29 de set. de 2013

“O que tem na trouxa de Maria?” por Cyntia Bernades

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Narrativa inspirada no livro “O que teria na trouxa de Maria?” de Diane Valdez.


 
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O que tem na trouxa da Maria? por Cyntia Bernardes
 
Maria da Purificação!?
Maria do século passado, da pele negra.
De longas caminhadas,
Das ruas, do sol, da chuva,
do almoço ao meio-dia,
talvez dos restos.
Da meninada atentada, Maria enfezada.
Maria das cores, das saias,
dos botões, dos grampos, da trouxa.
Maria do porão da casa da ponte, do obscuro, do silêncio.
Maria de Goiás?
Maria, Maria.
Maria Grampinho.

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Doce Mistério

O que seria?

O que teria?
Essa trouxa recheada!
Trouxa enigmática!
Todos sabiam que algo havia lá
Mas em vez de perguntar
Deixaram a imaginação imperar:
- Doces, brinquedos velhos
daqueles que não se encontram mais,
daqueles do tempo de minha vovozinha.
Que Deus a tenha em paz!
- Serão cartas de amor não correspondidas?
- Serão cartas camufladas, de amor abafado e nunca divulgado?
- Não! Como poderia uma moça de rua causar deslumbramento
em alguém?
- É melhor deixar de devaneios e preconceitos e acreditar
que são cartas
não importa como chegaram lá
mas os segredos que nelas há...
- Com certeza são badulaqueiras,
bagunça e muita sujeira,
coisas perdidas ou cedidas
de alguém que não mais as quer.
E mais e mais pessoas...
Homens, mulheres, crianças,
Velhos e jovens.
Dia após dia.
Tempos em tempos.
Lá estavam...
Pensativos...
E se perguntando:
O que teria na trouxa de Maria?
Eh, Maria!
O que seria
desse povo e da história de Goiás,
se não houvesse o mistério
do que você na trouxa traz?


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Maria Grampinho
- Essa sou eu?
Quem disse?
Aperreada, enfezada, cansada.
Cansada de ouvir abrolhos,
Cansada de causar falatórios.
- Vou lhes dizer...
O que na minha trouxa há de ter.

Silêncio
Suspiro
Serenidade

Há de ter muita saudade
Alegrias, fantasias
Presteza, pureza e tristeza.
Cores, flores, amores, dores
Merendas e doces
Sabores e dissabores.
Aperreios, emburros
Brincadeiras, zoadeiras
e amizades verdadeiras.
Verdades sumidas, assumidas, denegridas.
Canções, corações, emoções
Viagens, mensagens, miragens...
Cicatrizes!!!

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Há de ter também...
Dias e noites
Luz e escuridão
Paz e alvoroço
Mimo, amparo, proteção
Ódio? Quem sabe?
Memória!!!
Pedras, ladeiras e becos
Rezas, crenças e desejos
Sonhos!!!
Há uma vida...
Vida que é minha
e de alguém mais...
Vida que é minha
e da nossa Goiás.


Apresentação do livro “O que teria na trouxa de Maria” - texto de Diane Valdez e ilustração de Alda Mirian Ribeiro
Tudo verdade. Maria Grampinho existiu de carne e osso. Vem de um tempo em que pequenos grampos de metal eram usados para fixar os penteados dos cabelos. Goiás é uma cidade que vem de séculos passados e vários costumes não se repetem mais, como esse de usar grampos nos cabelos. As ruas tortas e silenciosas da velha cidade conversam com a gente. Trazem quase um convite ao silêncio. Então tem gente que, de maneira mais radical, prefere ficar sozinha, falando consigo mesma, conversando com seus botões. São raros. Mas existem. Maria Grampinho existiu. Eu vi. Embora preferisse estar sozinha, foi amiga minha e de minha mãe. Amiga só de beirar a casa, de aceitar o prato de comida. Amiga só de ouvir e concordar com leves acenos de cabeça. Sua expressão de amizade vinha do olhar humilde e doce. O mistério: não se sabia o que havia na trouxa de Maria. Sua inseparável trouxa, que carregava devagar pelas ladeiras, pelos largos, ao longo da rua que acompanha o Rio Vermelho. Sua trouxa repousava ao seu lado, no porão da Casa de Cora, a poetisa fazedora de doces cristalizados.
Salve Diane Valdez, que, com brilhante iniciativa e estilo poético, escreveu essa bela história, dirigida ao público infanto-juvenil. Maria Grampinho merece. Goiás merece. Os leitores merecem. Afinal, esse mundo vai ficando meio esvaziado de mistérios e encantamentos, o que a velha Vila Boa tem de sobra. Seu texto é limpo e cadenciado. Isso permite ver a personagem a perambular, com sua trouxa nas costas. Dá até para ouvir o sino do Rosário bater. Dá para ouvir as zombarias dos meninos que não souberam compreendê-la. Dá para sentir seu mundo interior, tão misterioso e lunático quanto sua própria trouxa. É fundamental que textos assim sejam publicados, para remeterem as pessoas de volta ao mundo dos sonhos, do encantamento, da beleza. Diane Valdez elaborou um belo e profundo trabalho, chegando até a emoção das pessoas, como o fazia a inesquecível Cora, de quem Maria Grampinho fora, por muito tempo, inquilina.
Salma Saddi - Cidadã vilaboense e Superintendente Regional do IPHAN

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Fotos da dramatização da narrativa “O que tem na trouxa de Maria?” de Cyntia Bernardes no 21 Encontro da RedeCentro - estudo interinstitucional da região centro-oeste (UFG/UFT/UnB/UFMS/UFMT/UFU/UNIUBE).



Participantes da dramatização:
Cyntia Bernardes
Cida Alves
Ione Mendes
Rodrigo Roncato
Autora das fotos: Fabrícia da Silva

 

Foto Cyntia Aparecida de Araújo Bernardes possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás (2008), é mestra do Programa de Pós-Graduação em Educação na mesma instituição, bolsista Cnpq e pesquisadora vinculada à pesquisa: "A produção acadêmica sobre o(a) professor(a): estudo interinstitucional da Região Centro-Oeste". Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem. Atuou como professora e coordenadora pedagógica na Educação Infantil da Rede Municipal de Goiânia. Desenvolveu atividades de docência nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental no CEPAE (Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação- Colégio Aplicação) da Universidade Federal de Goiás (2009/2010), onde participou também dos seguintes Projetos de Pesquisa: Laboratório de Formação de Conceitos(Labrinco), Núcleo de Estudos e Pesquisas no Ensino de História (NESPEH) e Educação Inclusiva. Foi integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Literatura Infantil - GEPELIN (2007-2010) e atualmente faz parte da REDECENTRO - Rede de pesquisadores do Centro-Oeste, ambos vinculados à Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Tem experiência, também, na área de Treinamento e Desenvolvimento de pessoas, uma vez que atuou como Instrutora de Treinamento em instituições como o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e na Halex Istar Industria




































24 de set. de 2013

Os monstros da minha casa - Desenhos de crianças retratando a violência que sofreram

Abaixo desenhos da exibição "os monstros da minha casa" que aconteceu em outubro de 2010, na Espanha. Várias crianças que sofreram violências intrafamiliares (sexuais e/ou psicológicas) fizeram desenhos acompanhados por especialistas, que interpretaram as imagens.

 

AS CRIANÇAS EXPRESSAM SUAS VERDADES, OS ADULTOS SÓ PRECISAM TER CORAGEM PARA ENXERGÁ-LAS.

 

Andreu, 8 anos

Foi abusado pelo padrasto desde os 4 anos. No desenho ele representa ele mesmo em pânico, e dá atenção especial ao zíper da sua calça e os botões de sua camisa, que pra ele representam um símbolo de quando os atos sexuais iriam começar.

 

Fernando, 13 anos.

Ele foi abusado pelo seu pai desde cedo, e agora mora com a mãe, que conseguiu fazer ele se recuperar bem. Ele desenhou o pai como um demônio em um bar, bebendo cerveja e jogando em caça-níqueis. Os riscos saindo do demônio representam o cheiro de álcool. Fernando sente raiva quando mencionam o pai perto dele.

 

Elena, 6 anos.

Elena sofreu abusos sexuais do seu pai. Agora ela vive com a vó. No desenho, ela coloca sua avó e sua mãe bem grandes. Ela se sente protegida perto das duas. Ela também representa o seu pai transando com ela, bem pequeno, em cima das letras.

 

Miriam, 9 anos

Sofreu abuso psicológico. Sua mãe chegou na Espanha com 15 anos de idade e grávida dela. Ela era uma minoria racial por lá, e ela sofreu abusos dos colegas de classe por conta de sua etnia. Ela é a menor pessoa do desenho, que está envolvida com alguma coisa, representando sua solidão. No canto ela tinha escrito "me sinto sozinha" mas apagou porque tem vergonha disso.

 

David, 8 anos

Ele sofreu abuso sexual. No desenho, ele destaca os olhos e o pênis do agressor. Ele escreve também "marica" e "chupa-rolas". O agressor falava isso enquanto o estuprava.

 

Isabel, 8 anos

Foi abusada sexualmente pelo pai. No desenho ela retrata o momento do abuso. O pai colocou ela em uma cadeira pra penetrá-la por trás. Na parte superior da imagem, ela retrata o irmão mais novo dela, que ficou vendo tudo acontecer pela porta.

 

Joan, 8 anos.

No desenho ele coloca o cara que estupro ele numa gaiola, fechada com um cadeado, e a chave (no canto superior direito) protegida por espinhos, pra ninguém conseguir pegar.

 

Marina, 5 anos.

Era abusada pelo pai, que também obrigava ela a assistir filmes pornô. No desenho, ela retrata um dos filmes que ela assistiu. Ela disse ao especialista que nesses filmes as pessoas "ficavam peladas e faziam coisa feia".

 

Ester, 9 anos

Ela desenhou a posição que tinha que ficar quando o seu pai abusava dela. 

 

Toni, 6 anos

O especialista pediu pra ele desenhar o cara que abusou dele. Ele disse "é um monstro". Destacou o pênis ejaculando.

 

Andrea, 10 anos

Representou como eram os abusos, onde ela tinha que tocar o pênis do cara, e ele tocava a vagina dela. Ela ficou com vergonha de responder as questões do psiquiatra, e aceitou escrever as respostas no desenho, por isso os "sims" e o não.

 

Victor, 7 anos

Ele era obrigado, aos 4 anos de idade, a fazer sexo oral no seu pai. A linha que sai da boca dele e vai até o pênis do pai representa a sua língua.


Fonte: Blog As ovelhas voadoras salvarão o mundo?, em 18 de setembro de 2013.

Enviado por Flora Elisa Fussi, arte terapeuta do CAPS Novo Mundo, Secretaria Municipal da Saúde de Goiânia, em 23 de setembro de 2013.

18 de set. de 2013

É possível educar os filhos sem bater – entrevista com a psicopedagoga Lilian Rodrigues (SC)

Bom dia leitor(a)!

Veja no link abaixo algumas orientações da psicopedagoga Lilian Rodrigues Santos sobre como educar sem violência.

crianças fortes autonomas

http://globotv.globo.com/rbs-sc/vida-e-saude-sc/v/e-possivel-educar-os-filhos-sem-bater/2140836/

 


Fonte: Globo TV – Vida e Saúde SC

Colaboração: Facebook da Rede Não Bata Eduque em 17 de setembro de 2013.

17 de set. de 2013

Lançamento do livro “Diálogo para uma só personagem” de Ana Mércia Silva Roberts

"O principal objetivo da tortura, seja dos anos de chumbo seja da ‘democracia’, é fazer calar. Que ‘nenhum de nós se cale’!

Que vença a palavra criadora, a comunicação que tece a teia da solidariedade, que nos mova a sede de justiça e a fome de verdade.

Bem Vinda, Ana Mércia! Seu exemplo de resistência fortalece a todas as pessoas que sofreram e sofrem violências" (Kelly Cristina Gonçalves).

 

convite livro Mércia (1)

15 de set. de 2013

O nascimento do Novo Homem por Gabriel Garcia Marques e Salvador Dali

Nascimento Salvador Dali

Criança Geopolítica Assistindo ao Nascimento do Novo Homem, do espanhol Salvador Dalí.


“... os seres humanos não nascem para sempre no dia em que as mães os dão a luz, e sim que a vida os obriga a se parirem a si mesmos uma e outra vez.”

“... los seres humanos no nacen para siempre el día en que sus madres los alumbran, sino que la vida los obliga a parirse a sí mismos una y otra vez."


"Human beings are not born forever on the day that their mothers give birth to them. Rather, life forces them to give birth to themselves time and again."

Gabriel Garcia Marques

14 de set. de 2013

Infancia sin violencia – Campaña Buen Trato para la Niñez en Peru

Difusión de “Infancia sin violencia”, especial publicado por el diario El Peruano sobre campaña Buen Trato para la Niñez.

Infancia si violencia

Para leer el especial ingresa al siguiente link:

http://www.elperuano.pe/.../covers/84/index.html


Colaboración Márcia Oliveira – Coordinación de la Rede Não Bata Eduque del Brasil.

12 de set. de 2013

No a la guerra en Siria –manifestación en Barcelona

No a la Guerra

Difusión de la manifestación contra el ataque militar en Siria delante del consulado norteamericano – Barcelona, 9 de septiempre de 2013.

 

El pasado lunes 9 de septiembre, la Assemblea de La Verneda-Sant Martí, que impulsa el Movimiento del Pueblo, acudió a la concentración frente al Consulado de EEUU en Barcelona convocada por diversas organizaciones contrarias a la guerra y al imperialismo. Especialmente importante fue el llamamiento de la Comunidad Siria en Barcelona y el de colectivos árabes.

Más de un centenar largo de personas se agruparon en la acera frontal del consulado, bajo una fuerte presencia policial (policía nacional y mossos).

Los congregados no dejaron en ningún momento de corear consignas contra la guerra imperialista, la OTAN y el Euro, la complicidad de la UE y la desfachatez con la que la Obama se presenta como un líder de la paz que ejecuta planes de guerra y destruye países y naciones bajo la égida del Nobel de la (No-) Paz.

La Assemblea de La Verneda-Sant Martí está por la paz y la solidaridad internacionalista, contra el imperialismo y el capitalismo, contra la guerra y la muerte.

No se puede más que recurrir a la geoestrategia y a buscar en los archivos para entender lo que pasa en Siria. Es evidente que un pueblo soberano está a punto de ser agredido por la OTAN, pero también lo es que lleva más de 2 años siéndolo de forma maquiavélica mediante grupos terroristas de corte salafista (rama sunní radical del Islam) infiltrados desde Turquía, Jordania e Iraq, con el auspicio financiero de los países dictatoriales del Golfo y el patrocinio de EEUU y la UE, especialmente Francia y Gran Bretaña, los que ya tuvieron desde los Acuerdos de Sykes –Picot de principios de siglo, el control colonial de la región y todo Oriente Medio y el Magreb.

La geoestrategia que llevó a Sir Lawrence de Arabia y la National Geographic al “mundo exótico” de Oriente Medio a la caza del oro, las especies, las rutas a China y el Cáucaso, el petróleo y gas, es la motivación real de Obama y sus amiguitos de la OTAN en la nueva cruzada imperialista y colonialista contra el mundo árabe.

Utilizan para contrarrestar los gobiernos republicanos y laicos que aún resisten contra Israel y el imperialismo (estemos o no de acuerdo con ellos) a las Brigadas yihadistas salafistas y a los elementos más reaccionarios de la sociedad árabe: ex monárquicos, ex oligarcas, clero fanatizado, etc., con el fin de poner en el poder a estos sectores que servirán fielmente a los intereses de las grandes empresas con sede en los Gobiernos de Washington, Berlín, París y Londres.

El descubrimiento de gas y petróleo en Siria, el gas que ha de atravesar el país en un oleducto, las rutas comerciales y petroleras ya existentes hacia el Cáucaso, China y Rusia, el laicismo militante de la sociedad siria y su oposición a Israel, además de su alianza con Irán, son los pecados de una Siria que está en el punto de mira de la OTAN desde que el Pentágono proclamó la lista de “Estados Enemigos” hace ya más de un decenio.

¿Qué les va a importar a EEUU y la UE los Derechos Humanos, cuando arrasaron con la bomba atómica Hisroshima y Nagasaki, y gasearon Vietnam con “agente naranja”, entre otras lindezas?

A continuación vídeo de la manifestación delante del Consulado Americano

 


Enviado por Tamer Sarkis Fernández, antropologo y columnista de un periódico DIARIO UNIDAD – Barcelona (ES), en 12 de septiembre de 2013.

Fuente de artículo y foto: site  Assemblea de La Vernerda – San Martí en 13 de septiembre de 2013.

10 de set. de 2013

É impossível cessar uma guerra com mais guerra, disse José Pepe Mujica sobre a possibilidade de intervenção militar na Síria

 

mujica guerra síria

Único bombardeio admissível seria de leite em pó e biscoitos”, José Mujica sobre Síria.


Expresando su punto de vista en una cadena de radio local, Mujica dijo que “el único bombardeo que vemos admisible en Siria es con leche en polvo, con galletas y con comida, no armas ni bombas” (A continuación pronunciamiento de Mujica en Español ).


Em meio ao clima de tensão no Oriente Médio com a possibilidade de intervenção militar na Síria, José Mujica ironiza: “O único bombardeio admissível seria de leite em pó, biscoitos e comida”,disse.

O presidente uruguaio defende que uma ação militar não é o melhor caminho para solucionar o conflito civil no país. “Isso seria tentar apagar uma fogueira colocando mais combustível”, argumenta em referência ao plano norte-americano de intervenção. “A guerra não se resolve introduzindo mais guerra. Isso leva a situação para um caminho de conflitos intermináveis que promove um profundo ressentimento que vai transformar em luta e resistência “aqui e ali”, reitera em entrevista a uma emissora local do Uruguai.

Citado pela imprensa espanhola neste sábado (07/09), o presidente uruguaio fez referências na história contemporânea para argumentar os impactos negativos da guerra. “Cada uma das tentativas nos últimos 30 anos de impor a democracia ocidental – da forma como conhecemos –, na Ásia ou no mundo Árabe, teve o resultado semelhante de sacrifício e dor”, analisou ao El Pais.


Texto en español:

Es imposible ahogar una guerra con más guerras, dijo el presidente de Uruguay, José Mujica, acerca de la intención de EE.UU. de realizar un ataque militar contra Siria.

Expresando su punto de vista en una cadena de radio local, Mujica dijo que “el único bombardeo que vemos admisible en Siria es con leche en polvo, con galletas y con comida, no armas ni bombas”.

La guerra es como “intentar apagar una hoguera, echando más combustible”, explicó el mandatario. “La guerra no se resuelve introduciendo más guerra presuntamente más justa, sino que se desemboca en un camino lleno de conflictos interminables y se asegura un hondo resentimiento que se va a transformar en lucha y resistencia de por aquí y por allá”, indicó Mujica, citado por ‘El País’.

Analizando la historia mundial y acentuando los recientes hitos de la historia contemporánea, el presidente uruguayo instó a recordar las consecuencias de todas las guerras. “Cada uno de los intentos de los últimos 20 o 30 años por imponer la democracia occidental a cañonazos, allí en la Asia menor o en el mundo árabe, el resultado final de semejante sacrificio son dolorosos genocidios”, precisó el líder uruguayo.

A él le parece que la guerra como solución solo sirve para mantener al hombre en su prehistoria. Los que van a ganar son los especuladores, indicó el mandatario: “Ni lentos ni perezosos los intereses de especulación financiera van a estar al golpe del balde, aprovechando los sustos en una zona de guerra”.

Lo único que pueden hacer los países acerca de Siria es “discutir y discutir y tranzar y negociar, cualquier negociación por mala que sea es infinitamente mejor para los débiles, los pobres y para los que padecen en el mundo cualquier solución militar”, concluyó el mandatario.

 

 

Veja mais:

10 justificativas mentirosas para atacar a Síria

Confira as perguntas que o governo Obama precisa responder antes do congresso cogitar em votar a favor de uma guerra na Síria

Nobel da Paz pede a Obama que não ataque a Síria

Argentino Adolfo Pérez Esquivel ironiza declaração dada pelo presidente dos EUA há poucos dias sobre Luther King: "Você realmente acha que invadir militarmente outro país é realizar esse sonho?"

Fonte:

Pragmatismo Político em 9 de setembro de 2013.

ONG AFRICANDO SOLIDARIDAD CON AFRICA en 6 de septiembre de 2013.

8 de set. de 2013

Campanha pelo fim da violência infanto-juvenil

Puentes de tolerancia y cuidado

Carta a un amigo que sufre por su pueblo en Siria

Siempre hago un esfuerzo homérico para no dejar que los prejuicios generen malos sentimientos hacia cualquier tipo de persona. Pero confieso que en relación a los hombres del Oriente Medio sentia una mezcla irracional de temor y rechazo. Con mucha pasión he hecho de mi trabajo una lucha diaria contra cualquier forma de violencia. Sin embargo, la pasión tiene suyas propias contradicciones y puntos ciegos, por eso terminé asociando la imagen de estos hombres con el sexismo y la opresión de las mujeres.

Me da verguenza he mantenido esta generalización peligrosa. Pero mira cómo la vida es increíblemente hermosa y siempre crea oportunidades para que las mistificaciones sean destruídas. Por vivir un tiempo en Barcelona, la vida me ha dado una gran oportunidad al poner en mi camino un bueno hijo de Murcia con Siria y algunas mujeres marroquíes, él y ellas han hecho una transformación importante en esta visión estereotipada de los hombres no occidentales

Por creer que los diferentes pueden construir puentes de tolerancias, dejo contigo tres películas que narran las (im)posibilidades de amor, protección y cuidado o de violencia y desprecio por el outro.

 

 

 

7 de set. de 2013

Protesto global contra a guerra na Síria

Protesta global contra la guerra en Siria

USA/

São Francisco, Califórnia, EUA REUTERS/STEPHEN LAM

 

VENEZUELA-SYRIA-CONFLICT-EMBASSY

Caracas, VenezuelaAFP PHOTO/LEO RAMIREZ

 

SYRIA-CRISIS/

Washington, EUAAFP PHOTO / SAUL LOEB

 

US-SYRIA-POLITICS-PROTEST

Washington, EUAAFP PHOTO / SAUL LOEB

 

SYRIA-CRISIS/

Nova Iorque, EUAREUTERS/ADREES LATIF

 

BRITAIN-SYRIA-CONFLICT-DEMO

Londres, Reino Unido AFP PHOTO / ANDREW COWIE

 

GREECE-SYRIA-DEMO

Atenas, GréciaAFP PHOTO / LOUISA GOULIAMAKI

 

TURKEY-US-SYRIA-PROTEST

Ankara, TurquiaAFP PHOTO ADEM ALTAN

 

FRANCE-SYRIA-CONFLICT-DEMO

Paris, FrançaAFP PHOTO / KENZO TRIBOUILLARD


Fonte: Multimédia, em 30 de agosto de 2013

No agression in Syria

No war Syria

3 de set. de 2013

Prevenção dos castigos físicos. Vale a pena ouvir as sugestões das crianças e dos adolescentes!

Micro realizado por Fundación Edumedia con el apoyo de Cecodap y Unicef para promover la Prevención del Castigo Físico y evitar la violencia contra niños, niñas y adolescentes.

1 de set. de 2013

Haja hoje para tanto ontem - Paulo Leminski

“...isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além.”

Paulo Leminsky

 

Com a poesia de Paulo Leminsky e voz de Arnaldo Antunes deixo aqui o meu agradecimento público a todos e todas que estiveram presentes, de fato ou em pensamento, na defesa da tese “Alforria pelo Sensível – Corporeidade da Criança e a Formação Docentes”.

 


Segue abaixo algumas informações da pesquisa “Alforria pelo Sensível – Corporeidade da Criança e a Formação Docentes”.

Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Educação
Programa de Pós-graduação em Educação
Linha de Pesquisa Formação, Profissionalização Docente e Práticas Educativas

Pesquisa vinculada a REDECENTRO – pesquisa a produção acadêmica sobre professores – estudo interinstitucional da Região Centro – Oeste  (UFG, UFT, UnB, UFMS, UFMT, UFU e UNIUBE).

Orientadora

Profa. Dra. Ruth Catarina Cerqueira Ribeiro de Souza

Tese da pesquisa

Somente uma formação docente que integre conhecimentos objetivos e subjetivos, ou seja, que integre o pensar, o sentir e o agir, poderá criar condições e possibilidades para uma real crítica à prática de bater para educar crianças.

Objetivo geral

Construir fundamentos pedagógicos para uma formação docente que contribua para a desnaturalização da violência física intrafamiliar como método educativo punitivo disciplinar.

A fim de alcançar esse objetivo central investiguei e analisei experiências formativas que fazem a crítica à prática de bater para educar crianças e adolescentes e experiências formativas que, de maneira exemplar, realizavam a integração entre conhecimentos objetivos e subjetivos na formação docente.

Metodologia

Esta tese se configura como uma pesquisa qualitativa, tipificada como estudo de caso (MINAYO, 1992). Em razão da interligação dos temas, formação docente e violência física contra crianças, a pesquisa empírica teve duas frentes de investigação:

A primeira teve como objeto de estudo as disciplinas “Docência Universitária” do Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás e “Investigación en Didáctica, Formación y Evaluación Educativa - Saberes pedagógicos y entornos complejos” (Bloque Experiencia educativa y saber didáctico) do Màster Oficial de la Faculdade de Pedagogia de la Universidad de Barcelona.

O acompanhamento da disciplina “Docência Universitária” aconteceu no segundo semestre de 2009 e o primeiro semestre de 2011. Esses dois semestres totalizaram 32 encontros acadêmicos de quatro horas/aulas cada. A observação participante da disciplina “Investigación en Didáctica, Formación y Evaluación Educativa - Saberes pedagógicos y entornos complejos” ocorreu no segundo semestre de 2012 em oito encontros de duas horas/aula cada. Ao todo foram 144 horas de experiência vivida em sala de aula nessas duas disciplinas que trabalharam com o tema da formação de professores.

A segunda investigação aconteceu junto a formadores de referência que atuam com o tema da violência física intrafamiliar contra crianças. Os formadores de referência foram indicados pela Rede Não Bata Eduque - Salvador (BA), Fortaleza (CE), Brasília (DF), São Paulo (SP), São Carlos (SP), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Rio do Sul (SC). O total de horas gravadas nas entrevistas narrativas foram de dez horas e doze minutos.

Formadores de Referências Entrevistados:

Benedito Rodrigues dos Santos (Região Centro-Oeste)

Vannuzia Leal Andrade Peres (Região Centro-Oeste)

Célia Maria Stolze Silvany (Região Nordeste)

Eleonora Ramos (Região Nordeste)

Francisco Sulivan Bastos Mota (Região Nordeste)

Dalka Chaves de Almeida Ferrari (Região Sudeste)

Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams (Região Sudeste)

Marina Rezende Bazon (Região Sudeste)

Rachel Niskier (Região Sudeste)

Mariza Silveira Alberton (Região Sul)

Mariane Steffen (Região Sul)

Questões que me guiaram

¿Lo que es educar un niño? (CONTRERAS, 2012) e

Para que educam a criança? (SILVA, 2008).

Considerações Finais

A naturalização da violência, da ordem em que os mais fortes se sentem no direito de oprimir os que julgam mais fracos, não se estrutura apenas por intermédio de forças externas ao sujeito. Ao contrário, ela se sedimenta em um entrelaçamento dialético entre objetividades e subjetividades, em que as forças sociais que regem e organizam o modelo relacional dominação-sujeição, comando-obediência são historicamente incorporados nos sujeitos. No plano subjetivo, essa incorporação se opera na negação em si e no outro do sofrimento e dos efeitos deletérios que a violência provoca. Embrutecidos, os homens e as mulheres entendem e aceitam ser natural a brutalidade.

Se o torpor do embrutecimento cria condições para a formação do sujeito da indiferença, acredito que será pelo resgate da sensibilidade que romperemos com a naturalização da violência na educação familiar das crianças. A carta de alforria que deslegitima a relação dominação-sujeição não poderá ser escrita com a mesma régua e compasso que projetam a arquitetura desse modelo relacional. Se a violência é o cimento que sela os elos da corrente que aprisionam a vontade, a livre expressão de sentimentos, de pensamentos e de ações para que os sujeitos se submetam ao arbítrio, acredito que não será por intermédio dela que construiremos uma práxis pedagógica promotora da emancipação e da autonomia dos sujeitos.


O fragmento do poema Paulo Leminsky foi enviado pela amiga e companheira de caminhada em defesa da infância, Isabel Ferradans, no dia 30 de agosto de 2013.