31 de mai. de 2020

ZSK - Make Racists Afraid Again


 “Diferenciar a violência dos conceitos de agressividade e de poder é fundamental. Admite-se que a agressividade é necessária, pois, em algumas situações, ela é a única resposta possível. É incontestável o direito de um sujeito de empregar sua agressividade em legítima defesa, bem como o direito de grupos, classes ou Estado de lançarem mão de seu potencial defensivo quando este se revela o único instrumento possível, para enfrentar o terror ou a violência da dominação opressora.

No entanto, não se conjuga a agressividade, que é sempre defensiva e a serviço da sobrevivência, à ideia de violência. A agressividade que busca manter a integridade de um sujeito (PHILIPPI; FELIPE, 1998), ainda que se expresse com a intensidade e a exuberância da cólera, não é violência. O ponto crucial que demarca a diferença entre agressividade e violência é sua finalidade. O objetivo da violência não é preservar a vida, mas destruir a identidade ou a integridade de um sujeito ou de um grupo, ou seja, ela visa converter a diferença em desigualdade, transformando esta última em uma relação entre inferior e superior. A violência é concebida como a ‘ação que trata um ser humano não como sujeito, mas como uma coisa’ (CHAUÍ, 1995, p. 15).
Cida Alves*



ZSK - Make Racists Afraid Again (Official Video) from MZ | Photography & Filmmaking on Vimeo.

Foto: site Kristin Swenson  


*Fragmento da tese “Alforria pelo sensível: corporeidade da criança e formação docente” de autoria de Maria Aparecida Alves da Silva  - acesse o conteúdo completo da discussão sobre a diferenciação dos conceitos de violência, força e agressividade no  primeiro capítulo – “O exílio de quem ousa denunciar as violências: o mito do homem naturalmente violento” AQUI

23 de mai. de 2020

Tito e os Pássaros - Gabriel Bitar, Gustavo Steinberg, André Catoto Dias



“Oh senhor cidadão
Eu quero saber, eu quero saber
Com quantos quilos de medo
Com quantos quilos de medo
Se faz uma tradição?
Oh senhor cidadão,
Eu quero saber, eu quero saber
Se a tesoura do cabelo
Se a tesoura do cabelo
Também corta a crueldade”


Tom Zé




15 de mai. de 2020

Cora Coralina - Todas a Vidas de Renato Barbieri



“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida.”
Cora Coralina







CORA CORALINA é o nome artístico de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que só foi lançar seu primeiro livro aos 75 anos e, mesmo assim, considerada um marco para a poesia goiana. Cora teve uma jornada complicada, criando quatro filhos sozinha, após a morte do marido. Um exemplo de mulher batalhadora, que vendia doces durante o dia para se sustentar e escrevia poemas à noite.

O documentário mistura ficção e realidade para narrar, com a força da poesia de Cora, aspectos pouco conhecidos da vida de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a Cora Coralina, uma das maiores escritoras brasileiras de todos os tempos.

Em emocionantes 75 minutos, o filme revela a trajetória de Cora Coralina dos anos de infância até se casar e sair de Goiás; do largo tempo de 45 anos vividos em diferentes cidades no estado de São Paulo; e de seu retorno à Cidade de Goiás, quando se revelou ao Brasil com a força de sua poesia.

Todas as vidas de Cora Coralina em uma narrativa poética nas vozes, sentimentos e interpretações de seis gerações de grandes atrizes brasileiras. Uma polifonia das vozes de Cora que revela, em prosa, verso e imagens, seu imenso talento literário e conteúdo humano. O filme é livremente baseado no livro “Raízes de Aninha”, de Clóvis Brito e Rita Elisa Seda.

Cruzando a fronteira entre a realidade e a ficção, esta é a história da escritora e poeta brasileira Cora Coralina, uma mulher que trabalhou como doceira durante quase toda sua vida, apenas publicando seu primeiro livro aos 75 anos de idade. No entanto, nem mesmo todos os anos de espera a impediram de se tornar uma das autoras brasileiras mais importantes de sua geração.

Direção: Renato Barbieri
Música composta por: Eduardo Canavezes, Luiz Oliviéri
Elenco: Camila de Queiroga Salles Camila Márdila Maju Souza Tereza Seiblitz Walderez de Barros.

10 de mai. de 2020

A Livraria – Isabel Coixet

CIC, em Florianópolis, traz filmes com diretoras europeias em ...

“Permita-me dizer o que eu admiro nos seres humanos, o que eu mais valorizo é a única virtude que eles partilham com os deuses e os animais, e que, portanto eu não vou mais chamar de virtude, quero dizer a coragem[ ...].”
A Livraria – filme dirigido por Isabel Coixet


Você pode assistir na Netflix



3 de mai. de 2020

"Eu canto" por Cecília Meireles e Sebastião Salgado


“[...] Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada."


(Cecília Meireles MEIRELES, C. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.)