29 de fev. de 2020

As Ganhadeiras de Itapuã - as primeiras feministas do Brasil

 

“Toda vez que eu visto esta roupa eu me sinto uma guerreira também. [...] me sinto poderosa por que é uma história de sofrimento e ao mesmo tempo de guerrear. Lutar pelos seus direitos. E é o que estamos precisando, o Brasil está precisando.”

Antonia Sophia – menina Ganhadeira de Itapuã
_____________

“O grupo, que já tem mais de 15 anos e agora foi homenageado pela escola de samba Viradouro (vencedora do Carnaval 2020), já recebeu o Prêmio Culturas Populares – Mestre Duda 100 Anos de Frevo, concedido pelo Ministério da Cultura, e foi reconhecido como uma das iniciativas exemplares das culturas populares do Brasil. Em 2014, lançou um disco homônimo que em 13 músicas reúne raridades da cultura negra baiana e brasileira, candomblé, a importância da presença e liderança feminina, o amor pela natureza e crianças” (iBahia).



24 de fev. de 2020

"Não tem futuro sem partilha. Nem messias de arma na mão" (Samba Enredo da Mangueira - Carnaval 2020)



"Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro, desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão"

Samba Enredo da Mangueira - Carnaval 2020
 










18 de fev. de 2020

Nota oficial: Em defesa das mulheres jornalistas e contra o machismo




Num cenário em que o jornalismo profissional tem assumido um ingrato protagonismo nas disputas políticas que ocorrem no Brasil, mais uma vez, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, protagoniza grave episódio de machismo, sexismo e misoginia. Nesta terça-feira (18/02), o mandatário decidiu atacar a repórter Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S.Paulo, em pronunciamento com falas de conotação sexual, gravadas em vídeos transmitidos ao vivo.

A jornalista vem sendo alvo de pesados ataques virtuais dos seguidores do presidente e do próprio clã bolsonarista por seu trabalho de jornalismo investigativo, que denunciou o pagamento, por um grupo de empresários apoiadores de Bolsonaro, para envio em massa de mensagens falsas por meio de aplicativo, na campanha presidencial de 2018.

Na semana passada, a premiada repórter foi novamente atacada nas redes sociais, após mentiras declaradas por um depoente na CPMI das Fake News. Na ocasião, Hans River Nascimento, ex-empregado de uma agência de disparo de mensagens digitais mentiu em depoimento, com declarações de cunho sexista, injuriando a repórter e pondo em xeque seu rigoroso trabalho jornalístico.

O filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, repercutiu as declarações mentirosas sobre a produção da matéria jornalística em sua conta no Twitter e no plenário da Câmara, inflamando os seguidores a alimentarem a rede de ódio contra Patrícia na internet.

A partir deste episódio, as mulheres jornalistas desse país também foram vítimas de viralização de vídeo, imagens e “memes” que relacionam a apuração de matérias jornalísticas e a produção de notícias a troca por sexo. Assim, a pouco mais de duas semanas do 8 de Março, data emblemática da luta feminista, toda uma categoria profissional é atingida pela violência de gênero.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), mais uma vez, manifesta repúdio ao teor do pronunciamento do presidente e, junto com sua Comissão Nacional de Mulheres, coloca-se como incansável na tarefa de denunciar, tão sistemático quanto forem, os absurdos declarados por Jair Bolsonaro.

Dedicamos nossa solidariedade e atuação sindical, seja no campo político ou no jurídico (em fase de encaminhamento), às mulheres desse país, às mulheres jornalistas, às mulheres trabalhadores, na pessoa de Patrícia Campos Mello, na certeza de que não passarão os insultos e ofensas de cunho machista, sexista e misógino. Que nosso grito de repúdio sirva para frear tais comportamentos, vindos de quem quer que seja, sobretudo do mandatário da Nação, que deveria defender toda a população e, sobretudo, as maiorias silenciadas de direitos.

Brasília, 18 de fevereiro de 2020
Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ
Federação Nacional dos Jornalistas


Foto: detalhe de cartaz da banda russa Pussy Riot, com a imagem de Bolsonaro feita de lixo (Foto: Reprodução)
 


16 de fev. de 2020

6 de fev. de 2020

A Verdade Vos Fará Livre - Mangueira - Samba-Enredo 2020


A Verdade Vos Fará Livre

Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão

Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque, de novo, cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais na escuridão

Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão"

Mangueira - Samba-Enredo 2020