"Carcará é malvado, é valentão
Carcará!
Pega, mata e come
Carcará!
Mais coragem do que homem
Carcará!"
João do Vale
Os “carcarás” malvados e valentões não triunfaram!
Inspirada no título do livro da personagem Amadeu Prado - “Um Trem noturno para Lisboa” de Pascal Mercier, defino
meu ofício como um Ourives do Desenvolvimento Humano. A metáfora que construo
para definir meu trabalho é um indiscreto nu frontal do meu orgulho. Ao negar travesti-se
com a máscara da modéstia, minha definição dá bandeira mesmo, é que sou muito orgulhosa
de minha profissão. Não por menos, a Psicologia me levou a universos fabulosos,
tive e tenho o privilégio de passar da soleira das portas e adentrar no mundo
psíquico de seres incríveis, incríveis!
Dramas, dores e desejos foram compartilhados comigo no espaço terapêutico.
E a cada encontro de partilha nessa singular relação humana - Cuidador-cuidado,
saio sempre com o sentimento de que levei vantagem. Vantagem - é essa mesma a
palavra, pois na balança das trocas humanas recebo mais que ofereço, aprendo
mais que ensino.
Sou uma Psicóloga orgulhosa, mas também muito grata a outro
ofício, a Dramaturgia. Tenho formação em psicodrama e a arte dramática
emprestou instrumentos valiosos ao meu ofício de pedra, metal e fogo. Ofício, que
na dureza dos conflitos, incertezas e paixões, busca conexões nos delineados irrequietos
de múltiplas facetas para intensificar o brilho do humano.
Foto: cartaz de divulgação da peça “Blitz - O império que nunca
dorme" do grupo de teatro Trupe Olho da Rua.
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