"E este me disse: Aonde fores,
fala destes tormentos,
fala tu, irmão, de teu irmão
que vive embaixo, no inferno.”
fala destes tormentos,
fala tu, irmão, de teu irmão
que vive embaixo, no inferno.”
Y ése me dijo: "Adonde
vayas,
habla tú de estos tormentos,
habla tú, hermano, de tu hermano
que vive abajo, en el infierno".
habla tú de estos tormentos,
habla tú, hermano, de tu hermano
que vive abajo, en el infierno".
Pablo Neruda
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Os homens de Nitrato
Eu estava no salitre, com os heróis obscuros,
com o que cava neve fertilizante e fina
na casca dura do planeta,
e apertei com orgulho suas mãos de terra.
com o que cava neve fertilizante e fina
na casca dura do planeta,
e apertei com orgulho suas mãos de terra.
Me disseram: “Olha,
irmão, como vivemos
aqui em “Humberstone”, aqui em “Mapocho”,
em “Ricaventura”, em “Paloma”,
em “Pan de Azúcar”, em “Piojillo”.
irmão, como vivemos
aqui em “Humberstone”, aqui em “Mapocho”,
em “Ricaventura”, em “Paloma”,
em “Pan de Azúcar”, em “Piojillo”.
E me mostraram suas rações
de miseráveis alimentos,
seu piso de terra nas casas,
o sol, o pó, os percevejos,
e a solidão imensa.
de miseráveis alimentos,
seu piso de terra nas casas,
o sol, o pó, os percevejos,
e a solidão imensa.
Vi o trabalho dos raspadores,
que deixam afundada, no cabo
da madeira da pá,
a marca toda de suas mãos.
que deixam afundada, no cabo
da madeira da pá,
a marca toda de suas mãos.
Escutei uma voz que vinha
do fundo estreito da escarpa,
como de um útero infernal,
e depois assomar em cima
uma criatura sem rosto,
uma máscara poeirenta
de suor, de sangue e pó.
do fundo estreito da escarpa,
como de um útero infernal,
e depois assomar em cima
uma criatura sem rosto,
uma máscara poeirenta
de suor, de sangue e pó.
E este me disse: “Aonde fores,
fala destes tormentos,
fala tu, irmão, de teu irmão
que vive embaixo, no inferno.”
fala destes tormentos,
fala tu, irmão, de teu irmão
que vive embaixo, no inferno.”
Pablo Neruda
Los hombres del Nitrato
Yo estaba en el
salitre, con los héroes oscuros,
con el que cava
nieve fertilizante y fina
en la corteza dura
del planeta,
y estreché con
orgullo sus manos de tierra.
Ellos me dijeron:
"Mira,
hermano, cómo
vivimos,
aquí en «Humberstone», aquí en «Mapocho»,
en «Ricaventura», en
«Paloma»,
en «Pan de Azúcar»,
en «Piojillo»".
Y me mostraron sus raciones
de miserables alimentos,
su piso de tierra en las casas,
el sol, el polvo, las vinchucas,
y la soledad inmensa.
Yo vi el trabajo de los derripiadores,
que dejan sumida, en el mango
de la madera de la pala,
toda la huella de sus manos.
Yo escuché una voz que venía
desde el fondo estrecho del pique,
como de un útero infernal,
y después asomar arriba
una criatura sin rostro,
una máscara polvorienta
de sudor, de sangre y de polvo.
Y ése me dijo: "Adonde vayas,
habla tú de estos tormentos,
habla tú, hermano, de tu hermano
que vive abajo, en el infierno".
Pablo Neruda
Fotos de Lisa Kristine
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