dele a possibilidade de transição de um ainda-não para um não-mais: o fluir (...). Sem a possibilidade de transição, só lhe resta o subsistir: ele tem que ficar estagnado .”
Que não se imagine, portanto, que amar o transitório é o mesmo que entregar-se à velocidade aparentemente irrecusável de nosso tempo, a qual às vezes nos parece não mais um dos possíveis modos humanos de apropriação do tempo, mas uma imposição do Real. A velocidade é que pede o “bloqueio do passado e o desenlace do futuro” a que se refere o filósofo. Ao contrário, o tempo longo a que chamamos tédio – será apropriada essa denominação? – e é que permite a experiência subjetiva da duração. A mesma que confere algum valor à nossa breve passagem pelo reino desse mundo.
2. Devo fazer então algumas considerações sobre a perda da delicadeza no mundo (ao menos o ocidental, que nos é mais familiar) contemporâneo. Carlos Drummond de Andrade já se perguntara, ao final do poema “Anoitecer ”, escrito ao final da segunda guerra:
Hora da delicadeza; gasalho, sombra, silêncio; haverá disso no mundo?/
É antes a hora dos corvos, bicando em mim, meu passado, meu futuro, meu segredo/
Desta hora, sim, tenho medo.
Muitas pessoas podem imaginar que ao falar de perda da delicadeza estaremos lamentando as mudanças nos costumes, o esquecimento de certos hábitos de cortesia, a chamada má educação dos jovens, etc. Não é disso que se trata. Afinal, na segunda metade do século XIX, no apogeu da grande era burguesa, o jovem Rimbaud já se lamentara em versos:
...par délicatesse, j´ai perdu ma vie .
Bem antes dele, um pensador seiscentista da estatura de Michel de Montaigne escreveu que a delicadeza (no sentido da politèsse) seria a qualidade oposta àquelas que fazem um “honêtte homme”, que deve em certas circunstâncias ser capaz de se mostrar franco, direto, quando não até mesmo rude.
Não é fácil encontrar, entre os filósofos contemporâneos, quem se dedique ao tema da delicadeza. Encontrei, por exemplo, no Pequeno tratado das grandes virtudes de André Comte-Sponville, considerações interessantes sobre uma espécie de irmã caçula da delicadeza: a polidez. Sponville escolhe a polidez como a primeira de suas “grandes virtudes” – embora a considere uma pequena virtude (“a mais pobre, a mais superficial, a mais discutível ”), afirma que a polidez está na origem de todas as outras. Mas para o autor, a polidez é um valor ambíguo, pelo menos do ponto de vista moral. Um nazista polido não é menos terrível do que um grosseirão; talvez seja até pior, escreve, invocando a “polidez insultante dos poderosos” a que se referia Diderot, à qual corresponde a “polidez servil” dos fracos: “Seriam preferíveis o desprezo sem fraseado e a obediência sem mesuras ”.
“Virtude formal, virtude de etiqueta, de aparato! Aparência de virtude, somente aparência! (...) É um artifício, e desconfiamos dos artifícios. É um enfeite, e desconfiamos dos enfeites ”.
Mas a desconsideração inicial da polidez logo se revela um artifício retórico. O autor, mais adiante, começa a defender a polidez, justamente por seu caráter artificial, ou seja: não natural. Afinal de contas, nenhuma virtude é natural. Assim sendo...
...já que é preciso tornar-se virtuoso, comecemos por uma virtude modesta, acessível, “treinável”, que faz o homem parecer, por fora, o que deveria ser por dentro. (...) Dizer por favor, desculpe, é simular respeito. Dizer obrigado é simular reconhecimento. Aí começam o respeito e o reconhecimento. A moral imita a polidez, que a imita .
A polidez não se confunde com a delicadeza, mas pode criar condições para ela. Mas sabemos que um tirano pode ser polido, assim como os mais refinados sádicos também. Por outro lado, uma pessoa excessivamente adestrada nas atitudes polidas pode perder a coragem, a autenticidade, a ousadia, características que não se opõem á delicadeza. A conclusão de Sponville merece ser citada aqui, pela fineza do estilo: “A polidez não é tudo, é quase nada. Mas o homem, também, é quase um animal ”.
A polidez não garante, mas ao menos tenta aumentar um pouco a distância que separa o homem do animal. Voltamos assim ao ponto de partida: é por não ser uma qualidade naturalmente humana que valorizamos a polidez, assim como a delicadeza. Esta não se confunde com a minúcia, o ornamento, a firula – formas fáceis, às vezes vazias, de arremedo da delicadeza.
Busco então outro caminho de aproximação ao tema da delicadeza. O escritor Ítalo Calvino escolheu, para abrir o ciclo de conferências que foi convidado a proferir, em 1985 na Universidade de Harvard sob o título de “Seis propostas para o próximo milênio ”, o tema da leveza. Não que tenha algo contra, escreve ele, o peso e a austeridade. Apenas ponderou que teria mais a dizer sobre a leveza. Para o autor, a leveza é a substância não mortal do homem. Participa do pensamento, do espírito, da criação poética, que são características humanas capazes de “vencer”, ou superar, a morte corpórea. Perseu, por exemplo, usou sandálias aladas para cortar a cabeça de Medusa. A leveza do gesto imaginado, no entanto, não exclui o peso do ato de decapitar o monstro.
Para Calvino, a leveza não seria a qualidade do que é vago e aleatório e sim ao que é preciso e determinado – imaginemos, mais uma vez, a exatidão do ato de Perseu ao cortar de um só golpe a cabeça de Medusa antes que ela acabasse com ele. Trata-se de ser leve “como o pássaro, não como a pluma”, escreve Calvino, citando Paul Valéry .
Mas a leveza ainda não é delicadeza. É uma qualidade quase estética, ou pelo menos estilística. Continuo a me aproximar de meu objeto pelas bordas. Penso que no caso da delicadeza, a modéstia que permite a um sujeito aproximar-se de qualquer outro, da mais insignificante condição, sem uma atitude abusiva, não se dissocia de certa bravura do coração. “Para dar uma volta por cima”, disse o compositor brasileiro Paulo Vanzolinni, é preciso antes ser capaz de “reconhecer a queda”. Só quem reconhece a própria queda, ou a possibilidade dela, sabe ser delicado com os que caíram? Reconhecer a queda é condição da coragem para se viver perto de abismos?
O poeta e ensaísta Octavio Paz, em Tempo Nublado, dedica um ensaio ao suposto sentimento de decadência vivido pelos norte-americanos ao final da década de 1980, logo após a derrota dos Estados Unidos na guerra do Vietnã. Paz manifestou, neste ensaio, a esperança de que a derrota pudesse ser o começo do fim de um ciclo de dominação da “democracia Imperial” norte-americana. Não me importa hoje, quase três décadas depois, se na época o autor acertou ou não seu diagnóstico; interessam-me agora as associações que ele foi capaz de fazer, entre decadência e delicadeza. Octavio Paz refere-se ao triunfo do capitalismo como uma brutalidade, um “galope incessante em direção ao reino do futuro ”. Ora, ora: cá estamos nós outra vez às voltas com o tempo. O futuro, escreve Paz, seria uma “terra feita de uma substância evanescente: o tempo. Tão logo é tocado, o futuro se dissipa. O progresso é fantasmal ”. O progresso despreza o passado e atropela o presente em nome de um único tempo que, a rigor, não existe.
O progresso é brutal e insensível, desconhece o matiz e a ironia, fala através de proclamas e Ordens, anda sempre depressa e jamais se detém. A decadência mistura suspiro e sorriso (...). É uma arte de morrer, isso é, de viver morrendo .
Saber morrer é condição para se viver do lado da delicadeza? “Filosofar é aprender a morrer”, escreveu Montaigne. Voltamos, por linhas tortas, à finitude e seu valor para o humano como “ser para a morte”. Paradoxalmente, o ensaio de Octavio Paz nos faz pensar que o valor da finitude não é tributário da aceleração que precipita os sujeitos rumo ao futuro, isto é, à morte. Muito ao contrário. A finitude adquire valor na medida em que o sujeito desiste de se tornar “senhor do tempo”. Na medida em que faz, da vivência temporal, experiência. Do contrário, observa ainda Octavio Paz, a vida perde o sentido. Por trás da enorme variedade de bens que nos fazem correr como condenados – condenados a aproveitar ao máximo nosso tempo – existe o que? “Nada, não encontro nada. Tudo são meios, tudo serve, tudo é meio para se obter – o que ?” (coisas e mais coisas que não temos tempo para desfrutar...). Eis aí mais um autor nos leva a pensar que a delicadeza depende do uso que fazemos do tempo.
3. Aproveitar o tempo!
Mas o que é o tempo, para que eu o aproveite?
Aproveitar o tempo!
Desde que comecei a escrever, passaram-se cinco minutos. Aproveitei-os ou não?
Se não sei se os aproveitei, que saberei de outros minutos?
(Álvaro de Campos).
O artista brasileiro Sérgio Fingermann faz uma articulação entre a delicadeza, o uso do tempo e a voracidade do mercado, na mesma linha do ensaio de Octavio Paz. Para Fingermann, a delicadeza “é uma posição ética. Protege o que está à margem do mercado. A idéia do valor ilimitado da expansão (expansão de dinheiro, poder, visibilidade, objetos, etc.) produz efeitos fascistas. A delicadeza protege a memória daquilo que a expansão do capitalismo destruiu ”.
O valor ético e estético da delicadeza reside, por um lado, na intenção de frear a máquina de expandir poder e concentrar riqueza do capitalismo (que não será superado, entretanto, através de recursos delicados) e, por outro lado, em dar lugar ao que tende a desaparecer por ficar excluído dessa lógica. O poeta inglês John Berger assim se referiu ao que fica excluído da lógica dos meios a que se refere Paz:
Os poemas, que não lidam com desfechos de nenhuma ordem, atravessam os campos de batalha, cuidam dos feridos e ouvem os monólogos delirantes de triunfantes e derrotados. Trazem consigo uma espécie de paz. Não por qualquer virtude anestesiante ou de fácilconsolação, mas por conterem o reconhecimento e a promessa de que as experiências não podem desaparecer como se nunca tivessem existido.
Delicadeza e experiência
No trecho acima, reconhecemos a relação entre a delicadeza, a transitoriedade, a poesia, a memória e o valor da finitude. Chegamos agora, não numa abordagem frontal, mas pelas margens, ao filósofo que melhor compreendeu o valor da delicadeza, assim como os estragos causados por seu desaparecimento como efeito da aceleração do tempo na modernidade: Walter Benjamin.
Em um texto escrito no período entre guerras, na Alemanha, Benjamin analisou a impossibilidade de os soldados que voltaram do front depois da primeira guerra, transmitirem às pessoas próximas o que tinham vivido. Depois de algumas considerações sobre a velocidade dos primeiros bombardeios aéreos da história, Benjamin estabelece uma importante diferença entre experiência (ehrfärung) e vivência (ehrlebniz) para explicar por que os soldados, cuja vida psíquica ficara limitada durante o período da guerra à atividade de “aparar choques”, tinham ficado mais pobres, e não mais ricos em experiência.
Neste ensaio, um dos mais conhecidos de Walter Benjamin, a desmoralização da experiência está diretamente ligada à aceleração da temporalidade, nas primeiras décadas do século XX. Assim como o filósofo Henry Bergson e na trilha aberta por Freud, Benjamin considera que o trabalho psíquico de aparar os choques a que a vida moderna expõe ininterruptamente as pessoas – e nesse caso, a imagem dos bombardeios seria a metáfora exata – reduziria a vida psíquica (a “vida do espírito”, no dizer de Bergson) à sua dimensão mais pobre: a das funções do sistema batizado por Freud de percepção-consciência. Tanto Bergosn quanto mais tarde Walter Benjamin foram unânimes em considerar que o que chamamos propriamente de vida psíquica tem a ver com o trabalho das camadas consideradas profundas da mente – o pré-consciente e o inconsciente. Este é o trabalho responsável pela memória, que confere ao eu um sentimento de permanência ao longo do tempo assim como de continuidade da existência. Também o devaneio, a fantasia, todas as capacidades criativas da imaginação são gestados nos sistemas pré-consciente e inconsciente.
A experiência participa dessas atividades. Ela é o que dá sentido à vida: transmite a sabedoria do um ancião em seu leito de morte, passa de geração em geração versões fantasiosas das peripécias vividas pelos dos antepassados, perpetua velhas lendas narradas por um contador de histórias (o “narrador” que dá título ao texto) em volta da fogueira, e as aventuras do viajante que volta à aldeia para contar suas aventuras em lugares distantes. A transmissão da experiência através das narrativas propicia um modo de se estar no tempo muito diferente do que conhecemos: o sujeito que escuta uma narrativa será o mesmo a transmiti-la mais adiante. Mas ao contar a história, há de sempre inserir parte de sua experiência na trama. Com isso, deixa de ser o “proprietário” individual de sua passagem pelo mundo. Vive-se em uma temporalidade distendida, em que a vida de cada indivíduo se liga à de seus antepassados e à de seus contemporâneos, como elos em uma delicada corrente tecida de experiências através das gerações.
Esta corrente foi bruscamente interrompida, no século XX, por dois eventos complementares: o rápido desenvolvimento da tecnologia e a primeira guerra mundial, chamada de Grande Guerra pelos que sofreram seus efeitos devastadores. O trecho seguinte é tão importante na crítica à modernidade feita pelo filósofo, que depois de “Experiência e pobreza ” ele o reproduziu, sem tirar nem por, em “O Narrador ”. Assim ele exprime o choque vivido por quem atravessou a guerra:
Uma geração que ainda fora à escola num bonde puxado por cavalos se encontrou ao ar livre numa paisagem em que nada permanecera inalterado, exceto as nuvens, e debaixo delas, num campo de forças de torrentes e explosões, o frágil e minúsculo corpo humano .
Em “O Narrador”, a consideração sobre o “frágil e minúsculo corpo humano” exposto ao campo de forças de torrentes e explosões encerra o capítulo 1, enquanto que em “Experiência e pobreza”, o parágrafo seguinte a este começa com uma ácida consideração sobre a técnica: “Uma nova forma de miséria surgiu com esse monstruoso desenvolvimento da técnica, sobrepondo-se ao homem ”.
A aparente segurança fornecida pela eficácia técnica desmoraliza a experiência. A experiência não tem a força de autoridade das tradições, por exemplo: ela depende da imaginação para se sustentar, e assim permite que cada um formule sua própria versão do que foi transmitido. Mas fornece um conjunto de referências coletivas que ajudam os indivíduos a avaliar os acontecimentos e tomar decisões diante de novas informações. Desgarrados dessas referências, as pessoas ficam ao mesmo tempo esvaziadas de sabedoria e disponíveis para qualquer coisa que lhes for oferecida ou imposta. “Pois qual o valor de nosso patrimônio cultural se a experiência não mais o vincula a nós? ”
... e aos olhos das pessoas, fatigadas com as complicações infinitas da vida diária e que vêem o objetivo da vida apenas como o mais remoto ponto de fuga numa interminável perspectiva de meios, surge uma existência que se basta a si mesma, em cada episódio, do modo mais simples e mais cômodo, e na qual um automóvel não pesa mais que um chapéu de palha, e uma fruta na árvore se arredonda como a gôndola de um balão .
Nesses parágrafos, Walter Benjamin articula o “desenvolvimento monstruoso da técnica”, a aceleração que ela propicia, o rompimento do elo que ligava as gerações fornecendo sentido e continuidade à vida e, conseqüentemente, a perda do valor da experiência.
Embora não empregue essa palavra, penso também que este tenha sido o filósofo que melhor avaliou as formas de sofrimento, individual e coletivo, que a perda da delicadeza trouxe às sociedades industrializadas do ocidente. Mesmo sem afirmá-lo diretamente, a leitura de Walter Benjamin nos permite pensar que a delicadeza não é um valor que se possa cultivar sozinho; ela depende de condições que devem estar presentes na vida social. Do contrário, só sobrevive como atitude decadentista para entediados, como ornamento ou sinal de sofisticação, quando não de pedantismo.
A não ser, é claro, na voz de alguns poetas. Como contraponto á visão pessimista de Benjamin, termino com um poema do francês Boris Vian, que expressa o obstinado apego de um condenado à morte a coisas que, para ele, são preciosas e delicadas. Com lirismo e ironia, “Ils cassent le monde” (“Eles quebram o mundo”) preserva a delicadeza diante da brutalidade, salva o sujeito da dessubjetivação que pode ocorrer em situações de perda total da liberdade e afirma o amor mundi em situações em que predominam a indiferença e o ódio.
Eles quebram o mundo
Em pedacinhos
Eles quebram o mundo
A marteladas
Mas prá mim tanto faz,
Pra mim, não faz diferença
Ainda me sobra muito
Sobra muito prá mim
Basta que eu ame
Uma pena azul
Uma trilha de areia
Um pássaro assustado
A mim, basta amar
Um capinzinho
Uma gota de orvalho
Um gafanhoto
Eles que quebrem o mundo
Em caquinhos
Sobra muito prá mim
Ainda sobra muito
Terei sempre um pouco de ar
Um filetinho de vida
Um brilho de luz no olhar
E o vento nas urtigas
E mesmo se, mesmo se
Me enfiarem na cadeia
Sobra muito prá mim
Ainda sobra muito
Me contento em amar
Essa pedra gasta
Esses ganchos de ferro
Onde há sangue grudado
Eu amo, eu amo
A madeira gasta da cama
O estrado e a palha
A poeira do sol
Amo o postigo que se abre
Esses homens que entram
Que avançam e me levam
Ao encontro da cor
Amo as traves compridas
A lâmina triangular
Os senhores de preto
É minha festa e me orgulho
Eu amo, eu amo
O cesto cheio de palha
Onde hei de pousar a cabeça
Ah, eu amo prá valer
Me contento em amar
Um ramo de erva azul
Uma gota de orvalho
Um pássaro assustado
Eles quebram o mundo
Com seus martelos pesados
Mas ainda me sobra muito
Sobra muito prá mim, meu amor .
23 de fev. de 2014
Poesía y delicadeza, sendero de luz sobre los escombros
En la película El paciente inglés, Naveen Andrews y Juliette Binoche fueron los protagonistas de una de las más bellas escenas de seducción del cine.
Foto capturada no blog Lucio In The Sky
20 de fev. de 2014
VITÓRIA! Senado derruba proposta de redução da maioridade penal
PARABÉNS Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
PARABÉNS senadora Lúcia Vânia (GO) pelo seu corajoso voto dissidente.
PARABÉNS senadores do PT, PMDB, Psol, PCdoB e do PSB por não se renderem a ilusão fabricada de que a redução da maioridade penal resolve o problema da criminalidade.
Texto rejeitado pela CCJ previa que adolescentes reincidentes e acusados de crimes inafiançáveis fossem julgados como adultos em casos específicos. Maioria da comissão entendeu que mudança é inconstitucional por violar direitos fundamentais da criança e do adolescente
Por 11 votos a oito, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou a proposta de reduzir a maioridade penal dos atuais 18 para 16 anos em casos específicos. O texto, de autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), foi derrubado com o voto de cinco senadores do PT, dois do PMDB e um do Psol, do PSDB, do PCdoB e do PSB. A rejeição foi comemorada por militantes de direitos humanos que lotaram o auditório da CCJ contra a mudança na Constituição. Os debates se prolongaram por mais de duas horas, com a manifestação de posições contrárias e favoráveis à revisão da imputação penal.
Ao grito de “fascista”, Aloysio Nunes chegou a ser interrompido por um ativista no momento em que defendia a aprovação de sua proposta de emenda constitucional. “Fascista é quem grita e interrompe. Fascista é você!”, retrucou o tucano.
Pela proposta dele, responderiam criminalmente como adultos adolescentes acusados de praticar delitos inafiançáveis, como crime hediondo, tráfico de drogas, tortura e terrorismo, ou reincidentes em lesões corporais ou roubo qualificado, desde que houvesse, no entanto, parecer favorável de promotor da Infância e autorização da Justiça.
Inconstitucionalidade
A maioria da CCJ, no entanto, derrubou a PEC de Aloysio, alinhando-se ao senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), autor de um voto em separado, que classificava como inconstitucional essa tentativa de mudança na Constituição. Para ele, alterar a maioridade penal viola direitos fundamentais, incluídos entre as chamadas “cláusulas pétreas”, aquelas não passíveis de modificação. Segundo ele, além de inconstitucional, a proposta agravaria o problema do sistema penitenciário brasileiro.
“Estamos ferindo o texto constitucional. Além do mais, essa pretensa solução aqui apresentada, ao contrário de resolver o problema, só irá trazer outros problemas, encher as penitenciárias do falido sistema penitenciário brasileiro de mais filhos da pobreza deste país e agravar ainda mais um problema deste país”, disse Randolfe. “O ingresso antecipado no falido sistema penal brasileiro expõe adolescentes a mecanismos reprodutores de violência, aumento de chance de violência. As taxas de reinserção penitenciária mostram que o sistema não ressocializa”, acrescentou.
Aloysio negou haver qualquer inconstitucionalidade na revisão da maioridade penal. “Os direitos individuais são direitos à expansão da personalidade do indivíduo, à sua realização como ser humano. Não comportam o direito de matar, estuprar, sequestrar e ser submetido a uma legislação protetora. Esta é uma hipótese real que está hoje colocada diante de todos nós. Cabe a nós decidirmos: aqueles que cometem crimes hediondos, bárbaros, são sempre considerados incapazes de compreender o seu ato?”
Cautela
O tucano argumentou que a medida seria aplicada apenas em casos de excepcional gravidade, ainda assim, apenas com o respaldo do Ministério Público e da Justiça. “É uma medida absolutamente cautelosa, que se justifica diante do fato. Não está escrito na natureza humana que entre 16 e 18 anos a pessoa não seja capaz de assumir responsabilidade. Pode, sim, assumir”, afirmou o senador, ressaltando que a legislação brasileira permite que maiores de 16 e menores de 18 façam testamento, prestem depoimento à Justiça, se emancipem mesmo sem o consentimento dos pais, casem e votem. “É uma decisão de política legislativa. Não é um direito individual”, resumiu.
Professor de Direito Constitucional e ex-procurador de Justiça, o senador Pedro Taques (PDT-MT) apoiou o entendimento de Aloysio de que a mudança não alcançava cláusulas pétreas da Constituição. “Não é uma cláusula pétrea, porque os direitos fundamentais são universais e categóricos, como a liberdade, a vida, a propriedade. O direito de existir aqui é igual na China, nos Estados Unidos, no Japão.”
Políticas públicas
Os argumentos de Aloysio Nunes e Pedro Taques não convenceram a maioria da comissão. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), por exemplo, argumentou que alterar a idade penal não inibe a criminalidade entre os adolescentes. “A responsabilização penal no Brasil começa aos 12 anos, por meio de medidas socioeducativas”, disse o peemedebista, referindo-se à idade prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Para ele, a solução passa pela adoção de políticas públicas, como a implantação de educação integral para crianças e adolescente. “A solução é estabelecer a redução da maioridade penal e deixar na mão do promotor, do juiz, do desembargador, do ministro para um sistema que deveria ser diferenciado e não é?”
Autor de um projeto que reduz a imputabilidade penal para os 13, Magno Malta (PR-ES) defendeu que criança ou adolescente de qualquer idade que cometa crime hediondo seja julgado como adulto. “Já tive 16 anos. Sabemos que não muda nada. É a mesma pessoa com os mesmos complexos.”
Os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Eduardo Suplicy (PT-SP), Humberto Costa (PT-PE), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Inácio Arruda (PCdoB-CE) e Ana Rita (PT-ES) também discursaram contra a redução da maioridade. O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) fez uso da palavra para defender a aprovação da redução da maioridade penal. Mas não estava presente no momento da votação.
“Meio-termo”
O texto rejeitado foi relatado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que não participou da reunião por estar em compromisso fora de Brasília. Mesmo assim, seu voto foi computado, já que ele havia deixado o parecer pronto. O peemedebista rejeitou outras cinco proposições que reduziam a maioridade para 13, 15 e 16 anos. Para ele, a proposta de Aloysio representava “um meio-termo” ao prever situações de maior gravidade em que o adolescente será julgado como maior de idade.
De acordo com a PEC 33/2012, os jovens entre 16 e 18 anos condenados começariam a cumprir pena em estabelecimento distinto daquele destinado aos maiores de 18 anos. O prazo para a contagem da prescrição do crime ficaria suspenso até que a decisão sobre a imputabilidade penal fosse julgada em última instância (fonte: UOL)
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19 de fev. de 2014
Justiceiros: de volta à barbárie do olho por olho, dente por dente
"Em momento algum a vingança, a violência, a tortura podem ser confundidas com justiça"
Ricardo de Lima
Três homens envolvidos em assaltos são espancados em Goiânia
População não esperou a polícia e decidiu agir com violência.
Ordem dos Advogados é contra esse tipo de atitude.
Assiste reportagem completa AQUI
Três homens foram espancados em menos de 24 horas em Goiânia. Todos estavam envolvidos com assaltos e alguns moradores não esperaram a polícia e decidiram agir com violência.
Após uma tentativa de assalto, Alcenor Neto foi pego pelos vizinhos. Imagens feitas por um dos vizinhos mostram que quando o espancamento parecia ter terminado, um homem se aproxima e puxa o assaltante pela perna. As pessoas pedem calma. Alcenor apanhou tanto que foi levado para o hospital.
Israel de Moraes também foi agredido depois de assaltar a esteticista Cassia Pereira. Três rapazes viram o assalto e perseguiram o homem, que só parou porque bateu com o carro. Ele foi amarrado e apanhou bastante.
A vítima reprovou o espancamento: "Eu não faria o que eles fizeram, porque eu acho errado. Toda pessoa tem a chance de se arrepender do que faz".
Em outro caso, um adolescente ficou amarrado na grade durante 20 minutos. Foram os operários de uma construção que o prenderam depois que ele tentou roubar uma moto. Antes de ser preso pela polícia, o homem levou chutes.
A Ordem dos Advogados de Goiás mandou representantes das comissões de direitos humanos e de segurança pública percorrerem as delegacias onde os casos foram registrados. A OAB quer que seja garantida punição para quem cometeu os furtos e roubos, mas também para quem praticou as agressões contra os assaltantes.
"A resposta não é essa, o cidadão fazer justiça com as próprias mãos, até porque eles estarão se igualando àqueles crimes que eles desejam repelir", opina Henrique Tibúrcio, presidente da OAB de Goiás.
O sociólogo Ricardo de Lima considera inadmissível este tipo de comportamento agressivo: "Em momento algum a vingança, a violência, a tortura podem ser confundidas com justiça" (Fonte: Jornal Hoje).
Foto de Ilustração: imagem do filme “Um cão andaluz” de Luis Buñuel e Salvador Dalí
18 de fev. de 2014
Estatuto da Família – deputados conservadores querem impor modelo único de família no Brasil
“Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças…”
Gonzaguinha
Família: "Pessoas que a gente ama e querem ficar juntas".
Júlia Azevedo, 5 anos
“A bancada conservadora do Congresso Nacional aprontou mais uma!
O Estatuto da Família – PL 6583/2013 que está tramitando no Congresso Nacional apresenta em seu Art. 2º Para os fins desta Lei, define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
Acho que eles não leram o resultado do último senso do IBGE que diz que 37,3% das famílias são compostas por mulheres e filhos, sem contar as infinitas composições de família” (texto postado no perfil de Márcia Oliviera).
Participem da enquete AQUI!
Fonte: definição de família construída pela pequena Júlia Azevedo foi copilada da enquete realização pelo Correio Popular - Campinas (SP).
Foto capturada no UOL em 16 de outubro de 2012.
16 de fev. de 2014
“Soul Parsifal” para os meus irmãos
"Eu tenho desejo e um coração
Tenho coragem e sei quem eu sou
Eu tenho um segredo e uma oração…
Tenho jasmim, tenho hortelã
Eu tenho um anjo, eu tenho uma irmã
Com a saudade teci uma prece
E preparei erva-cidreira no café da manhã…”
Legião Urbana
“Celeste” - primeira verão da canção Soul Parsifal, interpretada por Renato Russo e Marisa Monte
Foto capturada na postagem “Amor entre irmãos!!!” do blog de Ruth Lemos
15 de fev. de 2014
Para uma definição do terrorismo por Leonardo Boff
“É importante que se entenda que o terrorismo não é um fenômeno da guerra, mas da política. O terrorismo irrompe no seio de grupos insatisfeitos com os rumos da política do país ou da economia e que já não acreditam nas instituições, nem no diálogo e muito menos em mudanças sociais significativas. Pode até ocorrer que se opõem de tal maneira ao sistema mundial e nacional vigente, o capitalismo neoliberal, que investem contra seus símbolos, danificando-os. Ilusoriamente pensam que destruindo-os atingem o coração do sistema. Esse não se muda pela violência puntual mas por um processo histórico-político, por mais prolongado que seja. Tais grupos vem carregados de ressentimento, de amargura e de raiva. Dão vasão a este estado de ânimo através de ações destrutivas”.
Veja abaixo o artigo completo
As manifestações massivas de junho/julho de 2013, em grande parte pacíficas e as outras havidas neste ano de 2014 que mostraram a atuação violenta dos black blocs que, mascarados, quebram agências de bancos, vitrines de lojas e depredam edifícios públicos, atacam violentamente policiais, culminando com a morte do cinegrafista Santiago Andrade, suscitaram o tema do terrorismo.
É importante que se entenda que o terrorismo não é um fenômeno da guerra, mas da política. O terrorismo irrompe no seio de grupos insatisfeitos com os rumos da política do país ou da economia e que já não acreditam nas instituições, nem no diálogo e muito menos em mudanças sociais significativas. Pode até ocorrer que se opõem de tal maneira ao sistema mundial e nacional vigente, o capitalismo neoliberal, que investem contra seus símbolos, danificando-os. Ilusoriamente pensam que destruindo-os atingem o coração do sistema. Esse não se muda pela violência puntual mas por um processo histórico-político, por mais prolongado que seja. Tais grupos vem carregados de ressentimento, de amargura e de raiva. Dão vasão a este estado de ânimo através de ações destrutivas.
Paradigmático foi o atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos. Num lapso de uma hora, os símbolos maiores da ordem capitalista no nível econômico as duas Torres Gêmeas em Nova Iorque, no nível militar o Pentágono e no nivel político a Casa Branca (o avião destinado a ela foi derrubado antes) foram diretamente golpeados.
A partir de então se instalou o medo em todo o país. E o medo produz fantasmas que desestabilizam as pessoas e a ordem vigente. Assim, por exemplo, um árabe, em Nova York, pede uma informação a um policial e este o prende, imaginando ser um terrorista. Depois se verifica ser um simples cidadão inocente. Com frequência o Governo norte-americano, especialmente, sob o Presidente Bush, assustava a nação inteira, anunciando a iminência de atentados. Embora não tenham acontecido até agora, acabam alimentando a paranóia generalizada.
Esta femenologia mostra a singularidade do terrorismo: a ocupação das mentes. Nas guerras e nas guerrilhas como na Colômbia precisa-se ocupar o espaço físico para efetivamente se impôr. Assim foi no Afeganistão e no Iraque. No terror não. Basta ocupar as mentes e ativar o imaginário através da ameaça de novos atentados e do medo que então se internaliza nas pessoas e nas instituições.
Os norte-americanos ocuparam fisicamente o Afeganistão dos talibãs e o Iraque de Saddan Hussein. Mas a Alqaeda que perpetrou os atentados, ocupou psicologicamente as mentes dos norte-americanos. Fizeram dos EUA uma nação refém do medo, do Governo ao simples cidadão.
A profecia do autor intelectual dos atentados de 11 de setembro, o então ainda vivo Osama Bin Laden, feita no dia 8 de outubro de 2001, infelizmente, se realizou: “Os EUA nunca mais terão segurança, nunca mais terão paz”. Ocupar as mentes das pessoas, mantê-las desestabilizadas emocionalmente, obrigá-las a desconfiar de qualquer gestou ou de pessoas estranhas, eis o que o terrorismo almeja e nisso reside sua essência.
Para alcançar seu objetivo de dominação das mentes, o terrorismo segue a seguinte estratégia:
(1) os atos têm de ser espetaculares, caso contrário, não causam comoção generalizada;
(2) os atos, apesar de odiados, devem provocar admiração pela sagacidade empregada;
(3) os atos devem sugerir que foram minuciosamente preparados;
(4) os atos devem ser imprevistos para darem a impressão de serem incontroláveis;
(5) os atos devem ficar no anonimato dos autores (usar máscaras) porque quanto mais suspeitos, maior o medo;
(6) os atos devem provocar permanente medo;
(7) os atos devem distorcer a percepção da realidade: qualquer coisa diferente pode configurar o terror. Basta ver alguém das comunidades pobres da periferia, ou os rolezinhos entrando nos shoppings e já se projeta a imagem de um assaltante potencial.
Formalizemos uma compreensão suscinta do terrorismo: é toda violência espetacular, praticada com o propósito de ocupar as mentes com medo e pavor.
O importante não é a violência em si, mas seu caráter espetacular, capaz de dominar as mentes de todos.
Um dos efeitos mais lamentáveis do terrorismo foi ter suscitado o Estado terrorista como os EUA. Criou-se uma legislação que fere os direitos humanos, impõe vigilância sobre toda a população, criou o organismo de segurança nacional com altas verbas para sua implantação em todo o pais, projetou a “guerra infinita” contra o terrorismo em qualquer parte do mundo com a ameaça de utilização de qualquer tipo de arma, não excluidas as armas nucleares. E organizou uma rede de espionagem eletrônica global que tudo e a todos controla.
Está em debate no Ministério da Justiça, nos órgãos de segurança do Estado e no Parlamento uma legislação visando tipificar os atos destrutivos dos black bocs de terrorismo. Sem dúvida, os atos obedecem à lógica terrorista mas não significa ainda um terrorismo articulado e organizado. Há o risco, já advertido pelo Ministro da Justiça Eduardo Cardoso, de não instaurarmos o medo na sociedade que acaba inibindo as manifestações populares, legítimas no regime democrático. O próprio povo com medo acaba se retraindo e terá dificuldade em apoiar estas manifestações legítimas.
Mais importante em saber quem cometeu e comete atos de terrorismo é saber o porquê se recorre a ele. Ai a importância do acompanhamento dos órgãos de informação, do diálogo aberto com todos os estratos da sociedade, especialmente, com aqueles mais penalizados pelo tipo de sociedade que temos, altamente desigual e discriminatória. Difundir mais e mais a educação e infundir confiança, amor às pessoas e cuidado de uns para com os outros como o disse, exemplarmente, a esposa do cinegrafista Sebastião Andrade e o enfatizou recentemente a ministra Maria do Rosário da Secretaria Nacional de Direitos Humanos num encontro na OAB do Rio a propósito da Comissão da Verdade.
São caminhos de outro tipo de estratégia política, certamente mais eficazes que a pura e simples repressão policial que ataca os efeitos mas não atinge o coração do problema deste terrorismo ainda inicial.
Veja do autor, Fundamentalismo, terrorismo, religião e paz, Vozes, Petrópolis 2009.
Fonte: Blog Leonardo Boff, 14 de fevereiro de 2014.
Colaboração: perfil do Facebook de Rôzi-Mayry Duarte em 15 de fevereiro de 2014.
13 de fev. de 2014
Má educação! Menino faz xixi na cama e pai o deixa de castigo sem roupas no meio da rua
Garoto de cinco anos ficou sentado no asfalto em Praia Grande, SP.
Criança ficou nua no meio da rua ao lado do colchão até que ele secasse.
Moradores do bairro Vila Mirim, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, ligaram para a Polícia Militar e para o Conselho Tutelar para denunciar maus-tratos contra uma criança. De acordo com as denúncias, um homem colocou o filho, um garoto de cinco anos de idade, de castigo após o menino ter urinado no colchão durante a noite. A criança ficou nua no meio da rua, ao lado do colchão urinado, até que o mesmo secasse no sol. Na hora do incidente, a sensação térmica em Praia Grande estava acima dos 40º C, segundo a Base Aérea de Santos.
Uma vizinha, que preferiu não se identificar, afirma que o pai das crianças as agride fisicamente e verbalmente. “Ele tem quatro filhos pequenos e a esposa está grávida. Esse menininho ficou de castigo, no calor, totalmente pelado. Ele tentava cobrir as partes intimas constrangido”, afirma.
Ela diz que os vizinhos, revoltados com a situação, tentaram ligar para a Polícia Militar e Guarda Municipal, que acionou o Conselho Tutelar. “Um rapaz do conselho chegou na residência, porém o pai já tinha mandado o filho voltar para dentro de casa. Após alguns minutos, o rapaz do Conselho Tutelar saiu da residência e foi embora”, diz.
De acordo com a vizinha, o garoto ficou por mais de três horas no sol ao lado do colchão e pedia por água para o pai. “Ele ficou com o bumbum no chão quente durante várias horas. Nós tentamos nos aproximar e falar com ele, porém ele dizia que o pai o tinha proibido de falar o que estava acontecendo para os outros”, declara.
O conselheiro tutelar Fabio Meneghelo foi até o local após receber um chamado da Guarda Municipal. Ele conta que conversou com os pais do garoto. "A mãe realmente afirmou que colocou o colchão no sol e, depois, fechou o portão deixando o garoto do lado de fora de castigo. Em um primeiro momento, não havia sinais de maus-tratos. Mas, é claro, destaquei que essa não era uma maneira correta de castigar a criança, que teve o seu direito violado. Eu a adverti sobre esse tipo de castigo indevido, pois esta não é uma medida de correção", conclui (Fonte G1)
Segue abaixo algumas dicas do pediatra Paulo Fontella Filho de como os pais e os educadores de crianças pequenas devem lidar com a enurese infantil (xixi na cama).
Xixi na cama (Enurese)
Definição
Define-se enurese como a eliminação involuntária de urina com características de micção normal, durante o sono, em pacientes com trato urinário normal, em idade em que o controle miccional está habitualmente presente.
Considera-se que a partir de cinco anos de idade a maioria das crianças saudáveis já tem controle miccional.
Incidência
• Aos cinco anos de idade, 15% das crianças fazem "xixi"na cama. A partir dessa idade, a taxa de resolução espontânea anual é de aproximadamente 15%.
• Aos 15 anos de idade, cerca de 1% das crianças ainda permanecem enuréticas. Os meninos são em geral mais afetados que as meninas, em uma relação de 3:2, ou seja para cada 3 meninos com este problema, existem 2 meninas.
Classificação
A Enurese pode ser classificada de duas maneiras diferentes:
Primária: a criança sempre teve enurese ( sempre fez "xixi" na cama ).
Secundária: a criança volta a fazer "xixi" na cama, após um período de controle miccional.
Quais são as causas?
A enurese é considerada basicamente um sintoma associado a vários fatores que interagem entre si, não se tendo definido qual deles é o mais importante.
1. Atraso da maturação e do desenvolvimento neurológico:
É o fator mais comum, porém não universalmente aceito. Presume-se um atraso na maturação do controle urinário. Este fator explica a tendência natural de resolução com a idade.
2. Fatores psicológicos:
Na enurese primária não se documenta associação com problemas psicológicos importantes. Eventos causadores de tensão psicológica (separação dos pais, nascimento de irmão, mudança de residência ou escola, hospitalização) são importantes na gênese da enurese secundária, particularmente quando ocorrem entre dois e quatro anos de idade.
3. Fatores orgânicos
É citada uma relação entre enurese e obstipação intestinal ( criança ressecada ). A compressão da bexiga pelo intestino repleto de fezes pode diminuir a capacidade de volume da bexiga, causando a perda de urina.
4.Fatores endócrinos
Estão relacionados a alterações na produção do hormônio antidiurético ( hormônio que controla o volume urinário ), com conseqüente aumento do volume urinário noturno, ultrapassando a capacidade de armazenamento da bexiga.
5. Fatores genéticos
A hereditariedade está bem documentada nesta doença:
• Se ambos os pais tiveram enurese, a probabilidade da criança também apresentar é de 77%
• Se apenas um dos pais foi enurético, cai para 44%
• Se nenhum dos pais tem antecedentes de enurese, cai a probabilidade para 15%
Quando e quem tratar ?
Nem todos os pacientes requerem tratamento para enurese noturna. Após avaliação, tranqüilização da família e orientação, muitos pacientes e pais não desejarão tratamento, pois estarão cientes da história natural da enurese, ou seja da resolução espontânea.
Quando desejado, o tratamento deve estar baseado em necessidades individuais, idade, e motivação. Como orientação geral, o tratamento deve ser oferecido quando a criança fica incomodada com os sintomas.
Até os cinco anos de idade, um eventual tratamento deve se basear apenas em medidas de orientação e motivação, não estando indicada qualquer terapêutica medicamentosa. A partir dos seis anos, a enurese pode levar a uma redução da autonomia social da criança, como não querer dormir na casa dos amiguinhos, ir a acampamentos, etc., com prejuízo de sua confiança e auto-estima. Justifica-se assim a intensificação do planejamento terapêutico, incluindo a utilização de medicamentos.
Treinamento miccional
Deve ser baseado no seguintes itens:
• Restringir líquidos após às 18:00 horas
• Antes de dormir, levar a criança para urinar
• Acordar a criança no meio da noite e levá-la para urinar
Terapia de motivação
• Jamais repreender a criança pelo fato de ter feito "xixi"na cama
• Explicar para a criança que isto é um problema temporário, e que você sabe que ela não faz isto por que quer
• Fazer a criança participar na troca das roupas de cama, após ter molhado a cama, mas nunca fazendo comentários ou repreensão pelo fato. A criança deve apenas participar do trabalho.
Psicoterapia
O conhecimento cada vez maior da fisiopatologia da enurese primária diminui a utilização de métodos psicoterápicos. Admite-se que em casos de enurese secundária exista um fator causal envolvido, geralmente proveniente do relacionamento familiar. Nesta situação, há necessidade de um apoio psicológico especializado.
Farmacológico
O tratamento medicamentoso existe, mas hoje em dia é raramente usado e será indicado de preferência por um profissional especializado.
Veja mais informações
Conheça tratamentos para crianças que fazem xixi na cama
Xixi na cama... Xi que drama!
Xixi na cama: só 10% têm causa emocional
Colaboração: perfil do Facebook de Célio Viana, pai carinhoso de cinco lindas meninas
10 de fev. de 2014
Luto por Santiago Ilídio de Andrade
Cerca de 50 repórteres-fotográficos e cinegrafistas se reuniram às 17h45 desta segunda-feira, 10, ao redor da Igreja da Candelária, no centro do Rio, para prestar uma homenagem ao cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, cuja morte cerebral foi declarada pela manhã.
Divulgando a Nota da Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio (Arfoc) sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade
MAIS UM CORPO PARA CHORARMOS E ENTERRARMOS
Morreu hoje, no Hospital Municipal Souza Aguiar, o associado Santiago Ilídio de Andrade, 49 anos, casado, pai de quatro filhos, repórter cinematográfico, atingido na cabeça por um artefato pirotécnico aceso por um Black Bloc, durante a manifestação contra o aumento de passagens de ônibus no último dia 6, no Centro do Rio.
Santiago é mais uma vítima da irresponsabilidade das empresas jornalísticas, que se recusam a fornecer equipamentos de segurança, treinamento e estabelecer como regra primordial de segurança o impedimento do profissional trabalhar sozinho.
Nós, jornalistas de imagem, exigimos que as autoridades de segurança do Estado do Rio de Janeiro instaurem, imediatamente, uma investigação criminal para apurar quem defende, financia e presta assessoria jurídica a esse grupo de criminosos, hoje assassinos, intitulados “Black Blocs”, que agridem e matam jornalista e praticam uma série de atos de vandalismos contra o patrimônio público e privado.
O repórter cinematográfico Santiago Ilídio de Andrade é o terceiro jornalista morto durante o exercício profissional, pela violência que se banalizou no Rio de Janeiro. Até quando vamos ter que chorar e enterrar mais um companheiro?
Luiz Hermano
Presidente da ARFOC–Brasil
Alberto Jacob Filho
Presidente da ARFOC-Rio
Foto capturada no ESTADÃO, em 10 de fevereiro de 2014.
8 de fev. de 2014
José e Pilar, tardio e afortunado amor!
Dedico essa postagem a dois amigos, a querida Oraida Abreu que se foi e ao terno e cuidadoso Luiz Valentim que ficou!
Dedico este post a dos amigos, la querida Oraida Abreu que se fue y el cuidadoso y tierno Luiz Valentín que se quedó!
José Saramago e Pilar Del Río, para alguns afortunados a vida real é mais apaixonante que a ficção.
José Saramago y Pilar del Río, para algunos afortunados la vida real es más emocionante que la ficción.
Quanto mais velho, mais livre; e quanto mais livre, mais radical”
José Saramago
Cuanto más viejo, más libre y cuanto más libre, más radical "
José Saramago
Abaixo o filme completo
A continuación la película completa
“José e Pilar, filme de Miguel Gonçalves Mendes, um documentário intimista que mostra a relação do escritor José Saramago com a sua mulher Pilar Del Río. A produção é uma co-produção entre Portugal, Brasil (dos produtores de A Cidade de Deus) e Espanha (dos produtores de Fala Com Ela)” – Fonte: OBVIOUS
"José y Pilar, película de Miguel Gonçalves Mendes, un documental intimista que muestra la relación del escritor José Saramago con su esposa Pilar del Río. La producción es una coproducción entre Portugal, Brasil (productores de La Ciudad de Dios) y España (Productores de hablar con él) "- Fuente: OBVIOUS
Da trilha sonora do filme “José e Pilar”
De la banda sonora de la película "José y Pilar"
Baixe a trilha sonora do filme José e Pilar AQUI
Descarga la banda sonora de la película José y Pilar AQUI
Ao final do filme, José Saramago, dois anos antes de sua morte, diz a Pilar: “nos encontraremos em outro sítio”.
Al final de la película, José Saramago, dos años antes de morir, le dijo a Pilar: "nos encontramos en otro sitio."
7 de fev. de 2014
Município de Luziânia (GO/BR) implanta protocolo de atendimento à pessoa em situação de violência sexual
Seminário de Implantação do Protocolo de Atendimento à Pessoa em Situação de Violência Sexual – Município de Luziânia (GO)
Watherson Roriz de Oliveira, secretário municipal da saúde de Luziânia, e Sanderli Dionísio Pereira Borba , técnica da Gerência Especial da Saúde da Mulher, Criança e do Adolescente, coordenaram as atividades do seminário
O protocolo de atendimento foi construído, pactuado e assinado como um compromisso comum entre as áreas da segurança pública, da assistência social e da saúde, bem como, dos representantes do Ministério Público na cidade de Luziânia.
Cida Alves, psicóloga da Divisão de Vigilâncias às Violências e Promoção da Saúde/ SMS Goiânia, foi a expositora do tema “Humanização do atendimento à pessoa em situação de violência”.
Veja abaixo a programação completa
DIA – 04/02/2014
8h00min
Acolhimento e credenciamento
Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia
9h00min
Abertura
Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia
11h00mim
Cronologia das Violências e Contextualização das Políticas Nacionais de Atenção às Pessoas em Situação de Violências Sexual. Portaria 528 /2013 e a Lei 12.845/2013
Sanderli - Gerente Especial de Saúde da Mulher, Criança e Adolescente – SPAIS
11h30min
Humanização no atendimento à pessoa em situação de violência sexual
Maria Aparecida Alves da Silva - Técnica da Divisão das Vigilâncias das Violências e Promoção da Saúde - Departamento de Epidemiologia da Coordenação de Vigilância em Saúde Secretaria Municipal de Saúde
12h30min - ALMOÇO
13h30min
Protocolo do atendimento a pessoa em situação de violência sexual -Norma Técnica do MS 2012.
Drª Marce Divina de Paula Costa - Coordenadora do Programa de atendimento a pessoa em situação de violência sexual do HMI
14h30min
Doenças sexualmente transmissíveis resultantes dos agravos da violência sexual - Norma Técnica do MS 2012.
Patrícia Silva Nunes - Técnico da Gerência de Programas Especiais/SPAIS
15h30min
Profilaxia e tratamento dos agravos resultantes da violência sexual – DST/AIV- Norma Técnica do MS 2012.
Viviane Cassia - Técnica da Gerência de Assistência Farmacêutica
16h30min
Encerramento
Secretaria Municipal de Saúde de Luziânia