O documento aponta que 43.465 mulheres foram assassinadas no Brasil nos últimos 10 anos.
Considerando que muitas das características das situações violentas vividas pelas mulheres dependem da etapa de seu ciclo de vida, os dados foram desagregados segundo faixas etárias e/ou etapas dos atendimentos registrados no SINAN.
Verificou-se que em todas as faixas etárias, o local de residência da mulher é o que decididamente prepondera nas situações de violência, especialmente até os 10 anos de idade e a partir dos 30 anos da mulher.
71,8% dos incidentes acontecem na própria residência da vítima, permite entender que é no âmbito doméstico onde se gera a maior parte das situações de violência vividas pelas mulheres. No sexo masculino, a residência, apesar de também ser elevado, representa 45% dos atendimentos por violência.
Tipos de violência segundo relação do agressor e faixa etária:
As violências físicas acontecem de forma preponderante no domicílio das vítimas. Pais, até os 9 anos de idade e parceiros, a partir dos 20 e até os 50 anos de idade revezam-se como principais agentes dessas violências físicas. A partir dos 60 anos de idade da mulher, vão ser os filhos que assumem papel de destaque.
Segundo os registros, no ano de 2011 foram atendidas acima de 13 mil mulheres vítimas de violências sexuais. Novamente aqui as violências acontecem preferentemente nas residências das vítimas, mas diferentemente dos casos de violência física, o agressor preferencial é um amigo da vítima ou da família, ou um desconhecido.
Em relação aos agressores, a mãe é a maior responsável por cometer violência contra crianças de até quatro anos, mas dos 10 anos em diante, a figura do pai predomina como agressor. A partir dos 20 anos de idade os maiores agressores tornam-se os companheiros (namorados, cônjuges) e ao chegar aos 60 anos, os filhos se transformam nos protagonistas na violência contra a mulher.
A aprendizagem social da violência expressa nas estatísticas do SINAN: pais batem nas filhas, essas filhas apanham dos parceiros e por sua vez batem nos filhos e depois já idosas apanham dos filhos.
Mais uma vez os dados trazem à tona o ciclo de violência em que estamos inseridos. Para romper esse ciclo temos que contar com a participação de todos os membros da sociedade.
Mapa da Violência 2012 – Atualização: Homicidios de Mulheres no Brasil
Fonte: site da Rede Não bata Eduque, em 16 de agosto de 2012.
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