Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade…
Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
Mário de Andrade
Veja o pronunciamento de Jane fonde “O Terceiro Ato da Vida”
Acesse o vídeo com o discurso de Jane Fonda AQUI
Profundamente emocionada eu termino de ouvir o pronunciamento de Jane Fonda. A perspectiva apresentada por ela do terceiro ato da vida é inspiradora e revolucionária. Como ela, acredito que a velhice não precisa ser um tempo de melancolia e resignação. A idade não pode ser vista como uma patologia, mas como uma potencialidade. É alentador pensar no meu envelhecer com um tempo de reencontro com a minha autenticidade e o meu real poder de escolha ante os fatos da vida. É reconfortante conceber o envelhecer como um tempo de esperança no humano e na reinvenção de mim mesma. Cida Alves
O vídeo com o discurso da Jane Fonda foi enviado por Adriana Oliveira em 06 de fevereiro de 2012.
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