30 de jan. de 2014

30 DE XANEIRO, DÍA ESCOLAR POLA PAZ –Educadores e Educadoras pola Paz de Nova Escola Galega

 

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Integrantes da Nova Escola Galega e da Associación Galega de Educadores para Paz (AGAPAZ) - II Xornada de Interculturalidade e Educación de la Federación Olívica de Asociacións de Nais e Pais de Alumnos/as de Vigo e comarca (FOANPAS), Vigo (Galicia/ES) em 27 de outubro de 2012.

 

Estamos un ano máis no do Día Escolar da Non Violencia e a Paz, conmemorando a morte de Mahatma Gandhi e tentando sensibilizar desde a escola a toda a sociedade sobre os valores da paz. Os Educadores e Educadoras pola Paz de Nova Escola Galega – NEG vimos mantendo desde 1984 o noso compromiso de insistir en que esta data debe ser só un pretexto para proxectar a educación pola paz ao longo de todo o ano e en todos os contextos da vida para aprender a afrontar os conflitos de maneira non violenta.

Vivimos tempos difíciles a nivel social e mesmo cos cambios lexislativos que se están producindo. Estamos rodeados de situacións inxustas que son unha forma, non recoñecida, ás veces, de violencia e a isto hai que sumarlle a crecente inxustiza social xerada polas estruturas do poder, que están a producir un importante retroceso lexislativo das liberdades: lei do aborto, LOMCE, desafiuzamentos, copagamentos, desemprego e precariedade laboral, violencia de xénero, acoso escolar e sexual... etc. Sen esquecer estas realidades, non estaría mal unha volta aos nosos principios e achegarnos ás situacións máis próximas que temos cada día nas nosas escolas. Os conflitos que xorden a diario son unha oportunidade para repensar como podemos mellorar a convivencia na nosa comunidade educativa.

 

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Como educadores e educadoras temos de vivir, imaxinar e transmitir valores e actitudes que empapen de paz as nosas relacións. Vivir é transmitir actitudes e comportamentos xustos e solidarios. Isto non é outra cousa que educar e educármonos para a paz. Temos que facer pedagoxía da paz, crear unha nova conciencia que descubra o territorio da verdadeira seguranza e da auténtica pacificación. Una nova conciencia que denuncie o desfasamento entre os gastos militares para a morte e os gastos civís para a vida: os gastos en educación, sanidade, conservación do medio ambiente, Paz e dereitos humanos, convivencia en igualdade entre homes e mulleres, prevención da violencia de xénero, resolución pacífica de conflitos, interculturalidade, valores cívicos e democráticos, protección do medio natural... en definitiva, Cultura de Paz, que non é só educación para a paz, dereitos humanos e democracia, senón tamén, loita contra da exclusión e a pobreza (o gran obxectivo do milenio), diálogo intercultural e resolución pacífica de conflitos.

O estudo, análise e debate nas nosas aulas dos problemas que afectan á nosa convivencia pode levarnos a mellorar as normas de convivencia democrática, mantendo o principio do respecto ás persoas no marco dos dereitos humanos.

A nosa concepción gandhiana do conflito como algo natural e inevitable na existencia humana, inclusive como un valor necesario que posibilita o debate que serve de base para a crítica e a construción da mellora, lévanos a unha necesidade da pedagoxía da convivencia que permita aprender a vivir resolvendo os conflitos sen violencia e a canalizar a agresividade como forma de autoafirmación e non de violencia.

Non podemos pensar que o tema da convivencia se reduce só aos momentos en que se producen os conflitos. Necesitamos un plan de convivencia en cada centro, dentro dunha planificación feita de forma global e continuada e que teña en conta a prevención e a resolución de conflitos. Debemos propiciar espazos e tempos e utilizar estratexias didácticas que favorezan a convivencia.

A aprendizaxe da convivencia necesita planificación para a aula e para o centro. Debe brindar oportunidades, apoio e estímulo constantes e crear unha mínima estrutura que fomente a participación real de todos os sectores, evite medidas de exclusión e mostre compromiso cos cambios positivos. “Crear na aula e no centro un clima de seguridade, de confianza, de mutuo apoio…” Jares.

* O Día Internacional pola Paz, proclamado pola ONU e pola UNESCO, celébrase o 21 de setembro. Como nesas datas estamos a comezar o curso, vénse conmemorando o 30 de xaneiro, aniversario do pasamento de Gandhi. A idea foi dun poeta, educador e pacifista mallorquino Llorenç Vidal, principal promotor do Día Escolar da Non Violencia e a Paz.

Este ano o grupo de traballo de Educadores pola Paz de NEG celebrará o XXVIII Encontro anual, nesta edición de 2014, en Chaves e será arredor do 25 de abril, data en que se conmemora o 40º aniversario da Revolución dos Cravos en Portugal.

Para saber máis: “Pedagogía de la Convivencia” Xesús Rodríguez Jares, Biblioteca de aula 228, Graó, Barcelona 2006

EDUCADORES EDUCADORAS POLA PAZ DE NOVA ESCOLA GALEGA

Santiago de Compostela, xaneiro de 2014


Nova Escola Galega
San Clemente, 18-baixo – 15705
Santiago de Compostela - Galiza (ES)
Tel/Fax. 981562577
www.nova-escola-galega.org

29 de jan. de 2014

Depressão em Crianças – Série Violência/Saúde Mental Infanto Juvenil

Livro Depressão na Infância

 

 

NOVO LIVRO DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD NO SITE

Obra publicada pela FIOCRUZ em 2008 aborda a temática por meio de uma pesquisa realizada com crianças em São Gonçalo. Além de dados epidemiológicos a autora traz questões relevantes sobre a compreensão, identificação e manejo de casos.

Acesse o livro AQUI

 

 

 

 


Enviado por Larissa Arbués, psicóloga da Secretaria Municipal da Saúde de Goiânia, em 24 de janeiro de 2014.

26 de jan. de 2014

Frans Krajcberg - a genialidade que grita pela floresta

Estimado(a) leitor(a)

Deixo com você nesse domingo o grito de Frans Krajcberg. Homem de espírito vigoroso e sensível, Krajcberg viveu em sua juventude os horrores da segunda guerra mundial. Guerra que usurpou suas raízes ao destruir toda a sua família. Ao conhecer a exuberância das florestas de nosso país ele decide abandonar sua terra natal e converte sua arte em um ato de revolta contra a destruição da natureza.

 

 

 

 

24 de jan. de 2014

Inauguração da casAcorpo – Goiânia 25 de janeiro

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A casAcorpO tem a alegria de te convidar para participar da programação de inauguração da casa nossa.

Buscamos construir um espaço propício para o encontro, a troca, a experimentação, a convergência, a colaboração, a criação e profissionalização de nossos fazeres artísticos. E, no dia 25/01, te convidamos também para muita dançAção!

Segue a programação:

25 de janeiro de 2014
9:00 - 12:00
Curso Breve e Intenso: Dança Afro-Brasileira
Com Juliana Jardel e música ao vivo
Para quem? Pessoas interessadas. Sem necessidade de experiência formal em dança.
Contribuição mínima: R$ 60,00

18:30 - 20:00
O que temos para hoje? Dançar Charme
Com Luciana Caetano
Para quem? Pessoas interessadas em dançar muito.
Contribuição mínima: R$ 30,00

20:00 - 23:00
Acende o farol: nosso “happyhour” para terminar o dia e começar a noite.
Com artistas e interessados
Contribuição mínimcursoa: você

21:00 - 22:00
Espetáculo: “Ao Caírem as Abas”
Com Anna Behatriz, Aline Brasil e Jeferson Leite
Contribuição mínima: R$ 5,00

Inscrições:
3609.8386
cursocasacorpo@gmail.com


Fonte: Funplace 

21 de jan. de 2014

Rede Não Bata Eduque: boletins do segundo semestre de 2013

Divulgando as atividades da Rede Não Bata Eduque

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Acesse o boletim de julho a setembro AQUI

Acesse o boletim de outubro a dezembro AQUI

19 de jan. de 2014

“Antes que eles desapareçam”, as incríveis fotografias de Jimmy Nelson – <<Antes de que desaparezcan>>, las increíbles fotografías de Jimmy Nelson

O fotógrafo britânico Jimmy Nelson, desenvolve, desde 2009, o projeto “Before They Pass Way” (precisamente, Antes Que Eles Desapareçam). Ele já visitou 44 países em todo o mundo na tentativa de testemunhar as tradições destas culturas consagradas pelo tempo, conhecer seus rituais e descobrir como o resto do mundo está ameaçando mudar seus modos de vida para sempre.

El fotógrafo británico Jimmy Nelson, desde 2009, desarrolla el proyecto <<Before They Pass Way>> (precisamente, antes de que desaparezcan). Él ha visitado 44 países de todo el mundo en un intento de ser testigo de las tradiciones de estas culturas de larga tradición, conocer sus rituales y averiguar cómo el resto del mundo ha amenazado cambiar su forma de vida para siempre.

 

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Acesse o projeto “Before They Pass Way”

Visita el proyecto “Before They Pass Way”

 

 


Fonte: HYPENESS

15 de jan. de 2014

Luto: movimento negro perde Oraida Abreu

Oraida e filho

 

É com pesar que informamos o falecimento da psicóloga Oraida Machado de Abreu. O velório será realizado hoje, dia 15 de janeiro, na sala de Velórios II da funerária Paz Universal (Avenida Castelo Branco, 918, Setor Coimbra próximo da Praça do Cigano), a partir das 17h30. O sepultamento será nesta quinta-feira, dia 16 de janeiro, no Cemitério Vale Da Paz, às 15h.

Oraida atuava na interface da Psicologia com os movimentos sociais e participou como palestrante em diversos eventos organizados pelo CRP-09. Ela foi coordenadora de Disseminação de Informações do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra – Fundação Cultural Palmares/Minc.


Goiânia – Faleceu na noite desta terça-feira (14/01) em Goiânia, vítima de câncer, a psicóloga e militante do movimento negro, Oraida Abreu, ex-dirigente da Fundação Palmares e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), da Presidência da República.

A morte de Oraida provocou manifestações de pesar por todo o país. Denise de Paula Pacheco, de Belo Horizonte, escreveu na sua rede social. "Aos meus amigos e amigas que trabalhamos juntos em Brasília e dos demais estados que tivemos a oportunidade de conviver com a nossa querida Oraida Abreu que se encontrava doente, e hoje a tarde ela fez sua passagem para Orun. Oraida querida, obrigada pela oportunidade de conviver e trabalhar com você, sua solidariedade e companheirismo", afirmou.

Makota Celinha Gonçalves Souza, também de Minas Gerais, expressou sua dor desta forma: "Fiquei sem palavras. Oraida sempre foi muito parceira, sensível, gentil e calorosa quesitos que tanta falta faz no nosso meio. Vai em paz, Oraida. Que sua estrela continue a brilhar em outras dimensões", afirmou. Silvana Veríssimo, de S. Paulo, lamentou a perda da amiga. "Muito triste, triste mesmo. Pessoa maravilhosa era Oraida", afirmou.

Quem foi

A última função de Oraida na Fundação Cultural Palmares foi a chefia da Coordenação de Disseminação de Informações do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIRC). Durante seis anos ela exerceu funções técnicas e de direção na SEPPIR. A ativista tinha mestrado em Ciências Ambientais e de Saúde e defendeu a dissertação sob o título "Comunidade Quilombola Mesquita: Políticas Públicas de Promoção da Igualdade Racial – Em busca da Equidade".

Em seu estudo, ela observou que embora a comunidade Mesquita fique próxima de grandes centros urbanos, como Brasília e Goiânia, enfrentava os mesmos problemas que outras remanescentes de quilombos: dificuldade de acesso à políticas públicas.

 


Fonte: GRUPO DE MULHERES NEGRAS MALUNGA

Notícia postada pelo CRP 09, em 15 de janeiro de 2014 - foto capturada no perfil de Julio Dos Santos (filho de Oraida Abreu)

14 de jan. de 2014

Goiânia vai integrar a preparação para Conferência Nacional sobre Migrações e Refúgio no Brasil

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Por Mauro Júnio, da diretoria de Jornalismo - Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)

Participação da capital goiana foi possível depois que o chefe do executivo municipal recebeu representantes do Ministério da Justiça

Com o objetivo de colher informações e propostas para aprofundar o debate a respeito de políticas públicas para migrantes, a Prefeitura de Goiânia realizará neste primeiro semestre uma pré-conferência sobre o tema. Do evento em Goiânia, que foi concretizado após receber a visita de representantes do Ministério da Justiça ao chefe do executivo municipal na manhã desta segunda-feira, 13, sairão propostas e delegados para a 1ª Conferência Nacional sobre Migrações e Refúgios, prevista para acontecer no mês de maio em São Paulo.

Além do Ministério da Justiça, participam da realização do evento nacional o Mistério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), com o apoio da Organização Internacional para os Imigrantes (OIM) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Para o processo de realização da conferência nacional é necessário a promoção de etapas preparatórias, com debates temáticos. As etapas podem ser pré-conferências estaduais, municipais, conferência livre e virtual.

No encontro com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, a assessora do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça e coordenadora da Conferência, Jana Macedo, revelou a importância da participação da capital goiana com a temática. “Goiânia é um pólo muito importante em termos da temática migratória e refúgio. Por isso, consideramos um local importante para realização de uma das etapas preparatórias para Conferência Nacional”. A assessora revelou ainda o motivo da visita. “Nossa intenção é dinamizar uma interlocução com agentes públicos e da sociedade civil para que dessa mobilização surja uma etapa importante que traga contribuições e propostas para o evento nacional”, disse.

Após receber explicações de como devem ser realizadas as etapas municipais e tirar dúvidas, Paulo Garcia revelou para as integrantes da coordenação do evento que é sim de interesse da administração municipal a realização da pré-conferência, bem como a participação do evento em São Paulo. “Reconhecemos a importância do debate sobre essa temática, uma vez que sabemos que o fluxo migratório no nosso país só tem aumentado consideravelmente”, afirmou o prefeito, ressaltando o ato normativo que será realizado pelo executivo.

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Por parte da Prefeitura, os delegados são nomeados por seus respectivos órgãos. Já os delegados representantes das organizações sociais serão eleitos durante o evento em âmbito municipal. “Vamos assinar o decreto e nomear os representantes da administração”, concluiu Paulo Garcia. Participaram da visita a Secretária Municipal de Defesa Social, Adriana Accorsi e Izabela Barbosa, a Secretária Municipal de Políticas para as Mulheres, Teresa Sousa, a Divisão de Vigilâncias às Violências e Promoção da Saúde (SMS Goiânia), Cida Alves, A Clínica Escola da Faculdade de Psicologia (PUC Goiás), Malú Moura. Ofélia Ferreira e Jana Macedo integraram a equipe de representantes do Ministério da Justiça.

Maiores Informações na Plataforma da 1º Conferência Nacional sobre Migrações e Refúgio


Fonte: COMIGRAR em 14 de janeiro de 2014.

9 de jan. de 2014

10 razones para no golpear a los niños

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Foto: Català-Roca

En 29 países del mundo es ilegal pegarle a un niño y en 113 países se prohíbe el castigo corporal en las escuelas. Sin embargo; en otros países, como el nuestro y muchos otros de América Latina, los golpes – nalgadas, manazos, cinturonazos, coscorrones, etc. – se ven como un método para disciplinar a los niños, e incluso en muchas familas se promueve y se urge a los padres “dale una buena nalgada para que entienda”.

En los últimos años, muchos psiquiatras, sociólogos, investigadores y padres han recomendado y promovido la prohibición del castigo físico en los niños. La razón más importante, de acuerdo al Dr. Peter Newell, coordinador de la organización End Punishment of Children (EPOCH), es que “todas las personas tienen el derecho a la protección de su integridad física, y los niños también son personas”.

Jan Hunt, una psicóloga promotora de la crianza con apego, miembro de organizaciones en contra del maltrato infantil y directora de Natural Child Project da 10 razones para no pegarle a tus hijos; aunque desde mi opinión no existe ninguna razón válida para golpear a un niño.

  1. Golpear a los niños les enseña a convertirse en golpeadores. Existen una gran cantidad de investigaciones que demuestran una correlación directa entre el castigo corporal en la infancia y el comportamiento agresivo o violento en los  adolescentes y adultos. Prácticamente todos los delincuentes más peligrosos fueron amenazados y castigados durante su infancia. Los niños, por naturaleza, aprenden a comportarse observando e imitando a sus padres, ya sea para bien o para mal. Por lo tanto, es responsabilidad de los padres dar un ejemplo de empatía y sabiduría.
  2. En muchos casos del llamado “mal comportamiento”, el niño no está haciendo más que responder de la única manera en que es capaz de acuerdo a su edad y experiencia, a la desatención de sus necesidades básicas. Algunas de estas necesidades son. el sueño y la nutrición, el tratamiento de una alergia oculta, el aire fresco, ejercicio y la libertad para el explorar el mundo que le rodea. Pero su mayor necesidad es la de recibir la atención de sus padres. Actualmente son pocos los niños que reciben suficiente tiempo y atención de parte de sus padres, que continuamente están muy ocupados y absortos por sus propios problemas y preocupaciones como para tratar a los niños con paciencia y empatía. Sin lugar a dudas es incorrecto e injusto castigar a un niño por responder de una manera natural a la falta de atención a sus necesidades básicas. Por esta razón, el castigo no sólo es ineficaz a largo plazo, sino también es claramente injusto.
  3. El castigo impide al niño aprender a resolver conflictos de una manera humana y efectiva. Como escribió el educador John Holt, “cuando atemorizamos a un niño, paramos en seco su aprendizaje”. Un niño a quien se golpea se concentra en sus sentimientos de ira y venganza, y así se pierde la oportunidad de aprender métodos más efectivos de resolver problemas. Por lo tanto, un niño golpeado aprende muy poco acerca de cómo manejar o prevenir situaciones similares en el futuro.
  4. La frase “Spare the rod and spoil the child”, algo así como “La letra con sangre entra” se encuentra en “Hudibras” un poema satírico del siglo XVII escrito por Samuel Butler; el cual fue escrito para exponer y denunciar la violencia contra los niños. Irónicamente, esta frase ahora se usa para justificar el castigo físico hacia los niños.
  5. Los golpes interfieren con el vínculo entre padres e hijos, ya que no está en la naturaleza humana amar a quien nos lastima. El verdadero espíritu de cooperación que todo padre desea solamente puede construirse a través de un fuerte vínculo basado en sentimientos mutuos de amor y respeto. Los golpes, aunque en apariencia funcionen, solamente producen un supuesto buen comportamiento basado en el temor, el cual puede mantenerse hasta que el niño tiene edad para oponerse. En contraste, la cooperación basada en el respeto se conservará permanentemente, y traerá años de felicidad mutua al niño y a sus padres a través del tiempo.
  6. Muchos padres nunca aprendieron en su propia infancia que hay maneras positivas de relacionarse con los niños. Cuando el castigo físico no logra los resultados deseados, y si los padres desconoces otros métodos, los golpes pueden incrementarse tanto en frecuencia como en intensidad o en acciones mucho más peligrosas para la integridad del niño.
  7. La ira y frustración que no pueden ser expresadas de manera segura por un niño se quedan en su interior. La ira acumulada por años puede explotar frente a los padres cuyo hijo ahora se siente suficientemente fuerte para expresar su enojo.  El castigo físico parece producir “buena conducta” en los primeros años, pero siempre será a un precio muy alto, pagado por los padres y toda la sociedad cuando el niño entre en la adolescencia y la edad adulta.
  8. Los golpes en las nalgas, una zona erógena en la infancia, puede crear en la mente del niño una relación entre dolor y placer sexual que puede acarrear dificultades en la adultez. Los anuncios en algunas revistas “alternativas” del tipo “Quiero unas nalgadas” atestiguan las tristes consecuencias de la confusión entre dolor y placer. Si un niño recibe poca atención de sus padres, excepto cuando le pegan o lo castigan, los conceptos de dolor y placer se mezclan en la mente del niño. Un niño en esta situación tendrá poca autoestima y creerá que no se merece nada bueno.
    Incluso las nalgadas consideradas “no muy fuertes” pueden causar daño físico. Los golpes en la parte inferior de la columna vertebral envían ondas de choque a lo largo de toda la columna, y pueden lesionar al niño. La prevalencia del dolor en la espalda baja entre los adultos en nuestra sociedad bien puede tener sus orígenes en los golpes recibidos en la infancia. Algunos niños han quedado paralizados debido a nervios de la columna dañados por las nalgadas y algunos incluso han muerto, debido a complicaciones médicas que no han podido ser diagnosticadas
  9. Los castigos físicos mandan el mensaje peligroso e injusto “de la ley del más fuerte”. Indican que es permisible hacer daño a otros siempre más pequeños y menos poderosos. El niños llega a la conclusión de que está permitido maltratar a los niños más pequeños. Cuando llegue a la edad adulta, no sentirá compasión por aquellos que son menos afortunados que él, y les temerá a los más poderosos. Esto le dificultará establecer relaciones con significado, tan esenciales para una vida emocional emocionalmente satisfactoria.
  10. Debido a que los niños aprenden a través de sus padres como modelos, el castigo físico manda el mensaje de que los golpes son una manera adecuada para expresar sentimientos y resolver problemas. Si un niño nunca ve a sus padres resolver problemas de una manera creativa y humana, será difícil que él aprenda a hacerlo. Por esta razón, los patrones se repiten de generación en generación.

Una educación amable, apoyada en una base sólida de amor y respeto, es la única manera efectiva de lograr un buen comportamiento cimentado en fuertes valores internos, en lugar de un “buen comportamiento” superficial basado únicamente en el miedo.


Fonte: sire Escuela de padres primerizos

Colaboração do perfil de Márcia Oliveira, coordenação da Rede Não Bata Eduque, em 08 de janeiro.

7 de jan. de 2014

Influencia da amorosidade paterna no desenvolvimento da criança - pesquisa coordenada pelo Dr. Ronald Rohner (Universidade de Connecticut/EUA)

Father's Love

O amor de pai contribui tanto - ou até mais - para o desenvolvimento de uma criança quanto o amor de mãe.

Esta é a conclusão de um estudo internacional de longo prazo sobre os efeitos da aceitação e da rejeição dos pais sobre a formação da personalidade dos filhos.

Efeito da rejeição

"Em meio século de pesquisas internacionais, nós não descobrimos nenhuma outra classe de experiências que tenha um efeito tão forte e tão consistente sobre a personalidade e o desenvolvimento da personalidade quanto a experiência da rejeição, sobretudo a rejeição dos pais na infância," relata o Dr. Ronald Rohner.

Rohner, da Universidade de Connecticut (EUA), é coautor de uma análise que avaliou centenas estudos, de diversas partes do mundo, incluindo mais de 10.000 participantes, da infância até a idade adulta.

Amor de pai versus amor de mãe

Quando avaliaram separadamente o impacto da presença ou da ausência do amor do pai ou do amor da mãe, os pesquisadores encontraram uma diferença significativa.

A influência da rejeição pelo pai é significativamente maior do que a da mãe.

Os psicólogos levantam uma hipótese para explicar essa diferença: segundo eles, pode ser que as crianças e os adolescentes deem mais atenção ao pai quando este parece ter mais prestígio e poder interpessoal.

Assim, se uma criança percebe o pai como alguém de maior prestígio, ela pode ser mais influenciada por ele do que pela mãe.

Mas a equipe afirma que está realizando mais pesquisas para confirmar essa hipótese.

Além de Freud

A mensagem mais importante que se pode tirar dessas constatações, quaisquer que venham a ser suas explicações, é que o amor do pai é crítico para o desenvolvimento de uma pessoa, diz o pesquisador.

A importância do amor do pai deve ajudar a motivar os homens a se tornarem mais envolvidos no cuidado com os filhos.

Além disso, afirma ele, o reconhecimento de que a influência do pai é tão, ou mais importante, do que a influência da mãe, deve ajudar a reduzir a mania de colocar a culpa de tudo nas mães, uma tendência nas escolas de psicologia e psiquiatria desde Freud.

Consequências da rejeição pelos pais

"Crianças e adultos em todo o mundo - independentemente de diferenças de raça, cultura e gênero - tendem a responder exatamente da mesma forma quando percebem que estão sendo rejeitados pelos pais ou pelas pessoas que cuidam deles," elucida o pesquisador.

Nesses casos, as crianças sentem-se mais ansiosas e inseguras, e desenvolvem maior hostilidade e agressividade em relação às outras pessoas. Quando se tornam adultas, elas têm dificuldade em estabelecer relacionamentos firmes e de confiança com seus parceiros.

Estudos envolvendo neuroimagens mostram que a rejeição ativa as mesmas partes do cérebro que a dor física. "Contudo, ao contrário da dor física, as pessoas podem reviver psicologicamente a dor emocional da rejeição por anos a fio," disse o pesquisador.


Fonte: Unisite Saúde, em 14 de junho de 2012. Foto capturada no nesse link

Colaboração do perfil de Cyntia Bernandes, mestre em educação pelo Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, em 06 de janeiro de 2014.

5 de jan. de 2014

QUEDA PROHIBIDO - Alfredo Cuervo Barrero

<<La poesia es una arma cargada de futuro>>
Gabriel Celaya

 

QUEDA PROHIBIDO


¿Qué es lo verdaderamente importante?
Busco en mi interior la respuesta,
y me es tan difícil de encontrar.

Falsas ideas invaden mi mente,
acostumbrada a enmascarar lo que no entiende,
aturdida en un mundo de falsas ilusiones,
donde la vanidad, el miedo, la riqueza,
la violencia, el odio, la indiferencia,
se convierten en adorados héroes.

Me preguntas cómo se puede ser feliz,
cómo entre tanta mentira se puede vivir,
es cada uno quien se tiene que responder,
aunque para mí, aquí, ahora y para siempre:

Lo que el viento se llevó
Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarme un día sin saber qué hacer,
tener miedo a mis recuerdos,
sentirme sólo alguna vez.

Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quiero,
abandonarlo todo por tener miedo,
no convertir en realidad mis sueños.

Queda prohibido no demostrarte mi amor,
hacer que pagues mis dudas y mi mal humor,
inventarme cosas que nunca ocurrieron,
recordarte sólo cuando no te tengo.

Queda prohibido dejar a mis amigos,
no intentar comprender lo que vivimos,
llamarles sólo cuando les necesito,
no ver que también nosotros somos distintos.

Queda prohibido no ser yo ante la gente,
fingir ante las personas que no me importan,
hacerme el gracioso con tal de que me recuerden,
olvidar a toda la gente que me quiere.

Queda prohibido no hacer las cosas por mí mismo,
no creer en mi dios y hacer mi destino,
tener miedo a la vida y a sus castigos,
no vivir cada día como si fuera un último suspiro.

Queda prohibido echarte de menos sin alegrarme,
olvidar los momentos que me hicieron quererte,
todo porque nuestros caminos han dejado de abrazarse,
olvidar nuestro pasado y pagarlo con nuestro presente.

Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen más que la mía,
no saber que cada uno tiene su camino y su dicha,
pensar que con su falta el mundo se termina.

Queda prohibido no crear mi historia,
dejar de dar las gracias a mi familia por mi vida,
no tener un momento para la gente que me necesita,
no comprender que lo que la vida nos da, también nos lo quita.


Alfredo Cuervo Barrero*


* Mi nombre es Alfredo Cuervo Barrero, tengo 22 años y vivo en Portugalete, una villa del País Vasco, al norte de España. Me encanta la lectura y mis autores favoritos son Nietzsche, Eric Fromm, Seneca y Hermann Hesse.

La verdad es que leo poca poesía, pero desde casi siempre me ha gustado escribirla. Espero pronto acabar el libro que quiero hacer, aún me quedan unas 10 o 15 poesías.

Después de tanto tiempo viendo en un montón de páginas que mi poema Queda Prohibido lo han atribuido a Pablo Neruda, la cosa ya da casi igual. Estaría encantado que lo publicaran, por eso aquí les mando el original (Fonte: http://www.euroresidentes.com/Poemas/queda-prohibido-alfredo-cuervo.htm)

3 de jan. de 2014

Contra o cultivo do ódio - Por Sylvia Debossan Moretzsohn

 

Sílvi Debossan Moretzsohn

Vale a pena ler as reflexões que Moretzsohn faz sobre
Ética de Convicção e de Responsabilidade.


Contra o cultivo do ódio

Nos minutos finais de sua entrevista a Alberto Dines no Observatório na TV exibido em 22/10 (ver aqui), Fernando Gabeira compara a boa literatura ao bom jornalismo, que nos põem diante das contradições e complexidades do mundo, e critica o enfoque militante que “tende a cortar a realidade entre aquela que ele aceita e aquela que ele não aceita, entre o bem e o mal”. Conclui dizendo que “o militante no jornalismo joga com uma força muito grande contra ele, que é a dificuldade de ele ver o que não gosta, e a tolerância diante daquilo que ele gosta”.

De saída é preciso sublinhar que esse “bom jornalismo” é artigo raro no cenário atual da nossa mídia, que está longe de oferecer esse quadro rico e complexo da realidade para que o público possa ter o máximo de elementos possíveis para fazer seus julgamentos. Pelo contrário, a mídia frequentemente padece dos mesmos males dessa militância, às vezes disfarçada, às vezes explícita. Mas quem quer se opor a ela não pode simplesmente trocar os sinais, para não cair no mesmo vício que denuncia.

Antes que se mal entenda, não estou com isso querendo dizer que o jornal ou o jornalista devam se esconder atrás de uma suposta imparcialidade: como já pude argumentar aqui (ver “A militância e as responsabilidades do jornalismo“), uma coisa é assumir de que lado se está, outra é ignorar o papel de mediador que todo jornalista precisa exercer. É uma questão ética fundamental, que não pode ser ignorada sob nenhuma hipótese.

A defesa das “múltiplas parcialidades”, por exemplo, que ganhou força com o protagonismo da Mídia Ninja nas Jornadas de Junho, parte da constatação de que a mídia é parcial, e por isso distorce, oculta, engana e até mesmo mente. Então estaríamos autorizados a fazer exatamente o mesmo em sentido contrário, embora o façamos, como sempre, em nome da verdade. Restaria ao público escolher entre uma incomensurável variedade de mentiras, enquanto o compromisso básico do jornalismo é com o esclarecimento. Neste caso, sempre se estará diante de uma disputa de diferentes interpretações de um mesmo fato: mas o respeito aos fatos é essencial.

Os tempos turbulentos que estamos vivendo têm facilitado a cegueira em relação ao contraditório, precisamente no sentido apontado por Gabeira, o que é fatal para a apreensão da realidade e, consequentemente, para a ação política daí decorrente. E se privilegio aqui a crítica aos midiativistas é não apenas porque a grande imprensa já é alvo sistemático de crítica neste espaço, mas porque aposto na importância do contradiscurso para a democratização da comunicação. Daí a relevância das iniciativas à margem do mercado dominante e a necessidade de consolidação de experiências alternativas. Daí, também, o meu espanto com as atitudes que têm prevalecido nesse campo autodenominado “independente” na cobertura das manifestações atuais.

A caçada aos jornalistas

Na terça-feira (22/10), participei do segundo debate da série “Redes, Ruas, Mídias: Revolta e Reação”, voltada para a discussão dos múltiplos aspectos dessas manifestações. Foi no dia seguinte ao do leilão do campo de Libra, na Barra da Tijuca, onde mais uma vez jornalistas foram hostilizados pela polícia e por manifestantes mascarados. Um dos membros da mesa apresentou trechos da página do Black Bloc RJ daquele dia, que incentivava a caçada aos jornalistas: “Alguém avisa ao pessoal que tá lá na Barra que tem um repórter da Globo disfarçado de ninja falando um monte...”. Logo viriam os comentários:

>> “Já acharam, é uma menina baixinha morena, cabelo liso, rabo de cavalo, rápida, calça jeans e camiseta preta, segura a câmera com as 2 mãos e fala ao telefone com fone ou bluetooth”.

>> “Arranca essa filha da puta daí!”

>> “Pau nela sem pena!”

>> “Enfiem a mão nessa vadia!”

>> “Um filma e o outro fala no ao vivo. São dois”.

>> “Dá porrada nela!”

>> “Corta o cabelo dela, raspa a sobrancelha delaaaaa”.

>> “Taca fogo neles...”

>> “Se for gostosa, deixa ela pelada”.

E assim por diante. Raros foram os comentários em sentido contrário, seja contestando a censura, seja simplesmente criticando a violência física mas apoiando o impedimento ao trabalho, como este:

>> “Apenas tirem-na de cena. Confisquem a bateria do equipamento dela e devolvam o aparelho”.

Como se recorda, nesse dia um carro de reportagem foi virado e só não foi incendiado porque os bombeiros chegaram a tempo, e uma repórter, depois de hostilizada por um soldado, foi violentamente agredida por manifestantes, conforme relato publicado neste Observatório (ver “Somos todos Aline Pacheco“).

Na plateia, um dos estudantes perguntou às duas representantes de um recém-criado coletivo de mídia alternativa o que elas achavam das agressões. Explicou que não gostaria de estar numa situação daquelas, cobrindo uma manifestação, e ter o carro de reportagem destruído.

“O carro não é seu”, respondeu serenamente uma das moças.

(Pausa para a perplexidade: então estamos autorizados a destruir tudo o que não seja “nosso”?).

O rapaz logo se recompôs e argumentou: “Mas é meu instrumento de trabalho”. E ela: “Mas nós não queremos que você trabalhe”.

A igualdade seletiva

Esse breve diálogo é muito revelador do atual estado de coisas: em nome da contestação ao sistema, e à mídia hegemônica em particular, esses grupos se consideram no direito de definir quem pode ou não trabalhar, e se apropriam do espaço público utilizando a mesma tática das milícias que tanto dizem condenar.

Bem a propósito, as midiativistas se disseram ao lado dos trabalhadores e dos movimentos sociais. Jornalistas não são trabalhadores? Talvez não: são inimigos porque, segundo essa lógica rasteira, reproduzem o ideário das empresas para as quais trabalham. Assim, trabalhador é quem nós dizemos que é; por isso, podemos dizer quem está ou não autorizado a exercer seu ofício. Em suma, podemos dizer quem merece ou não ser livre, de modo que – como em tantos outros momentos da história da humanidade – nos achamos no direito de instituir a censura em nome da liberdade (ver aqui).

Já ao final do debate, uma das jovens declarou que sentia muito mais a morte dos moradores da Maré – numa chacina ocorrida em fins de junho naquele conjunto de favelas do Rio, no auge dos protestos – do que a agressão a jornalistas, esquecendo, talvez, uma palavra de ordem recorrente nas manifestações – “a polícia que reprime na avenida é a mesma que mata na favela” – e sem perceber que essa distinção é incompatível com o respeito aos direitos humanos. A não ser que desejemos reproduzir, com o sinal trocado, a conhecida ironia da igualdade seletiva, segundo a qual uns são mais iguais que outros.

Não é difícil vislumbrar para onde nos conduzirão essas “alternativas”.

Entre a convicção e a responsabilidade

Mas não se trata, pura e simplesmente, de rechaçar esse comportamento cego ao contraditório e tolerante com a violência “de esquerda”. Esse estado de coisas impõe uma discussão mais profunda sobre ética, que remete à conhecida distinção weberiana entre as éticas de convicção e de responsabilidade.

O debate acima referido fornece exemplos típicos de ética de convicção: fazemos o que achamos correto, sem nos importarmos com a consequência dos nossos atos. Ocorre que, tanto na vida cotidiana quanto na vida política, o cálculo das consequências é imprescindível. De fato, o que se passa na vida prática é uma articulação entre as duas éticas: é preciso ter princípios universais norteadores de nossa conduta, que entretanto não poderá ignorar as circunstâncias. Do contrário, poderemos provocar resultados desastrosos em nome das melhores intenções, como no famoso exemplo do pacifista que se recusa a lutar e assim facilita a ação de quem pretende exterminá-lo.

O primeiro grande problema está no estabelecimento dos limites para a flexibilização dos princípios: até que ponto podemos ceder? Se o pacifista relativiza suas convicções e aceita lutar, até que ponto estará apenas se defendendo e a partir de que ponto começará a reproduzir as práticas que ele próprio condena?

O outro problema é que, numa luta de enfrentamento contra o sistema, quem determina a nossa conduta tende a ser o inimigo, de modo que somos obrigados a fazer o que não desejamos.

O exercício da dúvida

Esses questionamentos, entretanto, não parecem fazer parte das preocupações dos coletivos de mídia alternativa. A grande maioria se declara contrária às agressões a jornalistas. Ao mesmo tempo, defende a ação dos Black Blocs, supostamente apenas reativa à violência policial e voltada aos chamados “símbolos do capital”. É um discurso que não resiste às evidências, não só pela reiterada depredação de bens públicos mas pelo recorrente ataque a repórteres. Complacente, portanto, com a força bruta que elimina a hipótese de diálogo.

Os militantes vêm citando à exaustão o famoso poema de Brecht sobre as margens que comprimem o rio aparentemente violento, perfeita metáfora para desvendar a violência estrutural da sociedade. Poderiam recordar outro poema, que exalta a dúvida como a maior das certezas do mundo. “Penso, logo hesito”, na feliz paráfrase de Eduardo Gianetti à máxima cartesiana. Exercitar a dúvida, questionar convicções, avaliar responsabilidades, para evitar o cultivo do ódio que nos conduz à barbárie.

Sylvia Debossan Moretzsohn é jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense, autora de Repórter no volante. O papel dos motoristas de jornal na produção da notícia (Editora Três Estrelas, 2013) e Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico (Editora Revan, 2007).


Fonte: Observatório da Imprensa em 29 de outubro de 2013 - edição 770

2 de jan. de 2014

Principais clichês repetidos pelas redes sociais para justificar, no discurso, um mundo de violência e exclusão - Matheus Pichonelli

Dizem que uma mentira repetida à exaustão se transforma em verdade. Pura mentira. Uma mentira repetida à exaustão é só uma mentira, que descamba para o clichê, que descamba para o discurso. E o discurso, quando mal calibrado, é o terreno para legitimar ofensas, preconceitos, perseguições e exclusões ao longo da História. Nem sempre é resultado da má-fé. Por estranho que pareça, é na maioria das vezes fruto da indigência mental – uma indigência mental que assola as escolas, a imprensa, as tribunas, as mesas de bares, as redes sociais. Com os anos, a liberdade dos leitores para se manifestar sobre qualquer assunto e o exercício de moderação de comentários nos levam a reconhecer um clichê pelo cheiro. Listamos alguns deles abaixo com um apelo humanitário: ao replicar, você não está sendo original; está apenas repetindo uma fórmula pronta sem precisar pensar sobre tema algum. E um clichê repetido à exaustão, vale lembrar, não é debate. É apenas relincho*.

“Negros têm preconceitos contra eles mesmos”

Tentativa clássica de terceirizar o próprio racismo, é a frase mais falada das redes sociais durante o Dia da Consciência Negra. É propagada justamente por quem mais precisa colocar a mão na consciência em datas como esta: pessoas que nunca tomaram enquadro na rua nem foram preteridas em entrevistas de emprego sem motivos aparentes. O discurso é recorrente na boca de quem jamais se questionou por que a maioria da população brasileira não circula em ambientes frequentados pela elite financeira e intelectual do País, como universidades, centros culturais, restaurantes, shows e centros de compra. Tem a sua variação homofóbica aplicada durante a Parada Gay. O sujeito tende a imaginar que Dia Branco e Dia Hétero são equivalentes porque ignora os processos históricos de dominação e exclusão de seu próprio país.

“Não precisamos de consciência preta, parda ou branca. Precisamos de consciência humana”

Eis uma verdade fatiada que deixa algumas perguntas no contrapé: o manifestante a exigir direitos iguais não é gente? O que mais se busca, nessas datas, se não a consciência humana? Ou ela seria necessária, com ou sem feriado, caso a cor da pele (ou o gênero ou a sexualidade) não fosse, ainda hoje, fatores de exclusão e agressão?

“Héteros morrem mais do que homossexuais. Portanto, somos mais vulneráveis”

É o mesmo que medir o volume de um açude com uma régua escolar. Crimes como homicídio, latrocínio, roubo ou furto têm causas diversas: rouba-se ou mata-se por uma carteira, por ciúmes, por fome, por motivo fútil, por futebol, mas não necessariamente por causa da orientação sexual da vítima. O argumento é utilizado por quem nunca se perguntou por que ninguém acorda em um belo dia e decide estourar uma barra de ferro na cabeça de alguém só porque este alguém gosta e anda de mãos dadas com alguém do sexo oposto. O crime motivado por ódio contra heterossexuais é tão plausível quanto ser engolido por uma jaguatirica em plena Avenida Paulista.

“Estamos criando uma ditadura gay (ou racial) no Brasil. O que essas pessoas querem é privilégio”

Frase utilizada por quem jamais imaginou a seguinte cena: o sujeito acorda, vê na tevê sempre os mesmos apresentadores, sempre as mesmas pautas, sempre as mesmas gracinhas. No caminho do trabalho, ouve ofensas de pedestres, motoristas e para constantemente em uma mesma blitz que em tese serviria para todos. Mostra documento, RG. Ouve risada às suas costas. Precisa o tempo todo provar que trabalha e paga imposto (além, é claro, de trabalhar e pagar imposto). Chega ao trabalho e é recebido com deferência: “oi boneca”; “oi negão”; “veio sem camisa hoje?”. Quando joga futebol, vê a torcida imitando um macaco, jogando bananas ao campo, ou imitando gazelas. E engasga toda vez que vira as costas e se descobre alvo de algum comentário. Um dia diz: “apenas parem”. E ouve como resposta que ele tem preconceito contra a própria condição ou está em busca de privilégio. Resultado: precisamos de um novo glossário sobre privilégios.

“A mulher deve se dar o valor”

Repetida tanto por homens como por mulheres, é a confissão do recalque, em um caso, e da incompetência, no outro: o homem recorre ao mantra para terceirizar a culpa de não controlar seus próprios instintos; a mulher, por pura assimilação dos mandamentos do pai, do marido e dos irmãos. Nos dois casos o interlocutor acredita que, ao não se dar o valor, a menina assume por sua conta e risco toda e qualquer violência contra sua pretensão. Para se vestir como quer, andar como quer, dizer e fazer o que quer com quem bem quiser, ouvirá, na melhor das hipóteses, que não é a moça certa para casar; na pior, que foi ela quem provocou a agressão.

“Os homens também precisam ser protegidos da violência feminina”

Na Lua, é possível que a violência entre gêneros seja equivalente. Na Terra, ainda está para aparecer o homem que apanhou em casa porque foi chamado de gostoso na rua, levou mão na bunda, ouviu assobios ou ruídos com a língua sem pedir a opinião da mulher. Também não há relevância estatística para os homens que tiveram os corpos rasgados e invadidos por grupos de mulheres que dominam as delegacias do País e minimizam os crimes ao perguntar: “Quem mandou tirar a camisa?”.


“Se ela se deixou ser filmada, é porque quis se exibir”.

Verdade. Mas não leva em conta um detalhe: existe alguém do outro lado da tela, ou da câmera. Este alguém tem um colchão de conforto a seu favor. Se um dia o vídeo vazar, será carregado nos braços como comedor. Ela, enquanto isso, vai ser sempre a exibida. A puta. A idiota que deixou ser flagrada. A vergonha da família. A piada na escola. Parece uma relação bastante equilibrada, não?

“O humor politicamente correto é sacal”

É a mais pura verdade em um mundo no qual o politicamente incorreto serve para manter as posições originais: ricos rindo de pobres, paulistas ridicularizando nordestinos, brancos ricos fazendo troça de mulatos pobres, machões buscando graça na vulnerabilidade de gays e mulheres. As provocações são brincadeiras saudáveis à medida que a plateia não se identifica com elas: a graça de uma piada sobre português é proporcional à distância do primeiro português daquele salão. Via de regra, a frase é usada por quem jura se ofender quando chamado de girafa branca tanto quanto um negro ao ser chamado de macaco. Só não vale perguntar se o interlocutor já foi chamado de “elemento suspeito”, com tapas e humilhações, pelo simples fato de ser alto como o artiodátilo.

“Bolsa Família incentiva a vagabundagem. Pegar na enxada e trabalhar ninguém quer”

Há duas origens para a sentença. Uma advém da bronca – manifestada, ironicamente, por quem jamais pegou em enxada – por não se encontrar hoje em dia uma boa empregada doméstica pelo mesmo preço e a mesma facilidade. A outra origem é da turma do “pegar o jornal e ler além do horóscopo ninguém quer”; se quisesse, o autor da frase saberia que o Bolsa Empreiteiro (que também dispensa a enxada) consome muito mais o orçamento público do que programa de transferência de renda. Ou que a maioria dos beneficiários de Bolsa Família não só trabalha como é obrigada a vacinar os filhos, manter a regularidade na escola e atravessar as portas de saída do programa. Mas a ojeriza sobre números e fatos é a mesma que consagrou a enxada como símbolo do nojo ao trabalho.

“Na ditadura as coisas funcionavam”

Frase geralmente acolhida por pacientes com síndrome de Estocolmo. Entre 1964 e 1985, a economia nacional crescia para poucos, às custas de endividamento externo e da subserviência a Washington; universalização do ensino e da saúde era piada pronta, ninguém podia escolher os seus representantes, a imprensa não podia criticar os generais e a sensação de segurança e honestidade era construída à base da omissão porque ninguém investigava ninguém. Em todo caso, qualquer desvio identificado era prontamente ofuscado com receitas de bolo na primeira página (os bolos eram de fato melhores).

“Você defende direito de presos porque ele não agrediu ninguém da sua família”.

É o sofisma usado geralmente contra quem defende o uso das leis para que a lei seja garantida. Para o sujeito, aplicação de penas e encarceramentos são privilégios bancados às custas dele, o contribuinte. Em sua lógica, o Estado só seria efetivo se garantisse a sua segurança e instituísse a vingança como base constitucional. Assim, a eventual agressão contra um integrante de uma família seria compensada com a agressão a um integrante da família do acusado. O acúmulo de experiência, aperfeiçoamento de leis e instituições, para ele, são papo de intelectual: bons eram os tempos dos linchamentos, dos apedrejamentos públicos, da Lei de Talião. Falta perguntar se o defensor do fuzilamento está disposto a dar a cara a tapa, ou a tiro, quando o filho dirigir bêbado, atropelar, agredir e violentar a família de quem, como ele, defende penas mais duras para crimes inafiançáveis.

“A criminalidade só vai diminuir quando tiver pena de morte no Brasil”

Frase repetida por quem admira o modelo prisional e o corredor da morte dos EUA, o país mais rico do mundo e ao mesmo tempo o mais violento entre as nações desenvolvidas. Lá o crime pode não compensar (em algum lugar compensa?), mas está longe de ser varrido junto com seus meliantes.

“Político deveria ser tratado por médico cubano”

Tradução: “não gosto de política nem de cubano”. Pelo raciocínio, todo paciente tratado por cubanos VAI morrer e todo político que precisa de tratamento médico DEVE morrer. Para o autor da frase, bons eram os tempos em que, na falta de médico brasileiro, deixava-se o paciente morrer – ou quando as leis eram criadas não pelo Legislativo, mas pelo humor de quem governa na canetada.

“Deveriam fazer testes de medicamento em presidiários, não em animais”

Também conhecida como “não aprendemos nada com a parábola do filho Pródigo que tantas vezes rezamos na catequese”. É citada por quem não aceita tratamento desumano contra os bichos, mas não liga para o tratamento desumano contra humanos. É repetida também por quem se imagina livre de todo pecado e das grandes ironias da vida, como um certo fiscal da prefeitura de São Paulo que um certo dia criticou o direito ao indulto de presidiários e, no outro, estava preso acusado de participação na máfia do ISS. É como dizem: teste de laboratório na cela dos outros é refresco.

“Por que você não vai para Cuba?”

Também conhecida como “acabou meu estoque de argumentos. Estou andando na banguela”.

*Este post é permanente: será atualizado conforme outros clichês não contemplados na primeira postagem aparecerem. Todos estão convidados a colaborar.


Fonte: Carta Capital, publicado 26 de novembro de 2013