“Ao
contrário do que muita gente pensa, nem sempre o abuso sexual ocorre
de maneira brutal, deixando marcas roxas e visíveis pelo corpo.
Muitas vezes, o abuso acontece de forma gentil, seduzindo a criança
e fazendo com que ela confie e se acostume com os toques do abusador.
A partir daí, o corpo da criança começa a ficar excitado, reagindo
ao estímulo externo.
Não
vamos confundir com prazer nem mesmo pensar que alguma criança gosta
de sofrer abuso sexual. O que acontece é que o corpo reage da
maneira que foi criado para reagir, assim como nos arrepiamos em um
ambiente frio ou sentimos cócegas quando alguém toca a sola dos
nossos pés. Essa excitação do corpo durante o abuso sexual faz com
que a criança tenha sentimentos ambivalentes: ao mesmo tempo em que
deseja parar, o corpo se excita. A criança sente culpa e se cala, se
sente como uma cúmplice e não tem como compreender que alguém em
quem ela confia tanto possa estar destruindo ali a sua vida.
Enfim,
muitas de nós, Sobreviventes, crescemos e sofremos com a tormenta da
culpa. Esta tormenta pode nos levar a ter fantasia sexual com estupro
ao brincarmos com o nosso corpo” (texto
compartilhado pelo
Movimento Girassol).
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