31 de ago. de 2018

“Uma nação em que a classe dominante é de filhos ou descendentes de senhor de escravo leva na alma o pendor, o calejamento do senhor de escravo" (Darcy Ribeiro).

 
Foto: Documentário "Menino 23¨de Belisario Franca.



“Na fina camada entre a memória e o esquecimento, por vezes o que se revela, desconcertante e assustador, é o presente”
 (Menino 23 – Documentário Infâncias Perdidas). 


 

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“Uma nação em que a classe dominante é de filhos ou descendentes de senhor de escravo leva na alma o pendor, o calejamento do senhor de escravo. Quem é o senhor de escravo? É aquele que compra um homem e o negócio dele é tirar desse homem com chicote a renda que ele pode dar. Enquanto o escravo está condenado a lutar por sua liberdade e ir para o quilombo, o senhor de escravo ao contrário: está condicionado a usar o escravo como carvão que se queima para produção, para ter mais lucro. Não [se deve] jogar toda a culpa [da ditadura] sobre os militares. Eles foram instrumentos de uma classe dominante infecunda. É preciso olhar, apontar e acusar essa classe. É isso que tenho feito” ( Darcy Ribeiro ).


"Ou você leva a sério que esse povo é pra ser alfabetizado e o que vale aqui é a criança e o povo, ou você assume a atitude sacana da classe dominante, que sempre achou que o povo é uma espécie de negro escravo dela, carvão pra queimar, e não importa o que acontece com ele. Essa é a postura do brasileiro comum, uma postura perversa e pervertida" (Darcy Ribeiro).




“Não há lugar no mundo melhor pra se construir um país, do que aqui, mas o Brasil tem uma classe dominante ranzinza, azeda, medíocre, cobiçosa, que não deixa o país ir pra frente” (Darcy Ribeiro).



28 de ago. de 2018

Em respeito à autonomia universitária e ao livre pensamento, o Educar Sem Violência se solidariza com reitoria e professores e professoras da UFSC

Resultado de imagem para Manifestação contra Érika foi responsável pela Operação Ouvidos Moucos, da PF,  UFSC

“Mobilização nacional contra o arbítrio na UFSC

Uma vez que a situação é emergencial e não dá tempo para uma ação mais articulada, propomos que, na semana que vem, todos os professores das universidades brasileiras dediquem 15 minutos no início de suas aulas para expor, denunciar e discutir a escalada do arbítrio na Universidade Federal de Santa Catarina.
Lá, o atual reitor e seu chefe de gabinete estão ameaçados com oito meses de prisão por não terem reprimido manifestações de denúncia ao abuso de autoridade policial que levou à morte do então reitor Luiz Carlos Cancellier. Precisamos nos mobilizar em defesa da liberdade de expressão e da autonomia universitária”.

Luis Felipe Miguel - professor da Universidade de Brasília (UnB)

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"Essa luta [contra a ditadura] nunca acaba. Se nós descansarmos, eles voltam."
"Em nome da liberdade de imprensa, se exerce a liberdade de empresa privada para impor desejos privados à coletividade. Em nome da liberdade de julgar, neofascistas humilham, destroem, matam."

"Esta noite fiquei a pensar quando a Humanidade errou e não parou Hitler no momento certo, quando a Humanidade errou e não parou Mussolini no momento certo... Eles estão de volta. Será que vamos errar de novo e vamos deixá-los tomar o poder?", conclamou. "A democracia não permite descanso. Eles [os fascistas] estão de volta. Temos que pará-los."
 Lédio Rosa de Andrade - desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, sobre a morte do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo (Cao).

Veja mais detalhes do pronunciamento AQUI





Foto: GGN, 28 de julho de 2018

24 de ago. de 2018

Fronteras - Eduardo Galeano & Jorge Abner Drexler


“Los mapas del alma no tienen fronteras, y yo soy patriota de varias pátrias” 

Eduardo Galeano

 




Frontera



Yo no sé de dónde soy,
Mi casa está en la frontera.

Y las fronteras se mueven,
Como las banderas.

Mi patria es un rinconcito,
El canto de una cigarra.

Los dos primeros acordes
Que yo supe en la guitarra.

Soy hijo de un forastero
Y de una estrella del alba,
Y si hay amor, me dijeron,
Y si hay amor, me dijeron,
Toda distancia se salva.

No tengo muchas verdades,
Prefiero no dar consejos.

Cada cual por su camino,
Igual va a aprender de viejo.

Que el mundo está como está
Por causa de las certezas.

La guerra y la vanidad
Comen en la misma mesa.

Soy hijo de un desterrado
Y de una flor de la tierra,
Y de chico me enseñaron
Las pocas cosas que sé
Del amor y de la guerra



Jorge Abner Drexler Prada





Milonga Del Moro Judio


Por cada muro un lamento
En jerusalén la dorada
Y mil vidas malgastadas
Por cada mandamiento
Yo soy polvo de tu viento
Y aunque sangro de tu herida
Y cada piedra querida
Guarda mi amor más profundo
No hay una piedra en el mundo
Que valga lo que una vida
Yo soy un moro judío
Que vive con los cristianos
No sé que dios es el mío
Ni cuales son mis hermanos
No hay muerto que no me duela
No hay un bando ganador
No hay nada más que dolor
Y otra vida que se vuela
La guerra es muy mala escuela
No importa el disfraz que viste
Perdonen que no me aliste
Bajo ninguna bandera
Vale más cualquier quimera
Que un trozo de tela triste
Yo soy un moro judío
Que vive con los cristianos
No sé que dios es el mío
Ni cuales son mis hermanos
Y a nadie le dí permiso
Para matar en mi nombre
Un hombre no es más que un hombre
Y si hay dios, así lo quiso
El mismo suelo que piso
Seguirá, yo me habré ido
Rumbo también del olvido
No hay doctrina que no vaya
Y no hay pueblo que no se haya
Creído el pueblo elegido

Jorge Abner Drexler