“A prática da violência, como toda ação, muda o mundo, mas a mudança mais provável é para um mundo mais violento” (ARENDT, 1994, p.58).
Todo ato violento está orientado por uma razão instrumental, ou seja, uma crença irrefutável e amoral de que o fins justificam os meios.
Abaixo alguns depoimentos das atletas:
“Ana Violán, que fez parte da equipe até 2007, contou que uma vez estava passando mal e pediu à treinadora para sair da piscina porque sentia vontade de vomitar. ‘Não, engole porque ainda resta uma hora e meia para terminar (o treino)’, foi a resposta que recebeu. ‘Se sair, você vai para casa e não precisa voltar’, completou Anna Tarrés, segundo relato de Violán.
“’Fora da água, sua gorda! Vai procurar um psicólogo! Nem venha fazer o próximo (exercício), se você come tudo que se move!’ Segundo as atletas, essas eram frases comuns proferidas por Tarrés. A denúncia começou com a nadadora Paola Tirados, que colocou um texto na internet. Em seguida ela recebeu apoio de outras 14 colegas, que assinaram o manifesto”.
“As nadadoras reconhecem o valor dos resultados obtidos pela treinadora. Mas explicam que decidiram contar suas histórias para revelar o sofrimento que ficou ‘escondido sob as medalhas’. E explicam por que se mantiveram caladas e só decidiram levar à tona o que viveram depois que Anna Tarrés foi demitida. ‘Nós mesmas temos parte da culpa’, admitem. ‘Achávamos que Anna era uma figura inatingível. Ou você estava com ela, ou contra ela. E estar contra ela era despedir-se da própria carreira’, escreveram”.
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REFERÊNCIA:
ARENDT, Hannah. Sobre a violência. Tradução de André Duarte. Rio de Janeiro: Relume-Damara, 1994.
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