Marilena Chauí, USP proferirá palestra sobre o tema: Democracia e Sociedade Autoritária
A programação do Café de Ideias
Local: Centro Cultural Oscar Niemeyer, Goiânia, entrada franca
Data: 13 de março (quarta-feira) , às 19h30
Marilena Chauí, USP proferirá palestra sobre o tema: Democracia e Sociedade Autoritária
A programação do Café de Ideias
Local: Centro Cultural Oscar Niemeyer, Goiânia, entrada franca
Data: 13 de março (quarta-feira) , às 19h30
Às vezes o medo, a dor e o sofrimento fazem as crianças desejarem ser invisíveis! Veja a bela campanha que a Unicef faz pelo fim das violências físicas e psicológicas na educação dos filhos.
"There Are Children Who Play to Be Invisible"
"Hay niños que juegan a ser invisibles"
“Há crianças que brincam de ser invisíveis”
“Hay niños que jugan de ser invisibles.
No a los gritos, insultos y golpes.
Com violencia no se aprende.
Ponte en su lugar.”
“Há crianças que brincam de ser invisíveis.
Não aos gritos, insultos e tapas.
Com violência não se aprende.
Ponha-se no seu lugar”
Estimado leitor,
Deixo com você neste domingo a doce voz de Fernanda Takai e o belo trabalho de designer apresentado no clipe da música “Insensatez”. Posto ainda um vídeo do Show Música de Brinquedo com a participação especial do grupo Giramundo.
A voz da vocalista da banda Patu Fu já foi alvo de críticas, pois na avaliação de alguns espertos sua voz não tinha potência. Esses compararam a sua voz com a de uma criança. Para alguns a criança é sempre signo de pouco, menos, mal, ela e sua banda - acredito eu, não entendem as expressões das crianças assim, pois ante tal crítica não se fizerem de rogados e lançaram o criativo álbum “Musica de Brinquedo”.
Pato Fu em “Música de Brinquedo” com participaçaõ especial do grupo Giramundo
Saiba mais sobre o álbum “Musica de Brinquedo” AQUI
Nada há de mais prestante em nós senão a infância. O mundo começa ali.
Manoel de Barros
O grupo Terreiro da infância apresenta o espetáculo resultado da disciplina oficina do espetáculo (emac/ ufg):
CRIANCEIRAS...
OU NOSSA INFÂNCIA INVENTADA
Estudos da infância e criação coletiva incitada pela obra "A Terceira Infância" do poeta Manoel de Barros.
DATA: 27/O2 - Quarta-feira
HORÁRIO: 19H
LOCAL: TEATRO DA EMAC, CAMPUS II
FICHA TÉCNICA
DIREÇÃO GERAL/ DRAMATURGIA/ ORIENTAÇÃO ACADÊMICA
Natássia Garcia
ASSISTENTE DE CARACTERIZAÇÃO
Kárita Garcia
DRAMATURGIA(S)/ ATU(AÇÕES)
Ana Gracielle Cabral
Cleber Sanviê
Diana Deyse
Jéssica Winer
Marília Machado
Rannier Ribeiro
Raquel Rosa
Roger Thomas
Takaiúna Correa
Yasmin Ribeiro
PRODUÇÃO
O grupo
APOIO
EMAC-UFG; NEPIEC/ FE-UFG
RESUMO
Orientado pela professora e diretora Natássia Garcia, o coletivo Terreiro da Infância é formado por jovens estudantes/artistas goianos. Desde fevereiro de 2012 o grupo – vinculado às disciplinas Oficina do Espetáculo I e II (Emac/UFG) – se propôs a estudar a obra do poeta pantaneiro Manoel de Barros (1916 - ), mais especificamente A Terceira Infância. Com interesse em verticalizar a pesquisa sobre/com a infância, sugerimos um espetáculo composto das nossas memórias inventadas, porque como afirma Manoel “Tudo o que não invento é falso”. A ideia de elaboração de Crianceiras... ou nossa infância inventada surgiu a partir do interesse conjunto da direção e dos atores em trabalhar a infância, unindo suas próprias memórias e memórias do autor em questão. Sendo assim, impulsionados a entrarem em contato com o par ‘natureza/cultura’ criaram uma aproximação com maior intensidade da obra e do modo de vida do autor. Tendo em vista que a natureza é forte elemento na produção do escritor e nas experiências dos artistas do espetáculo. Em diversos contextos, Infante de origem grega, significa aquele que não se manifesta ainda; do latim, aquele que não fala, contudo, é aquele que anda, caminha... Entretanto, aos olhos do grupo, a criança tem voz e a infância é manifestação de inúmeras vozes! Por isso, por meio de um exercício com Experiências Estéticas, o coletivo buscou cavar o quintal de vestígios das crianças que foram/são. Neste sentido, os artistas se aproximaram da pesquisa de imagens, imaginação e memórias da infância, apropriando-se também do saber-sabor do conhecimento. De Constantin Stanislavski foram explorados principalmente os trabalhos com a imaginação e as ações físicas. Com contribuições de Walter Benjamin, pôde-se compreender um pouco mais sobre a memória, a experiência, o assombro e a infância. Com experimentações interartísticas o grupo almeja propor um convite ao espectador a escavar a poética da natureza e da cultura com o olhar da nossa infância; e do faz de conta e da teatralidade que perpassa as relações singulares e universais das infâncias que temos/tivemos, somos/fomos: “Então, tudo é faz de conta como antes?” Faz de conta que o menino é um tatu. Faz de conta que o menino é tu!
Natássia Garcia
Profa. da Escola de Música e Artes Cênicas - Universidade Federal de Goiás
http://www.natassia.com.br/
Foto: Cida Alves, Goiânia, 2002. Na foto está a imagem do pequinique inventado no quintal pelas meninas Cecília e Larissa.
Estimado(a) leitor(a),
O jornal “O popular”, por intermédio de votação popular, elegerá 75 mulheres de referência do Estado de Goiás para serem homenageados no dia 08 de março. Sei que nosso estado é afortunado demais da conta, e o que mais nós temos por aqui é mulher competente, talentosa, aguerrida....
Mas como concentro minha atuação profissional e meu ativismo político na área de defesa dos direitos de Crianças e Adolescente quero pedir o seu voto para uma mulher danada de bamba, a psicóloga Malú Moura.
Entre tantas contribuições em sua atuação política e profissional, ressalto que ela foi a primeira mulher eleita pela sociedade civil, para a presidência do Conselho nacional dos Direitos da Criança e Adolescente (CONANDA), a instância máxima de caráter deliberativo dos direitos da criança e adolescente no Brasil.
E mais, Malú Moura é uma grande parceira na luta pela erradicação dos castigos físicos e humilhantes na educação e no cuidado de crianças e adolescentes.
Por isso, venho humildemente pedir o seu voto para a Malú Moura. Vocês podem votar nela enviando e-mail para o seguinte endereço eletrônico: mulheresdereferencia@ojc.com.br
Atenção:
Para votar é só escrever no e-mail que você considera a Malú Moura uma referência goiana. A votação popular encerra no dia 20 de fevereiro, então você só tem hoje e amanhã para enviar o seu voto.
Um abraço carinhoso.
Cida Alves
Estimado leitor,
A matéria é de Verena Glass, da Repórter Brasil.
A Polícia Civil de Altamira (PA) encontrou 14 mulheres e uma travesti em situação de escravidão e cárcere privado em um prostíbulo localizado em área limítrofe de um dos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte. A operação foi realizada na noite desta quarta (13), após denúncia de uma garota de 16 anos, que conseguiu fugir.
A adolescente procurou a conselheira do Conselho Tutelar, Lucenilda Lima, que acionou a polícia. De acordo com o delegado Rodrigo Spessato, que comandou a operação, as mulheres eram confinadas em pequenos quartos sem janelas e ventilação, com apenas uma cama de casal. Cadeados do lado de fora trancavam as portas. Elas tinham entre 18 e 20 anos – além da jovem de 16, e eram provenientes do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De acordo com o delegado, em depoimentos, as vítimas afirmaram que podiam ir à cidade de Altamira uma vez por semana, por uma hora, mas eram vigiadas pelos funcionários da boate.
Além da situação de cárcere privado, a polícia também encontrou no local um caderno onde eram anotadas as dívidas das meninas, como gastos com passagens, alimentos, e vestimentas, além de “multas” por motivos diversos.
Ameaça de morte – Segundo Lucenilda, do Conselho Tutelar, as garotas disseram ter muito medo de retaliações, uma vez que o dono da boate teria ameaçado seus familiares que moravam no Sul. Em entrevista à reportagem, uma das jovens resgatadas contou que, assim que a adolescente de 16 anos conseguiu fugir, o gerente a seguiu com uma arma. Parte do grupo foi retirado do bordel, mas parte permaneceu com medo de represálias.
“Ele saiu atrás dela armado e disse que não custava matar uma, que ninguém ficaria sabendo”, afirma uma das resgatadas, Procedente de Joaçaba, no interior de Santa Catarina. Ela conta que trabalhava em uma boate cuja cafetina era “sócia” do dono da boate no Pará. “Viemos em nove lá de Joaçaba. Falaram para gente que seria muito bom trabalhar em Belo Monte, que a gente ganharia até R$ 14 mil por mês, mas quando chegamos não era nada disso”, conta.
“Já de cara fizemos uma dívida de R$ 13 mil por conta das passagens [valor cobrado do grupo]. Aí temos que comprar roupas, cada vestido é quase R$ 200, e tudo fica anotado no caderninho pra gente ir pagando a dívida. E tem também a multa, qualquer coisa que a gente faz leva multa, que também fica anotada no caderno. Depois de cada cliente, a gente dava o dinheiro para o dono da boate pra pagar as nossas dívidas, eu nunca ganhei nenhum dinheiro para mim”, explica a garota.
Sobre as condições às quais foram submetidas na boate, ela conta que morava com outras três meninas em um pequeno quarto muito quente, e que não tinha permissão de sair do local. “Eles ligavam o ar condicionado só por uma hora. A gente tinha que trabalhar 24 horas por dia; quando tinha cliente, tinha que atender”, afirma.
“De comida, tinha almoço e janta. Se você estava trabalhando na hora do almoço, tinha que esperar a janta. Se desse muita fome, a gente tinha que comprar um lanche. O gerente da boate dizia que a gente só poderia sair depois de pagar todas as dívidas, e que nem adiantava reclamar porque ninguém ia nos ajudar, ele era amigo da Justiça e nunca ninguém ia fazer nada contra ele. Mas ele disse que se a gente falasse, eles iam atrás dos nossos filhos e parentes lá no Sul”.
Belo Monte – Sobre os clientes, ela conta que eram exclusivamente trabalhadores de Belo Monte. “Eram operários, eram gerentes, tinha de tudo. Todo mundo que trabalha na obra vinha na boate”, explicou.
O delegado Rodrigo Spessato diz não sabe se o prostíbulo está dentro ou fora dos limites do canteiro de obras. A conselheira Lucenilda Lima relata, no entanto, que para chegar à boate foi preciso atravessar o canteiro de Pimental, um dos principais da usina. “Foi uma burocracia na entrada para a gente conseguir passar. E lá mesmo toda hora passavam os carros e tratores de Belo Monte, eu considero que a boate está na área da usina”.
Como Pimental fica no município de Vitória do Xingu, o caso está sendo apurado pela delegacia dessa cidade. O delegado local chegou a Altamira na manhã desta quinta-feira para tomar os depoimentos das vítimas. De acordo com o delegado de Altamira, que efetuou a prisão de dois funcionários da boate na noite passada, além de exploração sexual de menor, cárcere privado e trabalho escravo, o caso poderá ser caracterizado como tráfico de pessoas. Os donos estavam sendo procurados.
Enviado por Maria Luiza Moura Oliveira, psicólogo e mestre em psiclogia social pela PUC Goiás, em 14 de fevereiro de 2013.
Estimado Leitor,
Se você gosta de cinema e ficou nesse feriado em Goiânia ainda dá pra ver muita coisa boa até o dia 14 de fevereiro na 6ª Mostra de Cinema “O amor, a Morte e as Paixões” no Cine Lumière Bougainville.
Veja os filmes que estão em cartaz AQUI
Minha dica de hoje é o filme “Uma garrafa no mar de Gaza”
Estimado leitor,
Nesse domingo de carnaval deixo com você o belíssimo e inspirador samba “Tom Maior” de Martinho da Vila e o emocionante documentário “A Verdadeira Historia do Samba*” de Janine Houard.
Tom Maior
Esta em você
O que o amor gerou
Ele vai nascer, e há de ser sem dor
Ah! Eu hei de ver
Você ninar e ele dormir
Hei de vê-lo andar
Falar, sorrir
Ah! Eu hei de ver
Você ninar e ele dormir
Hei de vê-lo andar
Falar, cantar, sorrir
E então quando ele crescer
Vai ter que ser homem de bem
Vou ensina-lo a viver
Onde ninguém é de ninguém
Vai ter que amar a liberdade
Só vai cantar em Tom Maior
Vai ter a felicidade de
Ver um Brasil melhor
Martinho da Vila
*Documentário de Janine Houard. Com: Martinho da Vila, Grande Othelo, Joel Rufino dos Santos, Tia Carmen, Pixinguinha, Zé da Velha, Fundo de Quintal, Candeia, Miguelzinho, Angela Maria, Velha Guarda da Portela, Wilson Moreira, Nelson Sargento, Rosinha de Valença e Paulo Moura.
Um horror: pastor que possui um patrimônio pessoal de cerca de trezentos milhões de reais (R$ 300.000.000,00) faz apologia homofóbica em emissora de TV brasileira. Abaixo um interessante artigo de Walter Hupsel:
Absolutamente
Por Walter Hupsel
No domingo dia 03, Marília Gabriela entrevistou um certo pastor famoso que tem, segundo a revista Forbes, um patrimônio pessoal de cerca de trezentos milhões de reais (R$ 300.000.000,00). O tal pastor é conhecidíssimo por seu conservadorismo e homofobia.
(Não direi o nome do pastor. Vai que na terceira menção ao seu nome ele aparece!)
A entrevista foi pessimamente conduzida. Os sofismas e a retórica do pastor passaram batidos pela entrevistadora. Mas deu audiência e o SBT já estaria planejando uma nova entrevista com o este senhor. Para a TV, dinheiro é tudo, mesmo que tenha que dar voz ao discurso de ódio.
O tema principal, claro, foi a homossexualidade. O pastor veio com ladainhas retóricas sobre temas no qual é completamente ignorante, mesmo em psicologia, área de sua graduação.
O pastor tentou usar argumentos "científicos" para justificar sua homofobia (que “ama o homossexual e o assassino”), e falou uma dúzia de bobagens destinada a convencer os já convencidos. Sobre genética, evolução, biologia, psicologia... só bobagens. Mas cumpria ali seu papel de jogar argumentos para seu público.
Depois disso, as redes sociais foram invadidas por “respostas” ao pastor, de cientistas que entendem do riscado, que demoliram os argumentos pseudo-científicos do, bem, chamá-lo-ei de Beetlejuice.
Eles nascem homossexuais? Isso é genético? É ‘alma’? Ou seria um ambiente propício? É natural? Cultural? Ambos?
Da minha parte, não me importa o que a ciência diz. Ela já disse tantas coisas, já justificou tantos preconceitos e assassinatos por aí. Até a década de 1970, por exemplo, a homossexualidade era considerada uma doença ou perversão, isso embasado na tal “ciência”.
O que realmente importa é que existem homossexuais, que são pessoas como qualquer outra. Como pessoas, devem ter direitos exatamente iguais, cidadania plena. Direitos e cidadania que pessoas como o pastor Beetlejuice não admitem.
Para estas, suas crenças devem dominar o mundo e ser a crença de todos. É uma visão absoluta, que não admite contraditório, não admite nada que não se encaixe na sua visão de mundo, tendo que todos se converterem a ela.
Não é menos sintomático que o pastor acabe sua entrevista dizendo que é “contra” o divórcio (faltou a pergunta: “deveria ser proibido?” ao que, creio, teria um “sim” como resposta).
Além deste discurso bonzinho que ama “os homossexuais e os assassinos”, o absolutismo do pastor encontra um, e apenas um inimigo: a visão estereotipada que fazem do islamismo. Respeita o papa católico como um líder de uma religião, mas enxerga o Islã como “um radicalismo muito horroroso”, afirmou.
Nesta visão completamente deturpada e estereotipada, o Islã é um outro absoluto, assim sendo, um espelho. Beetlejuice se reconhece neste espelho, só não pode admitir.
Por isso nada adianta colocar discursos científicos ou mesmo bíblicos no debate. O que realmente interessa é a integridade e a dignidade humana. E isso é para todos, absolutamente.
Fonte: On The Rocks – qui, 7 de fev de 2013
Divulgando o II Congresso Estadual de Prevenção as Drogas, que acontecerá dias 23 e 24/02/2013.
A EPAZ tem como meta, dentre outros objetivos e desafios, promover Políticas de Prevenção as Drogas, nesse sentido o Curso Tecendo a Educação em Direitos Humanos na Educação da Paz e o Grupo de Trabalho e Estudo de Educação da Paz - GTE EPAZ, no conteúdo programático consta 8 horas de participação, no mínimo, no Congresso. Caso você esteja interessada e interessado, inscreva-se pelo email epazsmegyn@gmail.com
Abaixo o folder com a programação:
Atenciosamente,
Genivalda Cravo
Coordenação Geral da EPAZ/SME Gyn.
Prefeitura de Goiânia
Secretaria Municipal de Educação
Política Articulada de Educação da Paz - EPAZ
Portaria nº 61 de 22 de dezembro de 2011
Publicada no Diário Oficial 5259 de 02/01/2012, p. 25
Blog: http://educaparaapaz.blogspot.com
Facebook: EPaz Sme Goiania
Contatos: 62-35248924/8919
“O AMOR PODE MUDAR O QUE DESEJAMOS.
A GUERRA PODE MUDAR QUEM SOMOS”.
Frase de apresentação do filme “Na Terra de Amor e Ódio”.
“Na Terra de Amor e Ódio” - roteiro e direção Angelina Jolie. Sinopse: durante a guerra entre bósnios e sérvios, a maior e mais sangrenta ocorrida na Europa desde a Segunda Guerra Mundial - de 1992 a 1995 -, Danijel (Goran Kostic), um soldado sérvio, reencontra Ajla (Zana Marjanovic), uma pintora muçulmana bósnia. Os dois estavam começando a se conhecer quando o conflito explodiu. Em meio à devastação e atrocidades, eles retomam a afinidade, ainda que sejam captor e prisioneira e estejam de lados opostos em todos os níveis possíveis na guerra.
“A palavra é a maior obra civilizatória construída pela humanidade, mas são os atos que salvam o mundo” (Cida Alves).
É muito difícil conceituar o amor, mesmo por que ele se configura diferente em cada tipo de relação humana, pai e filho, mestre e aprendiz, irmãos, amigos, companheiros…
O amor pode ser manso, intenso, recatado, espontâneo, alegre, contemplativo, firme, delicado, mas com certeza ele não se sustenta na distância, na frieza, na polidez de palavras vazias de afeto e na pieguice.
Acredito que o amor só cumpre sua missão se for convertido em gestos de cuidados que considerem as dificuldades e as reais necessidades do outro.
Estimado leitor,
Nesse domingo deixo com você algumas tentativas de definição do amor. Ashey Montagu, Marta Medeiros e o filme “Intocáveis” estão aqui para apresentar as suas versões desse sentimento.
Foto de pai canguro em uma UTI neonatal
“Amor, uma palavra frequentemente usada, mas poucas vezes por cientistas em seu papel científico, raramente é definida. Uma definição breve seria: comportamento calculado para conferir a um outro benefícios de sobrevivência, de forma criativamente ampliada. Para a criança dependente, consiste na satisfação de suas necessidades básicas, assim como das necessidades perceptivas como tato, visão, audição e experiência vestibulares, orais e gastrointestinais, para enumerar as mais óbvias. Ainda mais importante que isso é a comunicação do sentimento de profundo envolvimento no bem-estar do outro, de que a criança possa depender de você para o apoio, o sustento e os estímulos que ela requer para ter a sensação de segurança, tão essencial para o desenvolvimento sadio” (MONTAGU, 1978, p.197).
Cena do filme A delicadeza do amor
Sentir-se amado
O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.
Martha Medeiros
Dedico essa postagem a minha querida orientadora Ruth Catarina, que é meu guia amoroso (no sentido freiriano) de como ser uma educadora que faz do processo de ensinar uma coisa de gente inteiro e não pela metade.