26 de mai. de 2018

Fadi Abu Saleh e Ariano Suassuna - "A peleja do sonho com a injustiça"


Com Fadi Abu Saleh #PalestinaLivre e Ariano Suassuna #BrasilDescolonizado tento resistir e não desacreditar no sonho da Justiça e da Liberdade. Não me conformo como os meninos mortos em chamas - os dois pequenos de Linhares e os noves encarcerados de Goiânia. Sem pernas estou, mas até onde der sigo na “peleja do sonho com a injustiça” (Cida Alves).




Foto: Divulgada pela Mídia Ninja

25 de mai. de 2018

Aviso de gatilho: violência e relacionamento abusivo. Sem dúvida o vídeo mais impactante que já fizemos.

Elas viveram relacionamentos abusivos.
E querem alertar mulheres que possam estar nessa situação.

Aviso de gatilho: violência e relacionamento abusivo. Sem dúvida o vídeo mais impactante que já fizemos.



19 de mai. de 2018

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI - poema de Eduardo Alves Costa




Resultado de imagem para Crianças e a Ditadura
 Link do livro "Infância Roubada – Crianças atingidas pela Ditatura Militar no Brasil"  AQUI


Com o poema "NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI" de Eduardo Alves Costa, expresso minha fúria, estampada como bandeira solene, contra todos aqueles que defendem torturadores.

Cida Alves
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NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI 

Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne a aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.
Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas ao tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.
E por temor eu me calo,
por temor aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita – MENTIRA!