“Diferenciar a violência dos conceitos de agressividade e de poder é fundamental. Admite-se que a agressividade é necessária, pois, em algumas situações, ela é a única resposta possível. É incontestável o direito de um sujeito de empregar sua agressividade em legítima defesa, bem como o direito de grupos, classes ou Estado de lançarem mão de seu potencial defensivo quando este se revela o único instrumento possível, para enfrentar o terror ou a violência da dominação opressora.
No entanto, não se conjuga a agressividade, que é sempre defensiva e a serviço da sobrevivência, à ideia de violência. A agressividade que busca manter a integridade de um sujeito (PHILIPPI; FELIPE, 1998), ainda que se expresse com a intensidade e a exuberância da cólera, não é violência. O ponto crucial que demarca a diferença entre agressividade e violência é sua finalidade. O objetivo da violência não é preservar a vida, mas destruir a identidade ou a integridade de um sujeito ou de um grupo, ou seja, ela visa converter a diferença em desigualdade, transformando esta última em uma relação entre inferior e superior. A violência é concebida como a ‘ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como uma coisa’ (CHAUÍ, 1995, p. 15).”
Cida Alves*
ZSK - Make Racists Afraid Again (Official Video) from MZ | Photography & Filmmaking on Vimeo.
Foto: site Kristin Swenson
*Fragmento da tese “Alforria pelo sensível: corporeidade da
criança e formação docente” de autoria de Maria Aparecida Alves da Silva - acesse o conteúdo completo da discussão sobre a diferenciação dos
conceitos de violência, força e agressividade no primeiro capítulo – “O exílio de quem ousa
denunciar as violências: o mito do homem naturalmente violento” AQUI
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